+ Capítulo sete

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– Porfavorporfavorporfavor! – Jennie disse juntando as mãos, como se estivesse orando, coisa que é improvável!

– Eu não quero sair hoje, Jennie! – falei me debruçando sobre o balcão

– Ah, qual é Lisa! – Jisoo reclamou – Até a Rosé vai sair com a gente!

– Rosé? – perguntei – A mãe dela não deixaria ela ir pra balada... Ela mentiu? – perguntei franzindo as sobrancelhas

– Acho que sim. – Jisoo disse dando de ombros

– Tá, eu vou com vocês! – falei

– Eu ouvi um amém irmãos? – Jennie perguntou rindo

– Amém! – Jisoo respondeu rindo também
  
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A música alta já não era um incômodo, o cheiro de maconha me deixava entorpecida, mas não o suficiente. Perdi Jisoo e Jennie de vista depois de um tempo. Eu dançava como se eu dependesse disso; eu não estava bêbada, mas não estava sóbria. O suor escorria pela minha nuca enquanto eu me sentia livre. Minha garganta ficou seca e eu caminhei até o bar.

– Uma tequila. – pedi pro bartender.

– Finalmente te achei! – Rosé diz colocando sua mão no meu ombro.

– Ah. Oi! – disse me virando pra ela – Quem é que usa moletom na balada? – perguntei franzindo o cenho 

– Aqui a Tequila. - Me virei e sorri pra ele. peguei um pouco de sal na palma da minha mão e labi, entornei o copo e chupei o limão. Tequila é muito bom!

– Eu uso. – ela disse dando de ombros – e Você não devia beber tanto. – ela disse franzindo o cenho

– E você não devia mentir tanto. – respondi com um sorriso amarelo. Ok, talvez eu esteja um pouco bêbada. Mas era bom ela ouvir algumas verdades. Ela revirou os olhos e respirou fundo.

– Vem. – ela disse me chamando – Vamos sair daqui. – ela pegou na minha mão e me guiou pra fora da boate. -  A sua pele tocando na minha era uma sensação boa; a palma da minha mão formigava com o toque e então o vento gelado nos atingiu.

– Vamos, vou te levar embora. – ela disse apertando minha mão

– Você não sabe onde é minha casa. – afirmei confusa

– É claro que eu sei! – ela disse revirando os olhos – Você já me levou lá uma vez.

– Ah... – respondi olhando nossas mãos juntas

– Chegamos! – ela fala parando de andar.

Eu gosto dessa sensação, do calor. Eu não sentia isso à um tempo.

– Por quê você tá chorando? – Rosé perguntou preucupada.

Olhei pra ela confusa e pisquei algumas vezes, e então eu percebi que minha visão estava embaçada e minhas bochechas molhadas, ela colocou suas mãos nos meus ombros e me chacoalhou devagar.

– Aconteceu alguma coisa? - E então meu coração se aqueceu com sua preocupação. A quanto tempo alguém não se preocupava comigo?

– Lisa, você tá me assustando. – ela disse baixinho – O qu, - Eu a beijei. Foi um beijo confuso. Era uma mistura de sentimentos. Ela retribuiu o beijo como se precisasse disso. E de fato precisávamos.

– Eu gosto de você, esse é o problema! – falei parando o beijo, nossas respirações estavam falhadas.

– Eu, eu não... – ela tentou dizer e então colocou a mão nos lábios. Passei as mãos pelo cabelo e suspirei frustada, olhei pra ela, que estava com os olhos arregalados, e fui embora sem esperar por uma resposta concreta. Entrei em casa e fui recebida com um soco, cambaliei pra trás e me apoiei na parede.

– Que merda era aquela Lalisa?! – Ele perguntou gritando

Engoli em seco.

– E,eu...

Ele se aproximou de mim e socou meu rosto de novo, uma linha fina de sangue saia dos meus lábios e escorria pelo meu queixo. Ele me pegou pelos cabelos e me jogou em cima da mesinha de vidro que ficava no centro , que se quebrou em vários pedaços. Arfei de dor quando um dos vidros quebrados, rasgou minha camiseta e cortou a lateral da minha barriga.

– Mulher com mulher é nojento! – ele falou entredentes, se agachando pra ficar na minha altura

E então eu guspi em seu rosto, ele riu e me deu um tapa, meu rosto ardeu.

– Kwan! – minha mãe disse com lagrimas nos olhos

– Não se mete! – ele disse encarando minha mãe, que deu um passo pra trás. O que ela poderia fazer? Cuspi o sangue que estava se acumulando na minha boca.

– Sabe o que eu acho? – ele perguntou mesmo sabendo que eu não iria responder – Que é falta de rola. Que tal resolvermos esse problema?

– Kwan... Por favor! – Minha mãe implorava.

Ele começou a tirar o sinto, minha mãe o puxou pela camiseta, uma tentativa falha de tentar tirar ele de perto de mim. Ele se levantou irritado e deu tapa no rosto dela, seu rosto virou com o impacto, ela colocou a mão na bochecha, que ficou  vermelha, e se encolheu. Me apoiei com o cotovelo e tentei me levantar, ele me empurrou com força com o pé e eu cai de novo no chão.

– Você só vai se lentar quando eu mandar! – ele gritou e se virou pra minha mãe, de novo. – Você precisa aprender a me obedecer Mi - Cha. - Ele a pegou pelos cabelos e a fez se ajoelhar.

– Agora me chupa. – ele ordenou enquanto desabotoava sua calça e a abaixava, ficando só de cueca.

Me levantei com dificuldade, meu corpo todo doía e a lateral da minha barriga sangrava. Kwan estava ocupado demais pra perceber que eu tinha levantado. Peguei um dos cacos de vidro, e me aproximei dele. Eu não me importava com nada, eu só queria que ele morresse. Antes ele do que eu. Ele se virou pra mim no momento em que eu finquei o vidro na sua barriga, o sangue espirrou no rosto da minha mãe, ele gritou e depois caiu.

– Lalisa... – minha mãe sussurrou – O que você fez?

Kwan ainda estava respirando, só tinha desmaiado, então eu começei a chuta- lo. Eu me lembrei dele batendo na minha mãe, mais um chute. Dele a beijando a força, mais um chute. Dele passando a mão nela, mais três chutes.

– Para com isso Lalisa! – Minha mãe gritou me puxando pra longe dele, então eu parei e me virei pra ela, seu rosto estava com respingos de sangue, tentei me aproximar dela mas ela se afastou.

– Mãe, eu... Eu não... – tentei dizer mas ela negou com a cabeça, as bochechas molhadas por conta das lagrimas que caíam de seus olhos.

– Vai embora Lalisa. – ela disse passando as mãos pelo cabelo – Vai embora, e se puder não volte...–  ela implorava

– Mãe... – sussurrei enquanto chorava

– A que ponto chegamos? – ela perguntava pra sí mesma – Vai embora, se ele acordar ela vai querer  matá-la... Por favor! Vai embora! – ela disse me empurrando pra fora do apartamento, ela pegou a chave da Sex Shop e jogou pra mim, – Eu te amo, agora vá!– Ela disse fechando a porta na minha cara.

                          



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