Ela se foi com a mesma facilidade que veio. Quando dei por mim já estava apaixonada pelo seu jeito. Quando eu finalmente disse, ela riu com aquela leveza e apenas disse que não dava. Ela não podia me amar, pois ela era do mundo, ela não levava paixões para casa no final da tarde. Ela era a liberdade em pessoa, e acho que por ela ser assim eu apenas me apaixonava mais. É meio desconcertante dizer que éramos perfeitos uma para a outra pois lá no fundo eu sabia que não éramos. Eu me sentia frustrado quando via ela beijando outras bocas, afinal eu a amava. A paixão deu lugar ao amor e tudo ficou pior para o meu lado, aquilo só crescia me fazendo ceder espaço demais em meu peito. Eu queria que ela me pedisse para fugirmos, mas era tolisse pensar isso quando ela nem se lembrava de quem eu era. O tempo passava e eu percebi que ela não podia ser minha pelo fato de ser uma sereia, atraindo todos com seu jeito encantador. Todos naquele pequeno lugar a queriam. Ela sorria toda vez que era convidada por alguém daquele pequeno bar de esquina, mas não era um sorriso de alegria, era um sorriso de desculpas, como quem dissesse um 'não' gentil demais.
Os anos passavam, mas ela não era mais a liberdade em pessoa. Ela agora tinha um namorado, e eu podia sentir aquela tristeza me abatendo quando via seu jeito se perdendo.•Tay Marcon
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Ensaio sentimental
PoetryÀs vezes temos que colocar todos nossos sentimentos para fora, mas nem sempre é tão fácil. Uma carta e um copo cheio de amargura. Será que tudo é realmente um mar de rosas? Autora: Tayná Marcon •Poesias e textos *Plágio é crime*