Quando Rana saiu de seu quarto suas damas de companhia já estavam a postos. A princesa de apenas quinze anos já estava pronta para conhecer o Príncipe Guilherme, seu futuro esposo. Com a coroa prateada na cabeça, ela saiu desfilando com seu longo e delicado vestido rosa.
- Princesa. – repetiram as três damas em reverencia.
- Bom dia, meninas! Já disse que não precisão se curvar para mim. – sorriu a bela garota dos cabelos encaracolados.
- Temos sim. Um dia você se tornará Rainha e todos os seus súditos devem respeito a você. – repetiu a Dama baixinha.
- Você está animada, princesa? – questionou a morena mais alta. – Dizem que o príncipe Guilherme é o mais bonito da corte Italiana.
- Mais ou menos! – ela sorriu ao seguir andando. – Eu não queria ficar noiva tão cedo. Disse para meu pai que queria viajar e conhecer o mundo. Mas ele insiste em me colocar para cortejo.
- Rana, você é a futura rainha da França. Já deveria estar comprometida. Mas já colocou quatro príncipes para correr daqui. – gargalhou a Dama de pele escura.
- Mirela, eu já disse a você. Não quero noivo, quero liberdade. Esse castelo já me prende demais.
- Você não tem escolha. – respondeu a baixinha loira ao seguir andando atrás da princesa.
Quando as quatro chegaram no grande salão, o rei e rainha já estavam sentados em frente as inúmeras pessoas que dançavam e se divertiam. No momento em que as portas se abriram, todos pararam para observa-las.
- Princesa. – Uma voz em uníssono se esvaiu pelo salão enquanto os súditos faziam reverencia.
- Bom dia, Corte. – ela sorriu enquanto desfilava.
No final do corredor que se abriu, estava seu pai, o Rei Roberto da França e Mirian, sua bela esposa. O rei era alto, tinha cabelos lisos e loiros. Seus olhos azuis eram tão transparentes quanto as aguas do mar. Sua mãe era italiana, tinha a pele branca como a neve e os cabelos escuros como a noite.
- Papai, mamãe... – fez reverencia. – Onde está o meu suposto noivo. Já posso manda-lo de volta para a Itália? – gargalhou.
- Rana. – sua mãe fez sinal para que ela se calasse enquanto direcionava o olhar para o jovem que chegava logo atrás.
- Permita-me apresentar o seu futuro marido, minha filha! – O rei se levantou, ao pegar na mão da garota loura e direciona-la ao príncipe que já estava curvado diante dela.
- Não precisa se curvar! – ela levantou o rosto do rapaz com as mãos. – Deixa eu ver se a sua beleza compra a minha liberdade. – brincou.
O rapaz levantou os olhos azuis e fez cara de quem não estava entendo.
- Está debochando de mim, Mileide? – sorriu ao beijar as mãos da princesa. Você sabia que todas as damas da Europa sonham em me ter como marido? – continuou olhando-a fixo nos olhos.
- E você sabia que todos os homens do mundo querem a minha mão, mas nenhum deles me interessa? – respondeu em tom zombador.
- Com essa beleza toda não poderia ser diferente. – sorriu e pegou mais firme na mão da princesa. – Vamos para o jardim. Precisamos nos conhecer melhor. - continuou o jovem dos cabelos negros.
Ele olhou para o Rei, que assentiu, e os dois saíram do grande salão,. deixando todos os súditos curvados pelo caminho por onde passaram.
- Quer dizer que a senhorita é conhecida por mandar todos os príncipes irem embora? – perguntou o jovem dos olhos intensos.
- Prazer, sou eu mesma. – parou diante do jovem e apertou firme suas mãos.
- Isso é por que ainda não tinha me conhecido. – ele sorriu, com seus lábios finos.
- Você não será diferente. – desdenhou ao pegar uma flor na arvore.
- Posso saber o porquê disso? – fez cara de desentendido ao ver a princesa ignora-lo. Como pensa em governar a França sem um rei? Você é a única na linha de sucessão. Você precisará gerar herdeiros.
- Primeiro que eu não acho que casamento deva ser algo arranjado. Segundo por que o primeiro que expulsei tinha o dobro da minha idade e além de tudo ainda era feio. O segundo era inglês, eu não gosto de ingleses. – começou enquanto arrancava as pétalas amarelas.
- Não gosta de ingleses? E dos Italianos? Você tem que gostar, sua mãe é de lá.
- Não interessa! – brincou. – Os outros dois eu também não quis. Um era um espanhol e bem mais novo que eu e o outro... – ela parou e olhou para cima. – O outro até que era bonito, mas se achava demais só por que era da Dinamarca. Então eu coloquei ele para correr para ver quem é que manda.
- Os dinamarqueses são insuportáveis mesmo. – gargalhou. – Me dê uma chance, Mileide. Verá que eu não sou como os outros. – deu um sorriso cativante.
- Quantos anos você tem, fedelho? – fez cara de deboche.
- Acabei de completar dezoito anos. – olhou fixo nos olhos cor de mel da princesa. - Por que? Tenho cara de mais velho? – tentou fazer charme ao passar as mãos nos cabelos lisos.
- Não! Tem cara de mais novo. Acho que não tem capacidade de cuidar de mim. – sorriu e correu para o balanço.
- Eu posso cuidar de você e do país inteiro. – sorriu e correu para junto dela.
Rana pegou impulso e balançou tão alto que quase acertou os pés na cara do jovem rapaz.
- Mileide, quer me matar? – gritou ao desviar para o lado, cambaleando até cair.
- E eu posso? – parou o balanço e falou firme, aproximando o rosto no rapaz.
- Você se acha a última rosa do jardim, não é? – reclamou ao levantar e esfregar as mãos.
- Não me acho. – ela levantou. – Só não quero que escolham o homem com quem vou me casar somente por ter um sangue azul.
- Passar bem! – fezreverencia e deu de ombros.
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Algodão doce
RomanceRana é uma princesa muito simpática. Todos na Corte Francesa a amam e desejam de coração te-la como rainha. Mas tem um problema, a princesa é a unica na linha de sucessão dos Winsters e precisa de um príncipe para governar ao seu lado e gerarem herd...