Fevereiro de Dois Mil e Sete, dez anos atrás...
Era começo de fevereiro, o mês que é marcado pelos casais apaixonados, corações vermelhos, declarações e principalmente o amor, um mês que é esperado, desejado e adorado por muitos, e detestado por outros. Para o menino de cabelos tão negros quanto o petróleo, que habita o mais profundo lugar abaixo do mar, e olhos verdes como as águas do oceano era um mês de admirar o amor e o grande poder que ele tem sobre os homens e mulheres, que tem o privilégio e honra de ter tal sentimento e que tem o poder de causar as mais diversas atrocidades, mas também os mais belos e maravilhosos momentos da vida de alguém.
Desde pequeno adorava ver tais demonstrações desse lindo sentimento, ver os casais passeando de mãos dadas com sorrisos bobos nos rostos, os homens entregando flores, joias, chocolates e bichos de pelúcia para as mulheres, que se derretiam em lágrimas e recompensava-os com beijos apaixonados e no final trocavam o tão famoso e temido por muitos, EU TE AMO. Para Perseu se uma pessoa tivesse encontrado o amor e tivesse o seu amado ou amada ao lado, esse sujeito era completo e não precisava de mais nada na vida.
Com apenas quatorze anos Perseu já era um garoto bastante responsável, sua mãe Sally Jackson, sempre esteve presente em sua vida e lhe deu uma boa educação, junto com muito amor e carinho. Ela perdeu o seu marido quando ele tinha apenas sete anos nos ataques de onze de setembro às torres gêmeas do World Trade Center, ele trabalhava na torre Norte. Foi um baque muito forte para os dois, principalmente para o pequeno menino que amava o seu herói, mas mesmo depois da tragédia eles seguiram em frente, e seis anos e meio depois o amor bateu na porta do coração de Sally e desde então ela namora Paul Blofis.
Se sentia feliz pela mãe ter conseguido encontrar o amor outra vez, ela mais do que ninguém merecia essa chance rara. Sally se desdobrou para poder manter a casa, escrever seu livro, ser dona de casa e dar atenção ao seu filho, uma verdadeira guerreira, que aguentou a tristeza e saudades do falecido esposo e passou por cima de várias pedras no seu caminho e venceu, conseguiu terminar seu livro que fez muito sucesso, com isso, conseguiu estabilidade para poder se dedicar mais a escrita e ao seu filho.
Apesar de tudo, Perseu é feliz com a vida que tem, mora em Manhattan num apartamento de classe alta e é considerado rico, mas não liga para isso, pois como sua mãe sempre diz "Riqueza não traz felicidade, nunca trouxe e nunca vai trazer, apenas o amor tem esse poder" e a partir daí o amor tornou-se seu maior sonho. Encontrar a sua alma gêmea, a parte que lhe foi arrancada por Zeus no começo dos tempos.
Uma vez na biblioteca achou o livro ''O Banquete'' do filosofo grego Platão, ele dizia que os homens eram seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem. Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os homens por sua rebeldia. Tomou na mão uma espada e cindiu todos os homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento (o umbigo) e virasse a face dos homens para o lado da fenda para que observassem o poder de Zeus. Dessa forma, os homens caíram na terra novamente e, desesperados, cada um saiu à procura da sua outra metade, sem a qual não viveriam.
Achou várias outras explicações para a pauta Alma Gêmea, mas a de Platão era a sua preferida, pois concordava com ele. O homem apesar de ter seu lado bom, tem também seu lado ruim e por isso Zeus os castigou, e apesar de tudo ainda temos a chance de encontrar a nossa metade, pode ser difícil, demorar ou até impossível, mas temos essa chance. Toda vez que via algum casal, Perseu se lembrava desse pensamento e isso o dava esperança de que a sua vez ainda ia chegar.
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Romântico Anônimo
RomantikLembra daquele garoto que sentou do seu lado? Aquele rapaz que você nem dava bola? Aquele cara que te deu um guarda-chuva quando a tempestade te pegou na rua? Então, esse mesmo cara te ofereceu no recreio um sanduíche amassado, ele que vivia escrev...