Young, Wild and Free

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Ten estava sentado à espera do ultimato. Se encontrava apreensivo pelo o que poderia acontecer com seu único amigo na nova escola, e se sentia culpado sabendo que este estava prestes a ser expulso; duas figuras saíram cabisbaixas da sala do diretor. Havia uma clara tensão entre elas, que logo se desfez quando o menor dos dois avistou ao tailandês.

- Ten?!

- Mark, como foi?

- Ele será expulso. O diretor entendeu que eu estava na briga por legítima defesa, o babaca que começou a me bater. Mas mesmo assim fui suspenso por três dias.

- SÓ TOMOU EXPULSÃO? VOCÊ TINHA QUE PROCESSÁ-LO! EU TINHA QUE PROCESSÁ-LO!

- Ten, se acalme.

- Você tinha que processá-lo por homofobia. Eu só não o faço por causa do meu pai. Ele acha que não tenho mais envolvimentos com homens. E é capaz de concordar com o cara que te bateu: "ser gay não é natural".

- Deixa isso pra lá, vamos pra casa. – Concluiu o canadense, depositando um selo nos lábios do namorado.

UMA SEMANA ANTES

- Mark?! – Uma menina de cabelos loiros cacheados se aproximou do moreno. – Sábado é a minha festa de 18 anos, eu queria muito que você fosse.

- Sábado? Poxa, eu já tinha combinado de sair com um amigo meu. – Retrucou.

- A-ah... você pode leva-lo se quiser! Aqui o convite. – Disse, sacando um envelope preto do bolso.

- Bem, nesse caso... eu irei, sim!

- Q-que bom. Te vejo no sábado. Até lá!

- Até. – A menina concluiu e caminhou para longe. Chittaphon, que se encontrava em silêncio até o momento, falou:

- Você sabe que ela só te convidou porque gosta de você né?

- E daí?

- E daí que você é gay, Mark. Se não quiser, é só dispensá-la. Não a deixe criar expectativas em um relacionamento entre vocês.

- Ten, pense menos e curta, sábado temos uma festa para ir.

***

O lugar estava lotado. Era uma casa de show. Música eletrônica ao fundo e adolescentes bêbados na pista de dança.

- MARK! – A aniversariante vestia um vestido rosa extravagante, com lantejoulas e purpurina, muita purpurina. No cabelo, uma coroa com pedras tão brilhantes que ofuscaram a visão dos meninos.

- Mali! Feliz aniversário! – Entregou-lhe uma caixa tão exuberante quanto às roupas da jovem. – Este é seu presente.

- Obrigada. Obrigada por ter vindo também... este é seu amigo?

- Sim, este é Ten. Ele estuda no mesmo colégio que nós dois.

- Você é o garoto que estava conversando com Mark no dia que eu entreguei o convite, certo?

- Eu mesmo. – Respondeu.

- Como nunca reparei em um garoto tão bonito como você?

- Eu não me destaco muito. – Retrucou em tom anasalado.

- Bem, aproveitem a festa! Eu tenho que cumprimentar os demais convidados. Depois nós conversamos, Mark. – Terminou sua frase com uma piscadela, que arrancou risadas do tailandês.

- Você é muito mal.

- É que ela deu em cima de você descaradamente.

- Debochado. Vamos sentar?

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