Parte 1

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Ela saira de sua casa incrivelmente feliz. Seu vestido longo vermelho carmim cravejado de lantejoulas e missangas brilhava quando ela girou aos braços de seu namorado, Vítor. Era a formatura deles, a partir daquele dia, eles seriam profissionais. Poderiam ter a sua vida estabelecidas, poderiam, enfim, viver felizes para sempre.

Logo após a cerimônia, o casal foi para uma casa na parte mais rural do Distrito federal, onde uma amiga tinha uma chácara que disponibilizou para a festa de formatura a alguns amigos.

-Enfim acabou!- gritou Paulo. -Agora é festa!

-E depois a viagem mais esperada de todos os tempos!-. Vítor anunciou girando Alana no ar. Em dois dias, eles planejam ir passar um final de semana na Chapada de Diamantina, no sertão da Bahia.

-Não exagera meu amor, nossa lua-de-mel vai ser muito melhor.- Alana diz, sorridente, dando um selinho em seus lábios.

Os três encontram com Izadora na entrada da festa, que tinha passado em sua casa para trocar de roupa. Ela estava com uma mini saia jeans e um cropped azul com listras brancas. Seu cabelo, antes preto, agora estava vermelho. Sua maquiagem estava exagerada, como sempre.

-Pintou o cabelo de novo?- disse Alana sem estar surpresa. Sua amiga vivia fazendo isso.

-Sim, diferente de você que continua com esse loiro sem graça. - Retrucou ela, brincando. Alana já tinha visto o cabelo dela na manhã daquele mesmo dia

-É castanho claro Dora- Alana a corrige, pela milesima vez. Essa brincadeira delas, era cansativa para os garotos que estavam ouvindo, Sempre a mesma coisa.

Apesar delas se implicarem bastante, elas eram melhores amigas. E essas implicâncias faziam parte da amizade delas. Era assim que elas se entendiam, era assim que elas eram.

-Oi pra você também Dora.- disse Paulo irritado. O garoto franzino de cabelos castanhos, que estava observando a "discussão" das duas. Sempre teve um crush na menina de cabelos vermelhos, mas nunca teve coragem de contar a ninguém. Ele achava que ela nunca iria querer ficar com alguém como ele.

-Desculpe, mas eu não tinha te visto aí. Ninguém manda você ser a sombra da Alana.- E como sempre, ela implicava com ele. Izadora era uma menina perturbada, tinha perdido os pais muito nova e foi criada como uma filha por sua tia, que não podia engravidar devido a um tumor que teve antes da garota nascer. Ela foi se excluindo sempre, sua tia a tratava como uma criança, o que a sufocava ela. Mas ao mesmo tempo, ela tinha medo de perder a única família que ela tinha.

-Ei, quem é a sombra dela é o Vítor. Não eu!- Alana revira os olhos pra eles.

Esses dois um dia vão ficar juntos. Pensa ela.

-Falando no Vitor, - pergunta Dora -Cadê ele?

-Tô bem aqui. Tinha só ido no carro pegar meu casaco. Tenho a impressão de que vai ficar frio.- fala pegando a mão de Alana e logo sussurrando em seu ouvido. -Vamos entrar antes que esse dois comecem um UFC aqui mesmo.

A festa estava indo. As pessoas já estavam bêbadas e dançando, como se não houvesse o amanhã. Porque se você parar pra pensar talvez não haja.

Alana, Vitor, Izadora e Paulo estavam voltando da festa, mais ou menos, umas quatro da manhã, quando um caminhão apareceu do nada. O carro perdeu o controle, capotou, rolou diversas vezes pelo barranco e parou chocando em uma árvore.

Alana acordou em uma maca, do lado de fora de uma ambulância. Ela estava assustada, tudo tinha acontecido tão rápido. Mas ela tinha esperança. Esperança de que tudo estivesse bem, que tudo voltasse ao normal.

Foi Naquele Verão - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora