SEGUNDA CARTA - O CAMINHO

19 2 0
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois que Plínio deixou o escritório, ele passou a refletir sobre os rumos que devia tomar em sua vida. Acreditava que após o diagnóstico da doença e a conseqüente brevidade da sua existência não haveria mais sentido viver uma vida de mentiras e superficialidades. Assim, tão logo quanto possível, ele buscou se desfazer dos bens que havia adquirido, e que na atual circunstância não haveria qualquer valor ou utilidade. A única coisa em que pensava naquele momento era poder desfrutar das maravilhas do mundo as quais haveria de deixar para trás, de forma súbita e precoce.

Plínio, então, decidiu comprar um confortável motor home, e viajar a lugares que jamais havia imaginado.

Assim, depois de se desfazer de boa parte do seu patrimônio e receber uma boa soma em dinheiro da agencia de publicidade, Plínio reuniu condições financeiras suficientes para viajar o mundo, caso fosse dado a ele essa oportunidade.

Ele decidiu começar sua grande jornada pela América do Sul, subindo a faixa litorânea do Atlântico, seguindo às margens da costa brasileira.

Seu plano transcorria perfeitamente, mas, a certa altura da viagem, em um trecho da estrada que liga São Paulo ao Rio de Janeiro seu veículo parou de funcionar.

Impossibilitado de prosseguir viagem, e já anoitecendo, Plínio não viu outra alternativa, senão pernoitar no local. Contudo, durante aquela noite, uma forte dor de cabeça lhe antecedeu a um estado súbito de inconsciência. Eram os sinais mais gravosos da doença se manifestando.

Como que em absoluto repouso, Plínio foi sendo conduzido a recordações da sua vida. Da infância pobre e cercada de dificuldades ao momento em que foi consumido pela vaidade e  se distanciado da essência ou natureza das coisas mais simples da vida.

Depois, mergulhado em suas lembranças, Plínio percebeu que uma luz branca e intensa tomava conta de todo o ambiente, o que teria lhe proporcionado um certo alívio. Depois, aos poucos, aquele clarão foi se dissipando e, como que entre nuvens de fumaça, surgia a sua frente um homem que simplesmente lhe sorria de modo fraterno e cordial.

A partir daquele momento seu destino haveria de mudar por completo.

_ Buenos días, señor! Necesita ayuda?

_ Sim, creio que meu carro teve uma pane e parou de funcionar.

_ O senhor está indo para onde? Perguntou o bom homem.

_ Não tenho destino certo. Respondeu Plínio.

_ Ora, pelo que vejo, temos aqui um autêntico romani solitário!

_ Desculpa, não entendi a brincadeira.

_ Perdon gadjo, chamo-me Romero di Olvera, sou conde d'Andaluzia, um autêntico romani e estes são Cícero e Aquiles, os melhores mecânicos de Sevilha! Disse-lhe, enquanto solicitava as chaves do moto home.

MENSAGEM SUBLIMINAROnde histórias criam vida. Descubra agora