11 blocks | Tronnor

V.

Uma lição importante para levar para a vida: Tyler Oakley não aceita "não" como resposta. A maioria das pessoas perguntaria o que precisa perguntar, receberia o "não", tentaria mais algumas vezes, mas acabaria desistindo. Tyler não se encaixa nesse grupo.

- Você precisa ir – Tyler disse seguindo cada passo de Connor pelo apartamento, como um cachorrinho perdido.

- Não, eu não preciso – Connor retrucou sem olhar para o amigo, mas o começo de um sorriso aparecia em seu rosto porque o mais novo sabia que aquela era uma batalha perdida e que só estava prolongando o assunto porque os argumentos de Tyler eram divertidos.

- Sim, que tipo de amigo você é? – Tyler questionou agarrando Connor pelos ombros no meio do corredor e virando-o de frente para si. – Você está rindo? – Tyler estava genuinamente confuso e aquilo era divertido demais.

Connor assentiu, rindo de verdade dessa vez, sem conseguir se conter. O amigo soltou seus ombros e revirou os olhos, passando por ele e seguindo em direção ao quarto.

- Significa que eu venci? – Tyler disse virando-se novamente para Connor para ter certeza. Tinha sido fácil demais. Connor assentiu e Tyler bateu palmas antes de correr para o guarda-roupa do amigo, que se arrastou até o quarto, suspirando profundamente como se agradar o amigo fosse a proposta mais horrível que alguém tivesse lhe feito.

- Se a música for horrível, eu te agarro pelos cabelos mesmo que a gente mal tenha entrado na festa – Connor disse sabendo que aquela era a mentira mais suja que ele tinha pronunciado.

- Basta você ficar bêbado que pode estar tocando música ambiente e você vai dançar como se fosse o novo single da Beyoncé – Tyler rebateu sem tirar os olhos das roupas nos cabides do armário de Connor. – Além disso, Scott vai estar lá, ele vai fazer você se divertir.

Aquilo era verdade, se Scott Hoying estava na mesma pista de dança que você, a possibilidade de diversão era garantida.

- Então, Mitch vai – Connor afirmou e Tyler revirou os olhos como se fosse um absurdo pensar o contrário. E era. – Quem mais além deles?

- É óbvio que o Mitch vai, desde que eles começaram a namorar, os dois são ainda mais inseparáveis, coisa que eu achava impossível – Tyler agarrou um cabide com uma camisa que o tinha agradado e sorriu antes de colocá-la estendida na cama do amigo. – Leland vai estar lá, Luke, Raymond, Korey, Mamrie, Grace, todo mundo...

Connor considerou suas opções: sair em uma sexta-feira não era seu passatempo preferido, mas, ao mesmo tempo, ele sentia falta de sair e não se preocupar com mudar de casa e organizar móveis e reorganizá-los porque tinha encontrado algum defeito invisível para os outros.

Talvez ele até pudesse se divertir.

...

Jacob não atendia suas ligações há três dias. Nem respondia mensagens. Troye tinha tentado contato até por email, o que ele considerava um nível desconhecido de desespero. No segundo dia, Hari tinha mandado uma simples mensagem: ele está comigo, espere. Não tinha sido suficiente para que o garoto parasse de tentar.

- Nós temos uma festa para ir e você não pode aparecer com essa cara de preocupação e essas olheiras que cobrem seu rosto – Emma disse tirando os olhos do celular para encarar a nuca de Troye, que estava sentado na ponta da cama com o celular nas mãos, mandando mensagens no intervalo entre as ligações que fazia.

- E se ele não voltar? – o garoto olhou para ela e Emma quis chorar.

- Ele vai, mas não se você continuar sendo irritante – ela se aproximou colocando a mão no fim das costas de Troye, fazendo círculos com seu dedo em uma tentativa de acalmar o amigo.