Capitulo um

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Andando pelo meu bairro na Califórnia, eu pude perceber que muitas construções mudaram ao longo do tempo. Algumas cresceram, ou mudaram a pintura. Outros foram alugadas por vários tipos de pessoas diferentes. Mas apenas uma não mudou, aquela que mais me causava calafrios na alma até hoje. Quando passo em frente dela ainda ouço as vozes das pessoas gritando, e pedindo socorro, enquanto o fogo queimava seus corpos. Eu estava lá, e eu assisti toda aquela cena de horror. Eu podia está alucinada mais uma vez, mas aquela cena realmente havia existido, e aquilo ficava na minha mente sempre que eu olhava aquela casa no fim da rua. Uma casa grande, de três andares, com um sótão misterioso, uma casa grande e misteriosa pintada de marrom , e ao redor um enorme matagal, ela já estava abandonada a anos, mas eu sabia que não, ainda havia alguém lá, os corpos podiam ter partido, mas as almas ainda estavam ali, sofrendo.

Era o ano de 1982 na Califórnia, aquele ano iria ficar marcado, como o primeiro reallity show com famosos já criado, já havia existido outros, mas nenhum deles haviam conseguido ir para a frente. Mas aquele sim, se não estivesse sido marcado com uma enorme catástrofe. No dia vinte e um de Fevereiro, faltava alguns dias para o carnaval, mas na rua as pessoas já andavam fantasiadas e dançavam ao ritmo de algumas marchinhas. Eu estava parada em frente aquela casa, esperando meus ídolos passarem pelo enorme tapete vermelho em sua frente. Naquele dia eu usava um vestido azul, colado, e meus cabelos estavam completamente cacheados, diferente de hoje. O primeiro artista a passar naquele tapete, foi ela Margot Clarck.Ela era a dona daquele reallity, ela iria apresentar, além de supervisionar quem afligisse as regras. Ela usava um lindo vestido vermelho, com um decote, seus cabelos eram castanhos cacheados como o meu, mas eram de um tom mais claro, os olhos castanhos, e a pele branca e macia. Assim que ela cruzou o tapete vermelho, ela parou para observar os fãs que a esperavam do outro lado, eu estava no meio deles, e foi nesse momento que nossos olhos se cruzaram.

- Eu sou uma grande fã sua – Eu dizia a ela. Eu havia conseguido arrumar um jeito de entrar, e estávamos só nos duas, em uma pequena sala, ela realmente havia gostado de mim, e dava para ver isso em seus olhos.

- Que bom, bom eu vi que você pode ser uma grande ajuda nessa casa- Ela dizia em um tom firme que me deixava excitada.

- Eu prometo ser útil- Prometi

- Então estas contratada.

E foi ai que eu comecei a ser paga para observar os famosos, o dia inteiro. Depois de Margot vieram outros. Annabel Walker, Courtney Collins, Doneva Campbell, Kurt King, Levy e o casal que eu mais amava, Arabella Hall e Marcus Smith.

Arabella era o típico de vadia dos anos oitenta, mas ela tinha um jeito diferente de ser, que encantava todos ao seu redor. Ela tinha um lado amável, que conquistou o coração do nosso querido Marcus. Arabella era loira, dos cabelos curtos, os olhos cinzas e um pouco magra. Marcus era forte, dos cabelos castanhos claros, os olhos castanhos e uma barba completamente sexy. Eu me lembro do primeiro dia em que ele havia chegado na casa. Já estavam todos lá, todos os famosos que deveriam chegar. Eu estava sentada no sofá, sendo paga para observar. Marcus adentrou a sala, e ele usava um belo terno, e tinha um porte de imperador, mas ele só era um simples cantor de Jazz. A primeira pessoa que ele havia observado naquele cômodo era eu, a simples secretaria de Margot. Ele deu um breve sorriso para mim, e seguiu até onde os outros famosos estavam. Courtney e Daneva usavam belos biquínis da mesma cor, e estavam sempre juntas, elas pareciam a mesma pessoa em corpos diferentes. Todos lá estavam de biquíni, menos eu, eu não estava ali para me divertir. Até que alguém se sentou do meu lado e disse:

- Você não precisa fazer isso o dia todo- Marcus disse ao meu lado.

- Eu sou paga para isso- Eu respondi tentando ser breve

- Não!!, vamos a piscina agora, você é paga para nos observar, então observe um pouco mais...De perto- Marcus disse animado. E então eu deixei o caderno em que eu anotará tudo de lado, e segui com todos eles para a piscina. E depois daquele dia, eu comecei a fazer parte da vida deles. Era só eu e eles naquela casa, e Margot que aparecia de vez em quando. Naquele dia na piscina, foi onde Marcus e Arabella começaram a se olhar. Arabella usava um biquíni com detalhes de flores, e não saia de água de jeito nenhum. Ela fazia vários nados sincronizados. Até que Marcus resolveu fazer o mesmo, eles começaram a nadar juntos, de um lado para o outro, algumas horas eles paravam para conversar, e outras eles continuavam nadando. Eu gostava de ver os dois juntos, não naquela época, quando entrei ali e vi o Marcus pela primeira vez, eu realmente me apaixonei por ele. E ver ele com Arabella não me fazia bem, mas Arabella não era tão má quanto eu achava que era.

Era uma quinta feira, faltava dois dias para o Carnaval. Eu estava sentada no sofá da casa, com o caderno no colo como sempre, mas dessa vez eu desenhava flores, enquanto algumas vozes ecoavam na minha cabeça. Eu já tinha vinte e três anos, e já havia me acostumado com elas. Eu tenho esquizofrenia e preciso aceitar isso. Enquanto as vozes falavam, eu desenhava flores, tentando fazer meu subconsciente se acalmar. Até alguém adentrar a sala. Era Arabella, e ela usa um longo vestido preto, e um chapéu que tampava seu rosto.

- Preciso sair- Ela disse. Demorei para perceber que ela havia dito para mim. E então olhei para ela.

- O que você pretende fazer?- Perguntei nem um pouco interessada, mas Margot queria que eu perguntasse.

- Você não está nem ai para o que eu vou fazer- Ela disse e sentou-se do meu lado, e continuou- Você se acha uma pessoa vingativa?. Por que ela estava me fazendo aquelas perguntas?, será que ela havia percebido, pensar naquilo me fazia mal, mas eu nunca havia planejado nenhum tipo de vingança para Arabella.

- Não- Eu disse por fim tentando encerar o assunto.

-Pois eu sou, e quero que me ajude a me vingar de alguém- Ela dizia com um tom forte e superior que me fazia odiá-la um pouco mais.

- Quem?- Perguntei

E então ela começou a me contar, de um relacionamento que ela teve antes de entrar no Reallity, e aquilo me fez enxergá-la como uma humana, e não como uma celebridade que trata todos com superioridade, ela também se apaixonava, e ela também sofria. E depois daquilo tudo, eu só queria que Marcus a amasse a tratasse bem. Arabella havia sido traída, mas não era uma daquelas traição que você é chifrada e não sabe de nada, foi na frente dela, como uma simples provocação, e aquilo a cortava por dentro, a fazendo tratar qualquer um mal, mas e ela não conseguia tratar Marcus mal, ela o amava, mas ainda tinha algo para resolver com seu ex. E então naquele dia eu aprendi a como segurar uma arma de fogo, querem sabe o que eu fiz?, Bom eu e Arabella fizemos um massacre. Invadimos uma festa do ex dela, e matamos todos lá, Achou pesado?, eu também, e me culpo até hoje por isso, mas eu precisava ajudar ela, eu odiava traição, mas hoje eu sei que deveria ter ajudado de outro modo, não matando todos. Mas isso ainda não acabou, bom esse episodio de matar ex sim. Mas depois de eu ter feito amigos e começado a apoiar um novo casal, coisas começaram a acontecer na casa dos famosos. E não eram coisas muito boas.  

A casa dos famososOnde histórias criam vida. Descubra agora