The Stripper - Only once

Prólogo

New York (EUA) 06/07/2010

- Karla está na hora de brilhar minha flor-de- loto - diz Harry todo sorridente entrando em meu camarim.

Olho pra porta de onde ele surge saltitante - como sempre - com um sorriso iluminado. Harry é um gato, alto, forte, com algumas tatuagens o deixando mais lindo e um par de olhos azuis - os mais azuis que já vi na vida - só tem um porém: gosta de emprestar os saltos das amigas e não devolve, sim, Harry é gay.
Ele tem uma sorte invejável com homens, troca mais de namorado do que de roupa..

- Só mais um minuto ok!? - digo com um sorriso forçado, e ele sai.

Me olho mais uma vez no espelho, vejo se ta faltando alguma coisa mas não, ta tudo certo! O quarto que estou possuí paredes vermelhas, com piso de madeira, tem uma penteadeira com perfumes, maquiagens, em uma prateleira haviam agrados de admiradores, jóias, cartas, flores, bombons, e uma arara com varias roupas de shows penduradas, e pequenas máscaras que uso, as vezes, em apresentações.

Hoje eu optei por uma maquiagem marcante, meus olhos estão delineados, com a pele bronzeada não preciso de muita frescura na pele, só um blush bem fraquinho está bom, na boca uso um batom vermelho escuro, que combina com a roupa que vou usar hoje. Minha fantasia para essa noite é de uma secretaria: Uma camisa de botões branca, saia lápis na cor preta, e uma lingerie vermelha por baixo, meia-calça e um salto preto de solado vermelho complementam minha fantasia. Um coque bem feito em minhas madeixas. Só falta um detalhe, a máscara.

- Acho que é isso, aqui vamos nós. - digo levantando pra ir ao fundo do palco.

Hoje o clube está mais cheio, Verônica - dona do clube - me disse que hoje séria uma despedida de solteiro de uma amiga, e que eu teria que dar o meu melhor.

No fundo do palco vejo duas novatas saindo em direção ao camarim "comunitário" como diz Harry, eu e Normani somos as únicas que temos camarins próprios, acho que esse é o motivo delas me odiarem tanto.

- E agora com vocês, a nossa irresistível stripper, a melhor de NY, Karla Estrabão - me anunciam e todos aplaudem, gritam meu nome..

- Pronta? - pergunta Harry segurando minhas mãos.

- Eu nasci pronta princesa! - respondo rindo, beijo suas mãos, e subo pro palco.

As luzes estão apagadas, e eu sento numa cadeira no centro do palco, sento de costa pro público. Vero quer o meu melhor? Ela terá.
Começa a tocar Big bad wolf, e os jogos de luzes ascendem, coloco as mãos na cadeira me segurando, e levando sem sair da cadeira e rebolo, empino o bumbum e todos vão a loucura, levanto da cadeira vermelha, coloco meu pé com um salto 15 em cima dela e rebolo, dou a volta na cadeira e fico rebolando, me seguro na mesma e desço até o chão, bato as mãos em sincronia com a batida da música.
Caminho pra mais perto da platéia e começo desabotoar minha camisa, tiro um por um, rebolando, uns gritam pedindo pra tirar e acabam me fazendo rir, lanço um sorriso lascivo pra uma morena que ta na primeira fila e ela corresponde jogando dólares sobre mim. Retiro a camisa a jogo em sua direção, ela pega e a leva até seu nariz exalando todo o meu cheiro. Volto pra cadeira e retiro as meias devagar, a cada peça de roupa que retiro jogo pra plateia que parece um bando de lobos famintos. Me remexo na cadeira e abro as pernas, exibindo minha calcinha fio dental, uns tentam subir no palco mas logo são impedidos por Harry e os seguranças, passo a vista por todo salão e vejo Verônica conversando com algumas mulheres bem vestidas, uma delas me chama a atenção, eu já a vi. Apesar do jogo de luz empatar deu vê-lá melhor, noto algumas características: cabelos longos negros, lábios carnudos, olhos verdes como esmeraldas, e um corpo fudidamente bom.

Um terninho cinza escuro sob medida, ela me encara como se lê-sse minha alma, suas esmeraldas estão negras, o desejo esta presente nelas, seu olhar passou a me dominar e eu passei a fazer aquele show somente pra ela.

A música já esta chegando no final, mas agora eu já me encontro somente de lingerie vermelha, meu salto preto e a máscara negra.
Caminho lentamente até a frente do palco, encaro a dona dos olhos mais lindo que já vi, rebolo e viro de costa, solto minhas madeixas e elas caem sobre meus ombros, passo a olhar a onde ela estava e a vejo me comendo com os olhos. Sorri e levanta seu copo de uísque.
Desço até o chão de costa e as luzes se apagam, levanto e caminho pro fundo do palco. Todos gritam, pedem por mais, fazem propostas indecentes, batem palmas.. uma verdadeira euforia. Harry me entrega um robe preto, e vou pro camarim, troco de roupa rapidamente, e corro pro estacionamento. Entro no meu bebê e dou partida. Tenho que dar os remédios da mama.
Já em casa vou direto pro armário dos remédios, pego um copo d'água, subo pro seu quarto e lhe entrego. Minha mãe está com câncer nos pulmões, já foi desenganada pelos médicos.

Tomo um longo banho, saio do banheiro nua mesmo, me deito na cama e logo adormeço.

Acreditem se quiser, ela estava lá, as esmeraldas estavam em meu sonho.

*****
Sem revisão 🐽
Até o próximo (ou não)