Part 3

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Sentei em uma cadeira na recepção e aguardei uns dez minutos, até que um homem veio pelo corredor.

– Beatriz Montês. – Levantei. – Vamos lá, Beatriz?

Então segui ele até uma sala. Lá dentro, haviam vários tipos de violões e guitarras. Incrível.

– Então, você já tem alguma experiência, Bia?

– Não, na verdade nunca toquei nada.

– Huum. Iniciante. Okay, pegue qualquer violão.

Peguei um que estava perto de mim. Ele era de um marrom claro, quase bege. Bonito. Mas eu nem sabia como segura-lo. O professor me ajudou, falou algumas coisas sobre as cordas, notas... O básico. Até que foi legal. No final, ele pediu para eu escolher uma música.

– I'm yours.

– Jason Mraz?

– Uhum.

– Okay. Vamos trabalhar nela. Fez uma boa escolha, não é tão difícil. Saiba que não é com um mês de aula que estará tocando qualquer música, Beatriz. Isso tudo leva muito tempo e prática. Acabamos por hoje. Até terça-feira que vem.

– Até...

Saí da sala, me despedi da Dani e saí pela porta de vidro. Quando percebi que não sabia para onde ir. Cheguei com a ajuda do aluno novo, mas não sabia voltar. E agora?

Voltei para dentro e sentei na cadeira de novo. A essa altura meu celular já estava sem bateria. Pensei um pouco... Ideia! Levantei para pedir para fazer uma ligação do telefone de lá para minha mãe. Mas antes de chegar, ele apareceu ali. E parou, feito uma estátua. Logo atrás veio um homem de terno preto, ao telefone.

– Vai dar certo, Rayane! Ele não pode perder mais um ano! Agora temos uma nova vida, esqueça o passado.

Bom, não era da minha conta. Continuei andando.

– Dani, posso fazer uma ligação? Estou completamente perdida. – Ri.

– Tá perdida? – Ele finalmente se mexeu. – Eu vou voltar agora... – Ele parou de falar e olhou para trás. Para aquele homem. Será que era o professor dele? O que será que ele fazia lá?

– Hum... Não precisa se preocupar comigo... - Afirmei, o mais rápido possível.

– Não, tudo bem, eu vou mesmo. – Ele sorriu.

O homem tirou o telefone da orelha por um minuto e disse:

– Ainda vou precisar de você aqui.

Não entendi muito bem.

– Tudo bem, eu me viro... Pode ficar. – Eu não queria atrapalhar, seja lá o que o professor quisesse com ele.

– Espera um minuto? – Pediu. Apenas assenti com a cabeça.

Ele saiu dali, e foi até o fim do corredor. O homem foi atrás dele. Alguns minutos e nada.

– Estou fazendo amigos, não era o que todos queriam? - Ouvi sua voz dizer.

Estava ele no telefone? Talvez com seu pai, ou mãe? Espera, a secretaria não era mãe dele? Que confusão. Como o menino recém mudado de cidade já parecia tão estranhamente familiarizado com todos ali? Alguns minutos depois ele voltou para a recepção.

– Vamos? - Então saímos.

– Desculpa a confusão... – Parecia que ele ia continuar falando, mas não aconteceu.

– Então... Você morava aonde? – Começamos a conversar até chegar na rua da minha casa.

– Humm, eu fico aqui...

Love Can SingWhere stories live. Discover now