CAPÍTULO SETE
María sentia-se nervosa no momento em que se juntou a Estevão no andar de baixo para um drinque antes do jantar. Ela conseguira evitá-lo desde o encontro deles no jardim, mas estivera ciente da presença dele da mesma maneira. Ouvira-o subir para tomar banho. Imaginara-o sob o jato do chuveiro, a água escorrendo pelo corpo nu forte e bronzeado. Tremera ao se imaginar ali com ele, seu corpo traidor ansiando por mais dos toques de Estevão, pelos beijos dele... Por todo tipo de contato físico.
María entrou no grande salone com vista para o jardim da frente, com os nervos à flor da pele.
— Onde estão Jean-Claude e Simone? — perguntou ela. — Eles não irão se juntar a nós?
Estevão sorriu.
— É nossa lua de mel, ma chérie. Quatro é uma multidão, não acha?
Ela desviou o olhar e pegou a taça de champanhe que ele lhe servira.
— Posso ver por que você quer tanto este lugar — murmurou ela para mudar de assunto. — E muito lindo.
— Minha mãe amava esta propriedade — disse ele — Ela queria que os netos crescessem como Miette e eu, com experiências culturais tanto francesas quanto italianas.
María olhou para as bolhas em sua taça, tentando não pensar nos futuros filhos de Estevão correndo pelos jardins do Chateau. Era perturbador imaginá-lo com outra mulher sem rosto, uma mulher que ele selecionaria para ser sua esposa. Ou talvez ele voltasse com Portia Briscoe depois que o casamento com María acabasse. Tal pensamento era ainda mais perturbador. Quanto mais ela conhecia Estevão, menos adequada Portia parecia ser para ele. Estevão não podia ver isso?
— Miette ficou chateada porque o Chateau foi deixado para você, e não para ela? — María perguntou após um breve silêncio.
— Minha irmã ficou mais chateada por você ter herdado o Chateau em conjunto comigo. Ela teme que você fará tudo o que estiver em seu poder para me derrotar.
María entendia por que a irmã de Estevão se sentia dessa maneira ao seu respeito. O relacionamento delas durante o tempo em que ela vivera com a família tinha sido tenso. Elas haviam discutido muitas vezes, e para ser justa, María sabia que era altamente responsável por aquilo. Costumava sentir muita inveja de Miette, sendo Miette a única filha da dinastia Ferrante. Para María, Miette representava tudo o que ela não era. Miette tinha pais que a adoravam, um irmão mais velho carinhoso e protetor, e crescera com o tipo de riqueza que não lhe dava motivos para se preocupar com nada além de que roupa de grife escolher para cada ocasião. Como Estevão, Miette estudara nas melhores escolas e universidades. Miette até mesmo passara um ano estudando na Suíça, antes de se mudar para Londres, onde conhecera o marido igualmente próspero. A vida de Miette era a vida que María sempre sonhara para si mesma.
— O que você falou para ela? — perguntou María, antes de dar um gole no seu drinque.
— Eu falei que ela não precisava se preocupar, pois tenho ciência dos truques que você talvez se sinta compelida a usar.
María descartou o comentário.
— Bem, você pode assegurá-la de que eu só quero o dinheiro. O Chateau é muito bonito, mas o que eu faria com vim lugar deste tamanho? Eu teria de vendê-lo. Não teria condições de mantê-lo. As contas de aquecimento central no inverno devem ser exorbitantes.
Estevão deu um gole no champanhe, ainda observando-a.
— Só para que você saiba María, eu não desistirei desta propriedade. O período de seis meses sendo fácil ou difícil, eu não sairei deste casamento até que herde o que pertence à minha família.
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Inimigos
RomanceUma mulher com quem ele não deveria se casar. Da última vez em que Estevão Ferrante encontrara María Baker, ela ingenuamente achou que poderia seduzi-lo. Embora marcado pelos encantos dela, conseqüências terríveis atormentavam Estevão. Ter de se cas...