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   Naquele dia, era suposto eu e ela fazermos um trabalho para a escola. Na altura, estávamos no 3º ano. O trabalho era sobre o ciclo da água e nenhuma de nós percebia nada daquilo, pelo que teríamos de estudar muito bem antes de fazer o trabalho. Mas naquele dia eu não me sentia bem e por isso, a Melanie pegou no livro, que eu lia arrastadamente e com dificuldade, e sussurrou: "Que se lixe esta trabalheira". E o livro foi parar ao chão, assim sem mais nem menos. Depois, ela pegou em mim, começou a cantar e ficámos a saltar em cima da cama, sem motivo nenhum. Subitamente, toda a minha má disposição foi como que levada do meu corpo para fora. Sentia-me mais livre que nunca. E feliz, muito feliz.

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   Passados 5 anos e estávamos na mesma. Entregáramos aquele trabalho, e apesar do B que tivemos (o que não era costume, para nenhuma das duas), sentíamo-nos ridiculamente felizes, pois seria uma das melhores e mais malucas memórias, que guardaríamos para sempre. Éramos e sempre fomos as melhores amigas. Talvez fosse por isso que, mesmo quando eu partira, Melanie não me quis deixar ir. Não quis acreditar que nos separaríamos para sempre, ao fim de 15 anos sem estar mais de 2 dias separadas.

 

Eles estão aquiWhere stories live. Discover now