The Sacrifice

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A estrada estava vazia. Os ventos gélidos de inverno cruzavam a caminhonete vermelha que pertencia a George Haynes. Enquanto o velho homem dirigia, Thomas mantinha-se encostado na fria janela do carro, observando a morta paisagem que havia do lado de fora do veículo.

- Quanto tempo até chegarmos? - Thomas pergunta, cruzando os seus braços, tentando se aquecer com seu próprio calor corporal.

- 30 minutos se tivermos sorte. Com essa tempestade, não acho que chegaremos em Tearswood tão cedo... - O homem responde sem desviar atenção da estrada. - Você poderia me informar que horas são?

- Tem algum compromisso? - Indaga Thomas curioso.

- Sim.

- São 7:00.

- Obrigado. Se me permite perguntar, para quem vai ligar?

- Para a irmã da minha esposa. Natalie, o seu nome. - Thomas responde educadamente, após alguns breves segundos, a grande placa vermelha que anunciava o nome da cidade apareceu, com as seguintes palavras escritas "Seja Bem-Vindo a Tearswood."

- Por que o nome desse lugar é "cidade das lágrimas"?

- Porque muitas pessoas choraram nesse lugar.

Tais palavras esfaqueiam os ouvidos de Thomas, fazendo-o desligar-se do mundo em que estava por alguns minutos, era como se algo, ou alguém, estivesse lhe avisando que ele se arrependeria de entrar naquela cidade. Uma voz sinistra ecoa em sua cabeça, fazendo o homem se arrepiar e sentir medo.

- Você está bem? - Perguntou o homem notando a diferença de comportamento de Thomas.

- Sim, estou... Só tive um pressentimento ruim sobre esse lugar... - Ele responde e o homem gargalha.

- Todos têm. - George para a camionete no meio da estrada e respira fundo - Você não me faz ideia do quanto eu odeio fazer isso...

- Do que você está falando?

- Desça do carro. Agora.

- O que? O que foi que eu fiz? - A respiração de Thomas aumenta, fazendo-o mover as mãos de forma trêmula. Aquela sensação de dúvida e incerteza o consumia por dentro, afinal, quais eram as intenções do homem?

- Garoto, seus pais nunca te ensinaram a não aceitar carona de estranhos? - O homem sai do carro soltando altas risadas. George caminha até o porta-malas e o abre, retirando uma espingarda carregada do mesmo. - Não me faça pedir mais uma vez.

- Isso deve ser um equívoco. Eu não fiz nada! - Exclama Thomas abrindo a porta do carro, saindo do mesmo com as mãos para cima.

- Olha, eu terei que confessar, você é um garoto legal, mas eu não tenho opções... Não importa quão legal você seja, ainda terei que lhe matar.

O homem calmamente aponta o cano pesado da arma em direção a cabeça de Thomas, preparado para puxar o gatilho e acabar com a vida do pobre homem. Porém, antes que o gatilho fosse puxado, a espingarda situada na mão de George é arremessada para longe. O corpo do homem é paralisado e seu olhar de distúrbio estava dedicado a Thomas, que continuava imóvel.

- O que está acontecendo comigo? - O homem move os lábios e tenta pronunciar tais palavras, porém, suas mãos, pernas e braços torcem vigorosamente, juntamente com músculos de várias regiões de seu corpo que se contraem simultaneamente. O torturante som dos ossos sendo quebrados, torcidos e deslocados angustiava aquele que o ouvia. Naquele momento de dor e amargura, a única coisa que Thomas conseguia pensar era "O que estava acontecendo?"

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