Zayn conhecia bem aqueles dias, na verdade já estava acostumado e conformado com tal tipo de coisa. Lembrava-se de, em sua adolescência, intitulá-los como "dia premiado" e até hoje ainda era agraciado com aquele tipo de coisa.
- Essas coisas só acontecem comigo! – O ômega se queixou ao bater de forma nervosa com as mãos no volante.
Estava à uma hora de seu destino, ouvindo sua playlist de viagem previamente montada para aquele dia quando aconteceu. Cantava junto a David Gilmour quando o seu carro morreu e não dava indícios de que voltaria a vida.
Agora estava parado no meio do nada às três da tarde embaixo de um calor terrível e num lugar horrivelmente de difícil acesso e pouco habitado. Oh, e também sem bateria no celular. Fizera a droga do check-up no automóvel uma semana antes de partir, e o velho Carl, mecânico famoso na cidade, lhe garantira de que, em suas palavras: "aquela belezinha o levaria até mesmo ao Japão se ele assim quisesse".
E Zayn não chegara nem ao menos à Bradford.
Maldita a hora em que resolvera se valer de um antigo atalho no qual se recordava. Agora, quarenta minutos depois de estar parado na estrada de chão, era claro para si que se antes aquela estrada já fora muito utilizada, agora já não era mais, visto que carro algum passara por ali desde então.
Desistindo de tentar ligar o automóvel depois de todas as suas preces e tentativas falhas, o ômega resolveu que desceria do carro para tentar dar uma olhada – mesmo que de nada entendesse sobre aquilo –, e assim o fez. Ora, por que nunca antes fizera um curso básico de mecânica? O ômega se perguntava ao perceber que seu conhecimento se resumia em saber abrir o capô do carro e nada além disso.
Ao mesmo tempo em que se desesperava em como sair daquela situação, também se preocupava com a tempestade que ameaçava chegar tornando o céu antes ensolarado numa grande tela cinzenta de onde alguns raios se desprendiam vez ou outra.
Como o previsto, os pingos não demoraram começar a cair já grossos e Zayn não viu outra saída se não fechar o capô e voltar para dentro do carro, mantendo também as janelas fechadas.
- Era só o que faltava! – Exclamou. – Eu só espero que essa chuva não demore tanto a passar.
Quando a chuva começou a estiar já se passava praticamente uma hora, uma típica chuva de verão, e Zayn resolveu sair novamente. Talvez encontrasse ali uma propriedade habitada ou uma cabine telefônica. A parca sinalização das placas indicava uma curva dali alguns metros e talvez o ômega pudesse encontrar algo lá, ou era ao menos no que se prendia para não enlouquecer.
Ao finalmente passar a curva, depois de uma longa caminhada, Zayn a avistou. E ela brilhava como nos desenhos animados fazendo Malik se questionar de sua própria sanidade, talvez estivesse alucinando devido ao calor e ansiedade. Só acreditou quando já dentro da cabine telefônica pôde por fim tocar no aparelho e certificar-se de que era real. Era bom demais e aquele tipo de coisa não acontecia consigo, não num dia premiado, ao menos. Ligaria para Doniya ou Waliyha agora mesmo e pediria ajuda.
Tão rápido quanto o momento de sorte viera, porém, logo foi embora no momento em que o ômega constatou que a linha do aparelho estava muda. Com um suspiro derrotado, Zayn fez seu caminho de volta desolado. Como sairia daquela situação afinal?
De dentro do carro, Zayn se via desesperado. O que seria de si, um ômega sozinho naquela estrada deserta, se ninguém aparecesse para ajudá-lo?
O ômega tentava se distrair e pensar em qualquer outra coisa que não fosse o fato de estar sozinho ali, mas sua linha de pensamento desesperado acabou por levá-lo a um tópico ainda mais desesperador: Sua vida. Quando sossegaria, afinal?

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rEaR vIeW - Ziam ABO
FanfictionHeard about all the things you've done And all the wars that you've been in Zayn é um ômega tentando construir uma nova vida. E Liam é apenas um alfa estúpido, aparentemente.