Where do you think you're goin'?

1K 89 312
                                    

Take my hand,
(Pegue minha mão,)
Stay, Joanne.
(Fique, Joanne.)
Heaven's not
(O céu não está)

Ready for you.
(Pronto pra você.)

Azul e verde.

Os dois olhares eram fixos um no outro. Ambos carregados de tristezas e questionamentos. Sabiam muito bem porque estavam ali, os dois.

Uma escolha havia sido feita, e não tardaria para ter que ser concretizada.

As íris esverdeadas estavam cheias. Lutava consigo mesmo para se manter forte e não deixar com que as insistentes lágrimas saíssem.

Dean tinha chamado Castiel ali. Tinha rezado para que ele fosse até aquele quarto de motel e o encontrasse.

Sim, um quarto de motel. Dean podia ter-lo chamado no bunker, mas Sam também estava lá, e aquele assunto queria resolver sozinho. A sós com o anjo.

As orbes azuis encontravam-se impassíveis como sempre. Mas no fundo de toda aquela seriedade que o anjo carregava, havia muita tristeza, tal como nos olhos do loiro a sua frente. Não sabiam como começar aquela conversa, mas sabiam que deveriam tê-la.

O caçador tinha a boca entreaberta, mas palavra alguma ousava sair.

- Dean. - Castiel proferiu.

- Cass. - O loiro disse enfim, abaixando a cabeça e desviando o olhar do moreno.

Castiel sabia o que Dean queria, assim como o caçador sabia a resposta. Nada boa pra nenhum dos dois.

- C-Castiel. - Ergueu seus olhos para encontrar novamente a imensidão azulada do outro. Sua voz parecia presa em sua própria garganta, e teve que tossir para limpa-la antes de prosseguir. - Você... Você precisa mesmo fazer isso? - A última palavra saiu cheia de angústia, impossível de não ser notada pelo menor.

Agora era Castiel quem desviava o olhar. Não aguentava ver tanta dor nos olhos verdes. Aqueles olhos que tanto amava.

- Eu preciso, Dean. - Respondeu, ainda incapaz de fita-lo.

Sabia disso.

- D-Deve haver outro jeito, não sei, alguma coisa que possamos fazer juntos.

O anjo balançou a cabeça negativamente.

- Não há, Dean. Nós dois sabemos que não há.

Dean engoliu em seco.

Realmente sabiam disso, mas ele preferia pensar o contrário, mesmo que isso fosse apenas iludi-lo.

- Eu preciso fazer isso, Dean. - Deu as costas, ficando agora totalmente fora do campo perigoso que era o olhar esmeraldino nos seus. - Eu preciso concertar os meus erros.

Alguns segundos se passaram em silêncio. Dean não sabia mais o que dizer ou fazer, só queria convencer Castiel de desistir dessa loucura.

Não controlando seu próprio corpo, o primogênito de John anulou qualquer distância entre os dois ao envolver a cintura do anjo calmamente, abraçando-o por trás, encostando a ponta de seus lábios na orelha do moreno.

- Fique, Cass. - Seus olhos se mantinham fechados, caso contrário, seria impossível conter a lágrima que queria sair, mas sua voz embargada entregava isso. - Por favor.

- Dean... - Castiel sentia o coração de seu receptáculo, o seu coração, se comprimir com aquelas palavras cheias de sofrimento vindas de Dean. Ele mesmo sentia tanto... - Eu quero, muito! Mas...

Stay Onde histórias criam vida. Descubra agora