{REVISÃO} The walking Dead: The New History (S-1)

Wolf -revisado-

P.O.V Wolf

Não havia mais nada em mim para ser salvo. Chamamos os zumbis de andarilhos pois eles andam, vagam por aí, sem alma, perdidos em um mundo estranho. Sempre me perguntei, o que diferencia nós deles? Talvez um coração pulsante no peito, ou sentimentos...

Não há nada mais em mim, me tornei um andarilho, andando dia após dia, sem destino certo e sem objetivos. Com frequência perco a noção do tempo. Minha mente entrou em modo sobrevivência e não me permite pensar muito nas coisas, normalmente meus únicos pensamentos durante o dia são, comer, beber, dormir, andar. Sim, tudo resumido em apenas algumas poucas palavras, minha vida se tornou isto.

Passava pelas cidades e vasculhava as lojas, raramente suas buscam resultaram em algo substancial, parecia que todas aquelas lojas e mercados já haviam sido bem saqueados e vasculhados até a última lata.

Estava a andar chutando pedrinhas quando passou por uma encruzilhada, lá havia uma paisagem não tão incomum de ser ver nos tempos atuais, os carros abandonados se emparelhavam, enferrujando e caindo aos pedaços, expostos ao relento.

Assim que passou pela lateral de um deles observou sua imagem refletida no espelho, um longo suspiro se deu logo em seguida, aquela imagem lhe era dolorosa, seus olhos azuis se encontravam sem vida alguma, grandes olheiras o rodeavam, suas bochechas estavam queimadas e arranhadas, o preço que se paga por andar horas no sol e dormir em chão áspero, seus ossos da clavícula estavam saltados, estava conseguindo se esquivar bem dos sintomas da fome, às vezes conseguia caçar um ou outro animal, mas aquilo estava se tornando cada vez mais sério, seus lábios rachados indicavam a falta de água, os longos e negros cabelos há tempos não conheciam o toque de uma tesoura, por isso, quase ultrapassaram seu quadril em comprimento, longos, e sujos, mas ainda preservavam certa beleza, talvez a única que lhe restava. A única coisa que restou da Wolf do passado.

Os dias vão passando e com ele sente o cheiro da morte, sente um calafrio na espinha a cada passo, não há mais água, não há mais comida, em sua aljava apenas duas flechas, que estava guardando para uma emergência, foi quando, enquanto caminhava sem rumo, um sopro de vida passou diante de seus olhos, um ponto de esperança no meio de tanta desilusão, uma placa "Alexandria, venha e sobreviva, um lugar seguro". Um suspiro escapou por meus lábios, não sabia se deveria seguir o caminho que a placa indicava, deveria confiar?

Não havia mais motivos para continuar andando sem rumo, a morte incerta na mão de desconhecidos era, com certeza, melhor do que a certeza que definharia de fome até morte, então, seguiu na direção do desconhecido destino, caminhou por quase uma hora, foi quando ao longe avistou o vislumbre de portões, talvez pela primeira vez em meses a vida estava a sorrir para ela.

Foco... Foco Wolf, você não sabe o que vai encontrar lá dentro, se mantenha sempre atenta.

Apesar de sua desconfiança seu instinto a dizia que algo muito bom aconteceria, em passos lentos ela se aproximou mais do muro, estava fraca cambaleante, mas não pode deixar de levantar os olhos até a placa, quando se aproximou o suficiente, "Misericórdia para os perdidos e vingança para os saqueadores", esperava que aquela mensagem fosse realmente verdadeira, parou em frente ao grande portão, quando viu algumas guaritas de vigia, logo um vulto passou rapidamente pelo posto de vigia, talvez a observando, após alguns minutos ouviu o portão se abrindo. Logo uma mulher negra aparece, armada com um rifle, talvez ela estivesse de vigia.

– Está sozinha garota? - perguntou ela me olhando de cima abaixo.

– Sim – respondeu para ela em um tom baixo – Estou perdida – disse por fim.

A mesma mulher deu um sorriso receptivo e abriu mais o portão me dando passagem, assim que avistei a comunidade fiquei perplexa, era o típico condomínio classe alta, americano, casas bonitas, haviam crianças, cachorros e famílias ali, era como se aquele lugar fosse um mundo à parte do apocalipse. Com passos lentos entrei naquele mundo, tal como uma forasteira.