To Build A Home

Lighthouse

Antes de tudo eu tenho que agradecer a leticialcst por todo o apoio e por ter revisado o texto. Se não fosse por ela eu nunca iria postar essa história. Muito obrigada, Lelê 💗.

Também quero dizer que escrevi com muito amor e carinho, então, espero que você que está lendo, aprecie ler tanto quanto eu apreciei escrever.

Ah, outra coisa. É muito importante que escute a música que estará na mídia de cada um dos três capítulos da história, elas são relevantes para a leitura.

Boa leitura.

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O vento assobiava pelos corredores longos, chicoteando nas paredes e curvando a cada entrada.

Estava tudo tão calmo. Era hora do almoço e todos os meninos deveriam estar tendo suas refeições no grande salão que era o refeitório antes de voltar às suas atividades normais daquele dia. Mas ali no corredor perto aos dormitórios, ao lado de uma das grandes vidraças por onde a luz do dia entrava, estavam eles, Louis e Harry, escondidos atrás de uma das grossas cortinas.

Não tinham medo de serem encontrados ali porque aquele grande vão da parede, onde antes provavelmente foi uma lareira e agora é só um oco espaço aberto coberto por metros de tecido, era o esconderijo dos dois há anos, o ponto de encontros secretos no meio do dia.

Mas e se alguém notasse o sumiço deles? E se alguma das madres os enchessem de perguntas sobre onde estiveram? Dariam um jeito de esconder a verdade, assim como vêm fazendo há anos.

O coração de Harry batia acelerado por estar ali, enfim, com Louis a sós. Finalmente podendo encaixar seus dedos pequeninos nos dele sem levar algum castigo por isso. Podendo sorrir para seus olhos com ruguinhas nos cantos.

– Você não está com fome, Lou? Podemos comer rapidinho e sair de lá sem que nos percebam. – As palavras eram cochichadas para garantir que ninguém os escutassem.

– Não, Harry, eu só quero ficar aqui com você enquanto temos tempo. – Louis puxou as duas mãos de Harry para as suas e entrelaçou seus dedos, observando como estavam quentinhas e, aparentemente, um pouco suadas. Sorriram cúmplices um para o outro.

– Queria muito poder sair logo daqui. Com você, claro. – Harry disse baixo, como se estivesse confessando um grande pecado.

– Não vai demorar muito, você já faz quinze anos no mês que vem, Hazz, só mais três anos e já terá idade suficiente pra sair deste lugar.

A Bredbridge Boarding-School era uma instituição inglesa para garotos. Um grande colégio interno mantido pela igreja, um dos maiores na Inglaterra, por isso abrigava não só garotos que eram mandados pelas suas famílias para terem uma boa educação, como também meninos órfãos.

Quando Louis foi mandado para lá por seus tios ele tinha apenas dez anos e estava muito assustado com o que poderia acontecer naquele lugar. Suas primeiras semanas foram um inferno total, não tinha amigos e se recusava a ser disciplinado pelas freiras e freis que supervisionavam o local.

No fim da primavera daquele ano, ele conheceu um garoto de cachos castanhos e bochechas avermelhadas que sempre chorava baixo na biblioteca. Um pequeno órfão chamado Harry, dois anos mais novo que ele, que aparentemente crescera ali sem muitos amigos. 

Ele não podia deixar aquele pequeno cacheado de olhos verdes sozinho ali, então fez o que sabia de melhor, contou piadas para o garoto, as do tipo que se ri de tão idiotas, e aquilo virou um costume dos dois, sempre reservavam alguns minutos das suas leituras obrigatórias da semana para contar piadas atrás das grandes estantes de livros.