Amor fraterno

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Havia se passado dois meses. Era uma segunda-feira tranquila. Phil era apenas uma lembrança em minha mente. Eu estudava bastante porque o dia do vestibular estava chegando, faltava apenas 20 dias e eu estava morto de cansado.

– bom dia – falou meu irmão entrando naquela manhã enquanto eu lanchava algo.

– bom dia – respondi.

– estudando muito? – perguntou ele.

– bastante, eu preciso conseguir a bolsa.

– eu vou pedir muito a Deus para você passar.

– toda a ajuda é bem vinda – falei terminando de tomar o copo de leite.

– Fry eu queria te pedir uma coisa. – falou meu irmão se levantando.

– o que foi?

– eu queria saber se você me dá permissão para trazer uma pessoa aquí.

– pessoa? Que pessoa?

– me promete que não vai se estressar?

– depende, quem você quer trazer aquí.

– Fry, você sabe que eu te amo, eu sou seu irmão, eu só não quero que você siga com essa vida sem ter visto todas as opções.

– vida? Que vida?

– a vida homossexual – falou ele.

– quem você quer trazer aquí?

– o pastor da minha igreja disse que pode fazer uma sessão de exorcismo.

– seu desgraçado – falei jogando o copo de vidro que eu estava na mão no chão.

– o que está acontecendo aquí? – falou minha mãe chegando á cozinha.

– Charles disse que quer fazer um exorcismo em mim mãe!

– Charles! – gritou minha mãe – por favor, respeite seu irmão.

– o que você tem contra mim Charles? Porque você fica tão incomodado com uma orientação sexual?

– estou preocupado com sua alma – falou ele – eu estou tentando abrir os seus olhos enquanto é tempo.

– abra você os olhos – falei alto – se você não começar a me respeitar e aceitar quem sou eu você vai perder seu único irmão. – eu falei isso subindo as escadas e indo até meu quarto.

Meu irmão me deixava irado. Eu morria de ódio do meu irmão ficar dizendo aquelas coisas, isso era o que eu mais odiava em religião. A religião impedia meu próprio irmão de me amar. Sabe quantas vezes eu encostei no meu sobrinho? Sabe quantas vezes eu peguei meu próprio sobrinho nos braços? Nenhuma! Ele nunca me deixou eu encostar nele e eu nunca fui na casa dele porque se ele não me ama eu não iria entrar na casa dele.

Mas ao mesmo tempo que eu tinha raiva eu me sentia triste afinal ele era meu irmão e por mais que eu me esforçasse para não me importar eu acabava ficando um pouco ofendido e triste com as coisas que ele falava pra mim.

Eu peguei meu notebook e entrei no bate-papo eu precisava conversar com alguém e Homer era meu melhor amigo.

– oi Homer! – falei.

– olá, tudo bem com você?

– estou péssimo.

– o que aconteceu? – perguntou ele.

– meu irmão acabou de dizer que eu preciso de um exorcismo pra tiver os demônios gays de dentro de mim.

– sinto muito – falou ele com uma carinha triste – tenha forças, não se importe com o que ele diga.

A Grande Maçã  (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora