Capítulo 4 parte 1- Eu quero?

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Desculpa a demora...

Mas consegui terminar os capítulos... E como eles ficaram grande decide reparti-los...

Bjinhos....

♡ ♡ ♡

-Me conta... - pediu Victor- Como foram esses anos?

Vanessa não queria quebrar aquele clima tão gostoso relembrando do seu passado. Estava tão bom ficar ali parada com ele e tendo a sensação de ninguém mais existia no mundo.

Voltar ao passado dói e ela não queria voltar aquele poço.

- Vem!- disse Vanessa puxando ele pro banco de concreto que tinha no calçadão da praia- Vamos sentar um pouco aqui.

O final da tarde estava perfeito.

Por ser inverno não tinha muita gente na praia. O céu estava com nuvens pesadas e o alaranjado do sol no meio delas. E o mar estava numa ressaca incrível.

O vento nem preocupava Vanessa, mas deixava Victor inquieto por causa do cabelo. Tendo que soltar a mão dela toda hora pra prendê-lo.

- Por que não corta esse cabelo se toda hora o prende?

Victor olhou pra Vanessa como se ela tivesse acabado de falar pra ele cortar a mão.

- Não corto meu cabelo de jeito nenhum- rosnou ele.

- Se te in...

- De jeito nenhum!

- Ok, Ok! - se deu por vencida rindo.

- E não venha mudar de assunto- disse entrelaçando a mão dele na dela e beijando-a- Como foram esses anos?

- Hum...- murmurou enquanto sentia os lábios dele na sua mão- Nada de interessante. Só saí do orfanato, estudei, fui pra faculdade e depois direto pra revista.

- E é a gerente geral do Departamento de Moda...

- É isso aí- sussurrou ficando encabulada.

- Para de graça- reclamou- Tem mais coisas aí...

- Não tem não. Sério!

Victor pegou a sua mão livre e colocou no queixo dela. Fez Vanessa virar pra ele. Deixando-os frente a frente.

Cada olhar e cada toque a deixava mais consciente de quem estava ali.

- Eu vou te contar o que fiz esses anos e depois você me conta.

- Mas já te...

- Quero saber até as coisas insignificantes- disse dando um beijo na sua testa.

Enquanto falava Victor fazia carinho na nuca e cabelo dela. Fazendo Vanessa ficar toda arrepiada com o cafuné dele.

- Depois que saí do orfanato fiquei um pouco em choque- falou sorrindo- Estava acostumado com aquele nosso mundo. Onde só existia eu, você e o resto. Ter uma casa, um quarto só meu, irmãos e principalmente pais foi um choque tremendo.

"Curti muito depois que me acostumei, mas toda a noite eu sentia muita saudade tua- disse enquanto contornava o seu nariz com o dela- Como meu pai teve uma proposta de trabalho na Argentina eles decidiram aceitar."

"Não foi fácil deixar o país pra ninguém. Porém foi o meio que eles encontraram pra aliviar minha dor. Lá aprendemos outro idioma, a cultura, as músicas e tudo mais."

"Os anos foram passando e eu não conseguia lembrar mais do seu rosto. A única coisa que estava fixa na minha cabeça era esses olhos. Nunca esqueci seus olhos. Sabia que um dia eu ia voltar pro meu Luar."

"Terminei a escola, fui pra faculdade de Jornalismo e me interessei por moda. Quando terminei meus estudos estava decidido voltar pro Brasil e ir atrás daqueles olhos que me cercava toda a noite. Foi aí que recebi uma proposta de trabalhar na Revista."

"Não pensei nem duas vezes e aceitei o emprego, pois sabia que essa proposta era o destino falando pra eu voltar. E como um passe de mágica eu encontrei aqueles olhos no dia que fui apresentado na empresa."

"Queria mandar a Gabriela parar de falar e correr pra você. Mas seus olhos me aprisionaram de tal maneira que nem conseguia respirar."

"E você me reconheceu."

Victor conseguia se tão doce como bala nas suas palavras e ser tão homem com o jeito que me tocava.

Vanessa ficou sem reação diante daquela declaração. Ele sentir falta dela enquanto ela tentava esquecê-lo a deixou triste.

Tirou a mão dele do seu pescoço e beijou a ponta dos seus dedos como agradecimento. Ela não sabia o porquê mais tinha que agradecê-lo.

- E como são seus pais?- perguntou beijando seus dedos.

- Eles são incríveis- disse rouco por causa da emoção- Antônia e Júlio me deram princípios. Mostraram o que era amor, um lar e valorizar as pequenas coisas.

- E seus irmãos? São mais novos ou mais velhos?

-Mais velhos e é um saco ser o caçula- disse rindo, seus olhos estavam brilhando enquanto falava da família. Dá até um pouco de inveja em não ter o mesmo brilho- Tem a Marcela de 29 e Jefferson de 32. São duas malas que quase se mudaram pra cá junto comigo.

- E não tem mais ninguém?

- Não. Meus pais eram filhos únicos e sempre quiseram uma família grande.

- Deixou ninguém pra trás?

- Não!

- Ninguém especial?

- Hum...- murmurou a puxando pros seus braços.

Victor a fez sentar praticamente em seu colo. Colocou o seu rosto em seu pescoço e começou a niná-la enquanto beija aquela região.

- Victor- chamou cutucando seu braço- Eu fiz uma pergunta.

- Qual era mesmo?- perguntou rindo no seu pescoço.

- Tem alguém especial?

- De certa forma sempre teve alguém especial- afirma mordendo o pescoço dela.

-Pode me soltar?!- pergunta indignada, tentando sair do seu colo, mas ele a apertava mais.

- Não!- nega sorrindo, fazendo olhar pra ele- Essa pessoa especial sempre foi você. Meu Luar. A menina que roubou meu coração há muitos anos atrás e a mulher que vai ficar com ele pra sempre se quiser.

E Eu quero?

E Eu quero?

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