Lenda Da Procissão das almas

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   Num bairro pequeno, na região rural, mais precisamente numa casinha simples, morava uma velha que adorava vigiar a vida dos vizinhos através de sua janela. Como era de se esperar, a velha sabia de tudo o que acontecia no bairro e não perdia tempo em espalhar as novidades por aí. Por causa disso, ela não era querida por muitas pessoas, e sempre ouvia avisos para deixar de fazer intriga com a vida dos outros. Mas ela não dava ouvidos e continuava a passar o dia inteiro debruçada na janela, bisbilhotando a vida alheia.  Numa noite de sexta-feira, quando a velha já ia deixando sua janela para ir dormir, uma movimentação estranha surgiu no começo da rua, chamando sua atenção. Depois de alguns minutos, a velha percebeu que tratava-se de uma procissão, mas isso era algo estranho pois ela frequentava a igreja, e ninguém havia lhe dito nada sobre isso, o que a fez ficar ainda mais curiosa. À medida que as pessoas, vestidas de branco e carregando velas, foram se aproximando, a velha tentou reconhecê-las, mas não conseguiu pois estava muito escuro, e a única iluminação vinha das velas que estavam sendo carregadas, mas as pessoas estavam com a cabeça inclinada. A procissão foi passando, e quando estava quase chegando ao fim, uma mulher estranha se aproximou de sua janela e perguntou se ela poderia ficar com sua vela até o outro dia, e que logo pela manhã voltaria para buscar. A velha, um pouco espantada, disse que sim e então a moça entregou a vela e se afastou rapidamente. A velha colocou a vela em cima de uma mesinha e foi dormir.

No dia seguinte, ao acordar, ainda um pouco confusa com o ocorrido da noite anterior, a velha foi pegar a vela que a moça a entregou, porém, no lugar onde a vela deveria estar, havia um fêmur humano.
Isso bastou para que a velha não mais se deixasse levar pela curiosidade, e parasse de se meter onde não devia.

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