Renascimento

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O tremor que iniciou no lago se expandiu até o centro da vila. Os habitantes ficam paralisados, o choque tomava conta de cada um deles. Quem perambulava as ruas se abaixou com as mãos na cabeça; assim que esse tremor diminuiu, todos se olharam.
O silêncio mortal permaneceu por um tempo que para eles foram horas, contudo, alguns minutos depois, ainda assustados todos voltaram ao seus afazeres em silêncio.
Aqueles habitantes não poderiam imaginar que o mar de calma que rondava seus lares estava chegando ao fim.

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Ela surgiu sobre o gelo, olhando vagarosamente ao seu redor, deu um passo a frente e o puro ódio percorreu todo seu corpo, cada lembrança passava lentamente como um filme torturante e muito real. Então cerrou os punhos e caminhou em direção a floresta.
Como o lago ficou tanto tempo intacto, seria impossível dizer que ele simplesmente se partiu, Ravenna, a garota que agora andava sobre essa extensa camada de gelo, era quem havia aberto a fenda para salvar a própria vida, em suas veias porém, não era sangue humano que percorria, vinda de uma linhagem divinamente agraciada e com uma genética poderosa, ela era a última RENASCIDA!

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Ravenna caminhava pela floresta sem pensar no que estava fazendo, porém dentro de si havia um propósito. Ela andou por quilômetros na floresta de copas altas e quando percebeu uma movimentação de pessoas, escondeu-se atrás de um arbusto para observar os aldeões.

— Humanos, hahaha... Tão frágeis
— Ela gargalha e observa

Ela retirou sua capa preta, colocando-a no braço, saiu de seu esconderijo e se misturou entre os habitantes sem nenhum problema, no que parecia... Uma feira.

— Bom Dia! — Uma mulher que estava passando disse a ela

— Bom dia! — Respondeu, sarcástica.

Ravenna atravessa a feira sem problemas e avista um empório ao longe.

— Pode ser um começo... — Ela ri maquiavélica

Ravenna volta a vestir sua capa para passar despercebida pelo que parecia uma feira. Ela chega na porta de vidro do estabelecimento e entra sentindo todos os olhares sobre seu corpo.
Ela então entra no primeiro corredor, onde ficava os produtos de limpeza, se deparando com sua primeira vitima. Um homem de, aparentemente, 40 anos, cabelos lisos e castanhos que estava descontraído colocando alguns itens em sua cesta. Ravenna, neste momento levanta seu capuz e anda em direção a ele como se fosse atacar.

— Olá... — O homem diz desconfiado e se afastando.

Ravenna segura seu pescoço apenas com uma mão e o aperta com a força sobre humana que foi presenteada.

— Eu não...consigo...res...eu...tenho...filhos... — Ele diz quase sem ar, e essas palavras cortaram Ravenna e a incendiaram a por dentro.

— Eu tinha uma mãe também. — Ela responde com um olhar triste.

O homem estava ficando roxo, quase sem ar, seu olhar foi se perdendo a vida rapidamente, mas sinceramente não sei se ele morreu asfixiado ou com os ossos de sua coluna que ouviu estalarem.
Ninguém percebeu, o lugar parecia quase que abandonado, não havia muita movimentação.
Ela então tornou a vestir seu capuz, e caminha até a porta dos fundos, onde deveria se localizar os serventes, mas uma moça que deveria fazer parte do grupo apareceu e barrou a entrada de Ravenna.

— O que pensa que esta fazendo?
— Ouviu alguém dizer detrás de suas costas enquanto apoiava a mão em seu ombro.

Ela sentiu a raiva percorrer seu corpo, ninguém ousava tocar em Ravenna, ela não permitia, então ela não perdeu tempo, olhou ao redor e achou uma faca apulhalando-a, rapidamente virou-se e acertou o crânio da servente.

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