Chegada

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Uma pequena camada de gelo cobria a rua e as crianças, todas devidamente agasalhadas, estavam brincando com a neve. Ver isso, me traz saudades de quando eu não tinha responsabilidades e o quanto queria poder de novo brincar com a neve. Logo, eu faria 18 anos e assim a maioria das responsabilidades como adulta estariam batendo em minha porta. No entanto, havia um problema. Mesmo com quase dezoito anos vividos e todo meu corpo ter se desenvolvido por completo, eu ainda não havia tido a menarca, algo que de acordo com a minha mãe é algo muito importante para o meu corpo.

— Lilith! Está na hora, vamos! - Minha mãe gritou da sala para eu me apressar. Hoje é dia da minha consulta, o médico vai mostrar os resultados dos novos exames, mamãe está convicta que tenho alguma doença que a medicina ainda não conseguiu identificar.

Assim que termino de colocar meu casaco, desço as escadas e encontro minha mãe na cozinha. Meu pai está na sala assistindo algum programa de esportes junto com o meu tio. Quando ambos estão de folga, gostam de se encontrarem para manter sempre uma boa relação. Se daqui ha alguns anos, eu combinar com a minha irmã de nos encontrarmos sempre que tivemos uma folga, vamos fazer de tudo, menos ficar em casa assistindo tv.

— Estamos atrasadas, sabia? Vamos, Lilith! Se você tiver algo precisamos encontrar uma cura logo pra você.

— Provavelmente, vamos chegar lá e ele vai falar as mesmas coisas de sempre. "Bom, senhora Olivia, mais uma vez os resultados deram negativos e vamos precisar esperar mais um tempo para fazer novos exames..." - Repito a mesma coisa que ele falou das outras vezes tentando imitar uma voz rouca igual ao do doutor Ben.

— Eu espero que realmente dê negativo para alguma doença. Mas ainda precisamos ir a consulta, vamos! - ela falou e logo se dirigiu a porta para sairmos.

Do lado de fora da nossa casa, estava muito frio e já que não tínhamos outra alternativa, precisávamos chegar o mais rápido possível ao consultório. Assim que saímos de casa, podemos perceber que uma caminhonete estacionou ao lado da nossa casa, provavelmente, os antigos donos conseguiram vender a casa mesmo depois do ultimo acidente, onde a senhora Arlene, antiga moradora, caiu da escada e quebrou seu fêmur.

Uma menina de cabelos trançados aparece na porta e a seu lado está uma mulher um pouco mais velha, que acredito ser sua mãe. Ambas vão ao encontro da caminhonete para ajudar a descer grandes caixas de sua mudança. O que pude notar nas vizinhas é que ambas são bastante parecidas, ambas possuem os mesmos traços, lábios grossos, narizes largos e todo o conjunto só auxilia para que sejam extremamente bonitas. Não dúvidas que a genética é algo maravilhoso.

— Oi! Sejam bem vindas! - Grita a minha mãe quando estava indo em direção ao nosso carro. As nossas novas vizinhas nos olharam e sorriram como forma de agradecimento. Os seus sorrisos eram extremamente parecidos e ambos muito bonitos, o que me deixou mais encantada e curiosa para conhece-las. E eu acho que esses sorrisos serão as melhores coisas do meu dia hoje.

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