SEMIDEUSES, percy jackson

Eu sou forte e decidida, chorar é para os fracos

Pov Ju

Hoje é o meu aniversário de 16 anos.

Nunca gostei de comemorar, na verdade nunca gostei de datas comemorativas.

Lembro que no meu aniversário de 15 anos papai me deu uma espada, ela se transformava em um pingente, igualmente a que Hefesto me deu quando fui ao Olimpo.

Eu queria a Contracorrente, mas ele deu para a Mariana, nunca demonstrei o ressentimento que eu comecei a sentir a partir dali, desde então me escondi atrás de uma máscara, por isso que eu sou assim.

Acho que não me pareço em nada com Percy, e sim com Annabeth.

Tento engolir o choro, mas é em vão.

Não posso deixar isso me abalar.

"Foco Juliana foco, você nunca se importou com isso, não vai ser agora que vai começar" digo pra mim mesmo.

"Eu sou forte e decidida, e chorar é para os fracos" repito isso várias vezes na minha mente.

Levo as mãos ao rosto para enxugar as lágrimas, já que as algemas são grandes.

Eu sou o começo de tudo, e também o fim.

Nada me interessa mais do que destruir a Lauren e salvar a minha irmã.

Sinto meus olhos manejando novamente.

"Chorar não vai te fazer forte" penso.

"Você sempre foi um nada, e ficar chorando e se lamentando vai continuar sendo um nada" digo pra mim mesmo.

Não sei porque estou assim, nunca gostei do meu aniversário, mas eu não posso me abalar tem gente que precisa de mim.

Pare de chorar e pense em uma maneira de sair daí - uma voz me diz. Mas nem dei o trabalho de saber quem era.

De repente uma caixinha aparece ao meu lado, ela era preta, a peguei, dentro da mesma tinha um grampo de ouro com diamantes.

Vovô Poseidon - penso.

Ele sempre me dar esses tipos de presentes no meu aniversário.

Feliz aniversário - agora reconheci a sua voz.

Apenas sorri.

Uma imagem meio borrada apareceu na minha frente... era papai!

-Papai! - digo assustada.

-Acredito no seu potencial -ele diz e a imagem some.

Fico de boca aberta tentando processar o que acabou de acontecer.

Encaro o presente de Poseidon, e o lugar onde estava a imagem de papai.

Sinto uma raiva consumir minhas veias, ele nem lembrou do meu aniversário.

Solto um grito de fúria.

Movo uma das mãos e sinto tudo balançar descontroladamente.

Eu não tenho controle da minha raiva, se eu não parar eu vou matar todos nós.

Matheus e Max acordaram atordoados.

-O que ela vai fazer? - Max pergunta assustado.

-Nos matar, é isso que ela vai fazer - Matheus fala se segurando nas grades da sela.

As minhas algemas arrebentaram por causa da pressão, e um tridente formou-se na minha mão. Apenas com um dedo abri a sela em que eu estava.

Fui até as selas dos meninos e abri. Em seguida as algemas.

-Deixem pra mim agradecer depois, porque agora a gente vai sair daqui -digo caminhando até a porta e abrindo a mesma.

Transformo o grampo, numa espada de puro ouro, com os diamantes no cabo.

-Onde você conseguiu essa espada do mais puro ouro? - Matheus pergunta.

-Presente de aniversário - digo fazendo pouco caso.

-Ela só pode ter sido produzida no Olimpo - ele diz encarando a minha mais nova espada.

-Acho que você já sabe quem me deu - digo dando um passo a frente da porta, parando bem no meio da mesma.

-Poseidon - ele diz abismado.

-Pessoal é agora ou nunca - digo segurando o cabo da espada com forma.

-Ju a lancha deve está cheio de monstros, da última vez demos sorte, desta vez não tenho tanta certeza - Matheus fala receoso.

-Você acha que eu não pensei nisso, a lancha está cheia de semideuses traidores que a Lauren recrutou do acampamento Meio-Sangue, além dos monstros - digo e respiro fundo.

-Mas como vamos passar por todos eles? - ele pergunta.

-Vou usar o mesmo método que usei agora pouco, com a água ao meu redor vai ser muito mais fácil conduzi-la ao meu favor - digo.

-Você sabe que isso é muito perigoso, você quase nos matou - ele diz mostrando receio no seu tom de voz.

-Não se preocupe, eu sei exatamente o que faço, e não preciso de ninguém opinando - digo curta e grossa.

-Okay - ele levanta as mãos em sinal de rendição.

Saímos do porão rumo à nossa liberdade.