Décimo Capítulo

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●°•Dias Depois•°●

Jason Narrando

     Havia se passado oito dias, oito dias sem falar com Ângela desde as más conclusões tiradas de ambas as partes.

      A mulher que ela viu comigo era minha prima que veio fazer umas consultas médicas e ficou hospedada aqui em casa mas ela não me deixou explicar e não tive mais oportunidades de falar com ela.

     Soube que ela e seu namorado haviam terminado e voltado, ele sempre teve ciúme de mim e da Ângela e ainda tenho uma pontada de dúvida se eu tive algo a ver com essa ruptura.

      Esse período que fiquei sem falar com Ângela serviu para colocar meus pensamentos em ordem. Eu já não sabia se gostava dela como amiga ou como algo além e vi que era bobeira minha, ela me considera como um irmão e além do mais ela tem seu namorado. Melhor manter essa nossa amizade.

     Decido ir até seu apartamento, não aguento mais ficar sem falar com ela e sem motivos. Paro em frente a porta e dou uma batida conhecida apenas por nós dois.

      Segundos depois ela abriu a porta sorrindo.

      - Bom dia anjo - falei sem jeito.

      - Bom dia moreno, entra.

      Entrei ainda receioso pois achei que ela fosse começar a me questionar.

       - Quer tomar café? - ela ofereceu.

       - Não, já tomei.

       - Ah...

       - Senti saudade anjo.

       - E por quê me largou?

       - Não te larguei, só estava te dando um tempo percebi que precisava.

        Ela assentiu e fui abraça-la.

       - Ah esse perfume - ela disse rindo enquanto afundava seu nariz no meu pescoço.

       - E essa pele de bebê - falei acariciando sua bochecha e rimos mais uma vez.

       - Minha prima - falei.

       - Quem?

       - A moça que você viu comigo no elevador há oito dias.

       - Achei que fosse tua namorada - falou e se afastou.

      - Até parece - falei e ela riu.

      - Ah é! Você é um encalhado.

      - Mal sabe você dos meus contatos.

      - Que só existe na tua cabeça.

       Rimos mais um pouco.

      - E você e Murillo?

      - Tivemos um pequeno término mas estamos bem.

       - Que bom.

       - Eh...

      O silêncio tomou conta e estávamos analisando o chão.

        - Quer almoçar comigo e Vick hoje?

       - Tua comida é ruim - falei e ela riu.

       - É assim né, nunca mais te levo lasanha.

       - Opa estava brincando.

       - Bora me ajudar que hoje tu não vais fazer nada mesmo.

      Assenti rindo e segui para cozinha atrás dela.

      - O que tem pro cardápio? - perguntei rindo.

      - Lasanha? - ela terminou de falar e fui encher ela de beijos.

      Começamos então a preparar tudo enquanto ouvíamos música no radinho da Ângela, parece aqueles rádios de vó e até que estava rolando umas musiquinhas bacanas. Rimos bastante.

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Diego Narrando

      Estou na cozinha preparando algo para o almoço enquanto PR está a quase meia hora no telefone, confesso já estar um pouco apreensivo.

      Enfim ele desliga e caminha até a mesa.

      - Tenho que voltar para Lago da Pedra - disse olhando sério para mim.

      - Não era um mês?

      - Ester precisa de mim lá e por aqui tu já se ligou como é o esquema.

      - Algum problema por lá?

      - Nada demais.

       Assenti e voltei atenção pro que estava fazendo.

       Depois de um tempo terminei o almoço, comemos e PR foi arrumar suas coisas de volta.

      Liguei para Ângela mas não obtive resultado. Depois da tarde que passamos juntos só nos falamos por telefone ou chamada de vídeo. Eu estava com saudade do cheiro dela e do toque de suas delicadas mãos,

       Ela me contou que resolveu dá uma segunda chance pro namorado e eu respeitei sua decisão mesmo com meu peito ardendo em paixão, sim, nesse meio tempo despertou-se em mim um sentimento por Ângela que vai além da amizade mas não contei a ela somente a PR e o mesmo me aconselhou a esperar até por que paixão é coisa intensa e passageira.

      Ela se preocupa comigo, me faz rir e me aconselha e fora que ela tem todas as qualidades que eu admiro em uma mulher. Como não me apaixonar?

     - Me ajuda aqui magrelo - tirou-me dos pensamentos PR.

      - Tu não é o forte? Carrega sozinho senhor bundão.

       Rimos e eu ajudei ele a levar as malas pro carro.

       - Ave Maria parece que tu queria era morar aqui - falei arrastando uma das malas.

        - Tu acha que eu vou andar esculhambado?

      Ri mais um pouco e fechei o porta malas. Já estava indo me despedir dele mas ele me impediu.

       - Deixe-me na rodoviária o carro fica contigo - ele falou e eu o olhei desconfiado.

        - Sério isso?

        - Lógico, tu já tem carteira e vai precisar do carro então...

        - Mas ele é teu.

        - Agora é nosso e fora que lá em Lago da Pedra aquele carro da Ester nem anda.

        Ele sorriu e eu o abracei, PR é como o irmão que eu nunca tive.

        Entramos no carro e segui rumo a rodoviária.

        Vinte minutos depois PR estava entrando no ônibus.

       - Faça boa viajem meu irmão e avisa assim que chegar - falei e ele bateu no meu ombro.

       - Certeza irmão, avisa para Ângela e diz que deixei um beijo para ela, logo mais eu estarei por aqui.

        Assenti e ele entrou, sentou perto da janela e acenou depois ajeitou o fone no ouvido e encostou a cabeça na poltrona, segui até o carro e voltei para casa.

Continua...

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