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01-04-2017
Sou um planeta que gira confusamente por entre os lençóis que parecem ser feitos de fogo puro. Abro os olhos sem ao menos ter consciência desse movimento e tudo gira numa espiral febril sem fim.
Mais um espirro que me faz gemer de dor e um leve tinido suave de dor repica na minha garganta sensível.
Ouço gargalhadas difusas e felicidade que me escapa como areia por entre os dedos. A febre, a dor de garganta e o cansaço desta doença existencial confundem-me até cair, de novo, no chão friamente quente da febre.
O fogo percorre os meus nervos, uma febre jovial e forte que me faz levantar mas que não tem firmeza para me ajudar a ser perpendicular ao chão.
O sentimento de rejeição, toda esta dor misturada numa cobaia inocente no mundo que teve a infelicidade de ser escolhida pelas garras das esperança.
Os meus gritos esmorecem e desaparecem quando o vento uiva e me faz voltar ao chão que tão ordinariamente me acompanha. A dor de garganta instala-se, o cansaço vocal nasce nas ruínas da força.
A força balança-se suavemente na confortável cadeira de baloiço da Inércia e acena docemente com ares puros de Deusa.
Só a confusão resta envolta num nevoeiro de delírios febris.
Sonhos envenenados evaporam com este calor, esta visão da desistência.
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lágrimas de tinta;
PoesíaOs dedos separados por milímetros, os olhos tão perto dos teus... Sempre tão próxima, a milímetros de te tocar mas tu não me vês. Uma linha invisível separa-nos um do outro. Uma linha que toda a gente conhece mas ninguém vê. Uma linha objetiva...