Décimo Sexto Capítulo

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Ângela Narrando

      Fui surpreendida com lábios contra os meus, pensei em hesitar mas não pude.

       Era o que ele queria, seria o primeiro e último. Correspondi aquele beijo mesmo sabendo que era errado. O beijo foi lento, durou uns cinco minutos e foi encerrado com selinhos.

      - Você não sabe o quanto esperei por esse momento - ele disse acariciando meu rosto e sorrindo.

       - Não sei mas posso imaginar e por isso deixei acontecer mas isso não pode se repetir - falei séria.

       - Não gostou?

       - Isso não vem ao caso, eu tenho namorado e esse beijo foi um erro.

        - Acha errado eu querer sentir seus lábios desde tanto tempo? É errado eu gostar de você há tempos? Me responde se é errado te querer porque se for eu quero viver esse erro!

        - Danielson não complica - falei me levantando.
 
        - Não complica? Ângela você é a mulher que eu idealizei para minha vida, não digo que nunca namorei outras mas a única que me importa e sempre me importou foi você. Eu agora faço o que gosto e o que você admira mas sempre em períodos de festa ou férias eu estou por aqui na esperança de te ver e desta vez enfim te encontrei e não poderia deixar de falar tudo isso que guardei só para mim - ele disse já junto de mim.

      Fiquei sem reação ao ouvir tudo aquilo e quando me dei conta já estava outra vez em seus braços desfrutando ou sendo desfrutada pelos seus beijos.

       - Larga ele e fica comigo - ele disse com nossas testas encostadas.

       - Não me confunde - falei cabisbaixa.

       - Ele não vai te fazer feliz.

       - Ele me ama.

       - Eu amo mais.

       Inspirei e respirei, ele conseguiu me deixar confusa.

        - Ângela a tua vida tá aqui, teu estudo foi voltado para ficar aqui... Acha que ele vai querer largar a capital para ficar aqui? - ele continuou.

        - Por partes você está certo mas acontece que estamos juntos mas nunca pensamos nisso...

        - Isso só prova a minha ideia de que ele não te ama tanto - ele falou e se sentou.

       Suas palavras pairavam por todo meu subconsciente, ele estava certo. Murillo não deixaria São Luís para morar aqui até porque sua profissão só serve para ser exercida lá.

      Como Danielson disse, minha vida está aqui.

       - Vamos ascender logo a fogueira? - chamou-me Carlos.

       - Pessoal tá demorando não acha? - questionei.

       - Não são aqueles? - ele indagou indicando as duas motos que acabara de parar em frente a porteira.

        - Agora sim - falei sorrindo e indo cumprimenta-los.

       Depois seguimos para o local da fogueira e os meninos começaram a ascender.

      - Vick vem me ajudar a pegar um suco - chamei.

      - Que suco comadre? Traz logo é uma maranhense - disse Carlos e os meninos concordaram.

       Sorrimos e seguimos até dentro de casa.

       - Pega os copos e o limão vou ver se tem maranhense ali no barzinho do pai - falei e Vick assenti.

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