Eu te amo

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"A dor, é algo relativo que esta sempre conosco, sendo nossa fiel companheira."

Subi a superfície me deleitando o movimento das águas e a formação das ondas. Ficar ali apenas olhando, admirando algo tão belo, enquanto a chuva caia, estava fora de meus padrões.

– ERIN?

Virei-me apenas para me deparar com a imagem dele, tentando inutilmente nadar até mim. Com esses pequenos segundos de distração, não percebi a onda gigantesca que vinha em minha direção. Em menos que um piscar de olhos ela estava sobre mim, arrastando-me para o fundo. Tentei nadar para cima, mas ao alcançar a superfície fui mais uma vez atingida por uma onda ainda maior e mais furiosa que a anterior. Inutilmente tentei respirar antes de tudo ficar preto.

– Por favor, ..... Vamos. Erin?.... Eu a proíbo de..... Volte para mim Bu..... – mais uma vez a voz de Mason soava tão distante, inalcançável. O ar estava sendo empurrado bruscamente a meus pulmões e....

Abri os olhos e com uma lufada de ar, virei-me para vomitar a água que a pouco havia bebido.

Instantaneamente senti-me zonza, tudo ao meu redor rodava.

– Erin. – então Mason estava me abraçando e nada mais importava. O agarrei, prendendo-o a mim. – Deus, você esta louca?

Eu queria chorar, e gritar, dizer a ele que nada era suficiente sem...

– Você quase se matou Erin, QUESE NOS MATOU. O QUE ESTAVA PENSANDO?

Uma fúria desconhecida me tomou.

– O QUE ESTAVA PENSANDO? ESTAVA PENSANDO EM VOCÊ ME EXPULSANDO. ESTAVA PENSANDO EM TODA A MERDA QUE JÁ VIVI ATÉ HOJE, ESTAVA TENTANDO ENTENDER QUEM SOU E O QUE SINTO. DROGA! NEM AO MENOS SEI SE... – não pude continuar e dizer que não sabia se amava Derek, ou o amava.

Vendo o medo e a vergonha em meus olhos Mason afastou-se de mim.

– CONTINUE. DIGA QUE AINDA O AMA. DEUS, COMO PODE SER TÃO ESTUPIDA ERIN?

– EU NÃO SEI, NÃO SEI.... – um soluço escapou, e com ele mais uma vez, vieram minhas salgadas lágrimas. – Apenas não sei, e doí, doí tanto não saber... – sussurrei.

Ficamos nos olhando por algum tempo, a chuva ainda caia, fazendo com que eu tremesse um pouco.

– Venha, vou leva-la ao hospital. – Mason levantou-se e começou a caminhar em minha direção.

– Desculpe, por que tenho que ir ao hospital?

– Você tem um hematoma, bem aqui. – ele tocou delicadamente a parte esquerda de minha cabeça, doeu, mas esse não foi o motivo do suspiro que escapou de meus lábios, mas sim pelo calor que emanava dele, e o formigamento que se estabeleceu naquela região. – Sinto muito, não quis machuca-la...

– Esta tudo bem Mase, eu nem o sinto. – meu coração dava solavancos em meu peito e se não fosse pelo barulho da chuva, diria que Mason poderia ouvi-lo.

Ele ajudou-me a levantar. E logo se afastou, senti uma pontada em meu já cansado coração. Resolvendo me aproveitar da situação, toquei a cabeça e fingi ter uma vertigem. Acho que encenei perfeitamente, pois Mason correu para meu lado, passando seus braços pela parte de trás de meus joelhos e levantando-me ele me carregou até Sally. O cheiro de chuva, mar e Mason invadiram-me, e mais lágrimas se formaram em meus olhos.

Chegamos ao hospital e tive de fazer uma tomografia e ficar de repouso em observação. Minha cabeça infelizmente começou a doer. Mason não me abandona nem por um segundo se quer, mais ainda sim, o sinto distante. Quando me transferem para o quarto ele apenas se senta na poltrona ao lado de minha cama, põe a cabeça entre as mãos e fica assim por um bom tempo.

Para LembrarOnde histórias criam vida. Descubra agora