MÑC - PRIMEIRA TEMPORADA | LWT+HES

Capítulo 10

– Você... – Harry levantou uma sobrancelha com os olhos ainda fechados. Levantou-se da escada que dava para a porta da casa logo em seguida, bocejando e esticando os braços com despreocupação, e me olhou com sonolência.

– Até que enfim. Já estava ficando congelado aqui com esse frio.

– Por que você está ai jogado? – Ele encolheu os ombros.

– Não tenho a chave. – Hum... Eu deveria saber e ter dormindo na casa de Stan. Deveria ter deixado que ele se fodesse ali a noite toda, morrendo de frio! Ele merecia! – Por que você demorou tanto? – Caminhei até a porta de casa sem olhar para ele. Estava tão bravo que não queria falar mais do que o necessário com ele, e nem pensava em deixar ele me tocar. Fiquei planejando tudo no ônibus de volta para casa. Harry se arrependeria de ter me humilhado daquela maneira na frente de toda a universidade, na frente da Danielle! Quem ele pensava que era? Pelo menos ele deveria ter pensando nas consequências que EU teria que arcar! Ele merecia a pior das humilhações, ele merecia ser morto por um bando de vagabundos e ser encontrado descartado no lixo putrefato como uma maçã podre. – Fui te buscar depois da aula pra voltarmos para casa juntos, mas você já tinha ido.

– Merda. – Chutei a porta com os dentes apertados. Já não podia conter minha raiva. E aquele banana continuava falando como se nada tivesse acontecido!

– O que foi?

– Não encontro as malditas chaves.

– Qual é. Você não pode ser tão estúpido para perdê-las assim.

– Eu as joguei em você. E teria valido á pena perde-las se elas tivessem acertado a sua cabeça e tivessem te deixado tonto. – Ele ficou do meu lado, rindo e eu olhei de lado com uma expressão assassina. – Por que você não morre Harry? 

– O que foi? Eu sou demais para você?

– Sim, você é uma merda gigantesca e fedorenta. – Dei mais um chute na porta depois de procurar as chaves inutilmente em meus bolsos traseiros, sem resultado. E agora? Terei de espera minha mãe? Vai se saber quando ela iria chegar! – Harry! Que merda você está fazendo? – Me contorci entre seu asfixiante abraço. Ele me agarrou pelas costas e me rodeou com o seu moletom, cobrindo o meu corpo com ele, colando-se por completo em mim, colocando seus braços nos meus ombros. Os pelos da minha nuca se arrepiaram ao sentir seu hálito.

– Boneco... – Não esperei nem que começasse a frase. Dei-lhe uma cotovelada e o joguei para trás, tirando-o bruscamente de cima de mim.

– O que merda você está pensando? Você acha que só porque transei com você umas sete vezes e deixei que me tocasse mais além do que apenas um toque fraternal você tem direito sobre mim?! Você acha que pode me tratar como uma puta e me humilhar diante de centenas de pessoas? Você não é nada para fazer isso Harry, Nada! Nem tão pouco eu sou alguma coisa sua! – Por um momento, vi como meu irmão se encolheu antes de franzir o cenho levemente, mas não em uma atitude ameaçadora, mas sim pensativa, frustrada. Apertei os punhos de frente para ele, esperando uma resposta e uma mínima provocação para poder lhe bater. Estava disposto até brigar com ele, na verdade, eu queria brigar e fazê-lo me respeitar. Eu desejava vingança.

Harry ficou quieto, olhando para o chão.

– O que? Agora você não diz nada?

– Sim... – Deitou a cabeça, muito sério. – Foram nove vezes, e não sete.

– Aaaaaaahhh! Seu imbecil! – Joguei a bolsa em que eu guardava todos os livros da faculdade na cara dele, mas com um tapa Harry a jogou no chão como se fosse uma mosca irritante, espalhando todos os livros pela calçada. Respirei fundo. – Não... Se aproxime... de mim.