Capitulo l

86 10 2
                                    

O dia amanheceu nublado e há muitas pessoas na rua seguindo rumo ao seus trabalhos, outras aos colégios, faculdades e etc. Eu faço parte da multidão que vai para o colégio.

Meus pais moram em outra cidade e eu moro com a minha tia que se chama Lucie, ela tem 35 anos e não tem filhos, ela é estéril, talvez seja esse o motivo de ela me tratar como filha. A casa é grande e tem quatro quartos, um deles só meu.

Chegando ao portão do colégio vejo de longe uma pessoa desconhecida, um rapaz. Ele está sentado em um canto meio isolado, com fones nos ouvidos e de cabeça baixa. Em cada canto do colégio um grupo de pessoas o olham e conversam entre si. Talvez conversam sobre ele, o novato, o que é bem provável, ou sobre o teste de Física de hoje, no qual eu ainda não estudei e já sei que estou ferrada.

Desvio o olhar do rapaz e vejo Verônica, sentada à sombra de uma enorme árvore que fica em dos jardins, lendo um livro que eu suponho ser romântico. Me aproximo dela, e me sento ao seu lado. Ela já começa:

— Você viu o novato? — pergunta sem sequer tirar os olhos do livro.

— Sim. — respondo — Você tem horas?

— 08:05, e o portão ainda não abriu.

Mal ela comenta e o portão se abre. E aquela multidão de alunos entram numa bruta correria, uns empurrando os outros. Eu e ela nos levantamos e acompanhamos aquelas pessoas.
Entramos na sala de aula e nos sentamos, Verônica se senta na minha mesa e começamos a conversar sobre o teste.

— Você acha que vai estar muito difícil?

— Não sei, mas tomara que não.

O novato entra na sala e se senta na minha frente e seu perfume logo se exala pela sala. Verônica me olha e sorri de lado.
Eu retribuo o sorriso. A professora de Biologia entra na sala e dá o recado:

— O teste de Física será após o intervalo. Estudem! Poucos têm chance de passar pelo o que a professora disse.

Meu coração dispara. Eu já sou péssima em Física, depois do aviso já sei que estou entre os perdidos. O novato à minha frente parece bastante tranquilo, Verônica também. Parece que vou tirar a nota mais baixa da história da Física!
Começo a estudar, mesmo que Verônica seja boa em Física, estudamos o assunto do teste juntas. Na hora do intervalo me sento em um banco com ela e logo ela diz:

— Vou ao banheiro e já volto.

— Está bem, eu te espero.

Enquanto ela vai ao banheiro o novato aparece e fala comigo;

— Oi, como vai? — ele pergunta já se sentando ao meu lado.

— Vou bem, obrigada, e você?

— Vou bem também. Qual o seu nome?

— Vanessa, e o seu?

— Édher. Você é nova aqui?

— não e você? Nunca tinha lhe visto antes. — tento puxar assunto.

— É, eu sou.

Logo Verônica aparece dizendo:

— Oi, olha eu de volta! — brinca.

— Oi, demorou. — comento.

— É, mas já voltei! E esse aí, quem é? — pergunta se referindo ao rapaz.

— Ah, esse aqui é Édher, o novato.

— Ah, oi, Édher, sou Verônica. — ela se apresenta.

— Prazer em conhecê-la.

— Igualmente.

Ficamos ali sentados conversando e nos conhecendo melhor. Ele disse que tem 18 anos, é repetente, mora com a mãe, que está grávida de 3 meses e o seu pai trabalha viajando pelo mundo. Eu imaginei como seria legal viajar o mundo todo, mas lembrei que a família deve sentir muita saudade.

E finalmente o intervalo da primeira aula acabou , e o meu coração está acelerado. Minhas mãos souam de tão nervosa e ansiosa que eu estou porque só falta mais uma aula para o teste.
O professor de Física, Marcos, entra na sala dando bom dia,e logo começa a escrever. Édher se senta do meu lado e Veronica do outro lado, e eu rezava por segundo para que ele fosse inteligente e me dê cola.  Quando chegar a hora do teste. a aula chegou ao fim e todos saímos para o intervalo, eu Veronica e o novato podemos nos conhecer melhor ate a hora do teste

                         *       *        *       

O teste chegou ao fim, pelos meus cálculos eu tinha acertado 13 questões de 20. Mas isso pelos meus cálculos. Não tenho dúvidas de que errei mais que 7 questões. E não é possível que eu tenha acertado tudo aquilo.
Numa conversa com Verônica e Édher ela disse que tinha acertado a metade, e Édher não fazia ideia do resultado dele.
Fomos para casa juntos, nós três; eu, Verônica e Édher, mas Édher vira uma esquina e ficamos apenas eu e Verônica. Jogamos conversa fora, falamos do teste e, claro, de Édher.

— Bonito, né? — eu comento.

— Sem dúvida, mas largado demais.

— Como assim "largado"?

— Muito solto, aberto. Sei lá. Ele nem nos conhece e já vem conversar... — Verônica joga os cabelos para trás com as mãos.

— Ué, ele veio conversar exatamente por isso; ele não nos conhece. Queria que ele fizesse o quê? Ficasse sentado de cabeça baixa? — solto um meio-riso.

— Sei lá...

— Os meninos são mais soltos que as meninas. Até parece que você não sabe disso.

Ela fica calada. Se bem conheço minha amiga, na certa não está gostando dele.

— Vai fazer alguma coisa hoje à tarde, Vanessa?

— Não, por que?

— Vamos para algum lugar, pizzaria, lanchonete, shopping, sei lá, você que sabe. Estou a fim de sair hoje. Topa?

— Claro! Vamos para a pizzaria!

— 14:30 eu passo na sua casa.

— Tá bom.

A SonhadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora