Odisséia, Capítulo 1- A ida

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- Rússia, Saransk, 12 de Setembro de 2015 -
Nesta cidade, morava uma jovem, que estava feliz por ter conseguido passar em uma prova para uma escola, seu nome era Elena Orelov, tinha 16 anos, olhos azuis como a noite, cabelos vermelhos e poucas sardas no rosto. Eram mais ou menos 7 da noite, ela estava reunida na sua casa, que mais parecia uma mansão. Apenas seu irmão, seu pai e sua mãe estava lá, os amigos.. poucos que tinham não compareceram na festa, digamos que ela era odiada na escola por muitos, apenas por tirar notas boas, e ser um aluna exemplar. Não se comunicava com as pessoas na escola, mas não por se achar superior, mas sim por ser tímida, só que as pessoas viam o contrário disso. Elena estava com o cabelo curto, quando na verdade tinha um grande cabelo vermelho, mas as garotas com inveja cortaram o seu cabelo um pouco mais curto.
- por que cortou o cabelo filha? - perguntou sua mãe, uma senhora magra e alta de meia idade.
- eu queria mudar o visual. - mentiu, e deu um pequeno sorriso.
Seu pai estava em silêncio, olhando para a TV tomando cerveja, seu pai era um homem gordo, com uma barba, facilmente confundido com o papai noel, era um homem rico, dono de uma fábrica de bebidas alcoólicas.
- por que ninguém veio, Elena? - perguntou o pai.
- as pessoas me odeiam, pai. - respondeu, sem expressão.
- não é, você é brilhante. - disse sua mãe, com as mãos nas costas dela.
- ser brilhante é triste e solitário. - disse ela com a cabeça baixa.
- por favor, pare de drama. - ele deu um gole na cerveja. - nunca precisei do afeto de ninguém.
- oque você sabe sobre afeto? Nunca esteve presente na minha vida como pai.
- o que mais você queria de mim? Eu lhe dei tudo que você sempre quis, desde o celular mais caro, às melhores roupas. - disse ele com um tom mais alto.
- isso não preencheu a sua falta como pai, nem todo dinheiro do mundo o faria. Nem a minhas festas de aniversário você compareceu, que tipo de pai você é? - ele ficou em silêncio, enquanto sua mãe levava o irmão mais novo, Kyle, para o quarto.
- então está me dizendo que eu não sei como ser pai? - disse ele agora furioso.
- você entendeu oque eu falei. Você nunca foi o pai que eu precisei, amor não se compra com dinheiro "paizinho". - ele levantou.
- você sabe ao menos oque eu passei pra chegar até aqui? Eu nunca tive uma família, nunca tive um lar, eu ralei muito pra chegar até aqui, para que uma patricinha como você me diga oque fazer, você é uma garota muito mal agradecida! - gritou com Elena
- não é por que você não teve uma boa vida, que todos ao seu redor tem q reviver oque você passou, ou descontar nos outros! - ela retrucou, ele ficou em silêncio.
- você nunca vai passar pelo menos por um terço do que eu passei! - disse, furioso .
- não quero ser você, não quero passar pelo oque passou, não quero saber a sua opinião sobre mim. - ela deu passos pra trás. - estou saindo. - ela abriu a porta.
- você não vai a lugar nenhum! - ele gritou - você não está me escutando??? - Elena já tinha ido embora.
Ela correu para longe de casa, chegando à um cas, a noite, a brisa do mar batia em seu rosto, ela estava quase chorando, sua relação com o pai era complicada, já que ele não participou da sua vida, sempre esteve trabalhando e tentava preencher sua parte com dinheiro, mas não dando atenção. Teve idéias malucas, como fugir de casa, viver uma vida longe do pai, mas não tinha como se sustentar, e tinha que ir para a escola que ela tinha sido aprovada. Começou a cair em lágrimas, sozinha no escuro da orla,sem amigos, e família. Uma luz surgiu no céu, iluminando tudo com um grande holofote,a única coisa qie ela fez, foi andar para trás, assustada, quando começou a levitar, indo em direção à algo que a puxava, então, ela viu, mais claramente oque era aquilo, era um objeto voador, gigantesco, talvez maior até que sua casa. Enquanto ela estava subindo, entrando no tal objeto voador gigante, desmaiou.

- Brasil, Santa Catarina, 2017 -

Aqui, vivia um jovem, chamado Caleb August, tinha 18 anos, e um cabelo grande um pouco crespo, olheiras fundas, com um rosto que parecia estar cansado o tempo todo. Não tinha grandes sonhos para o futuro, nem família, era órfão, foi abandonado com 5 anos de idade, usava drogas e vivia em festas. Tinha uma namorada, negra, de cabelos curtos, e sabia tocar violão, ele só vivia, sem rumo. Um certo dia, Caleb acordou tarde do dia, depois de passar uma noite em uma festa, teve uma terrível surpresa ao acordar e ir para a cozinha, seus pais estavam lá, uma mulher nova, loira, com 35 anos de idade, e um homem de 46, mas que aparentava ter 50.
- você não tinha aula hoje? - disse seu pai, segurando um jornal, usando óculos para leitura.
- Aula? - Caleb passou a mão na cabeça confuso, enquanto sua mãe botava a mão no rosto. Seu pai, Ricardo fechou o jornal e disse:
- olha filho, sabemos que você tem seus problemas, e que nunca fomos tão presentes, mas , você ao menos poderia tentar, só foi 1 mês para a faculdade de direito, e sinceramente, não sei como lhe chamaram para lá. - Caleb pareceu estar com raiva em Vê de refletir sobre suas ações:
- pra quê tentar? Para agradar vocês? Para que postem em redes sociais como estão feliz por mim? Mesmo sendo falso? Vocês nunca foram atenciosos, nunca estiveram presentes na minha até agora! - ele estava com lágrimas nos olhos, dirigiu-se a geladeira, pegou um iogurte de morango, estava saindo da cozinha, que naquele momento estava com um clima pesado. Sua mãe foi em sua direção:
- Filho...- disse ela com uma expressão triste no rosto. Caleb se virou:
- Eu não sou seu filho! - gritou - se era essa merda de vida que vocês tinham pra mim, era melhor que eu estivesse morrido de frio naquela caixa de papelão no meio da rua. - Caleb saiu pela porta da frente à pé, com as mesmas roupas que usara fazia 3 dias. Ele ficou próximo a um posto de gasolina, fumando cigarro e chorando. Caleb nunca aceitou o fato de ter sido abandonado pelos pais verdadeiros, e indiretamente, isso aconteceu com os seus pais de criação, e ainda tinha vagas lembranças dos pais dele, e nela sempre estavam felizes e brincando, uma vida simples, mas se sentia bem, nunca houve uma explicação direta doque aconteceu. O celular no seu bolso vibrou, era uma mensagem de sua namora, Mayra, perguntando aonde estava, respondeu que estava na rodovia, mais precisamente perto do posto de gasolina de lá. Mandou para ela sua localização, " estamos indo lhe buscar", reapojdeu ela. Ele continuava pensando sobre tudo, suas atitudes, sua vida , seus pais, tantos os verdadeiros quanto os de criação. Jogou o cigarro longe, e chorando gritou "porquê?" Ficou agachado no chão, olhando para o mesmo. O único refúgio que ele encontrou foram as drogas e o álcool, que o faziam relaxar e esquecer de tudo, mas aos poucos, ele sabia que aquilo o matava. Um amigo o viu, ele usava óculos, tinha 21 anos, e cabelos loiros, faziam faculdades juntos.
- Caleb? - disse ele preocupado. - oque faz aqui? - ele se levantou, foi em direção ao amigo enchugando as lágrimas e botando um leve sorriso no rosto. Miguel, o amigo, sabia que não estava tudo certo.
- Ei. Estou com tempo, vamos aqui na lanchonete do posto e tomar um café? - Caleb fez que sim com a cabeça e foram em direção a lanchonete do posto. Na rádio do posto, estava tocando "suspicious mind" de Elvis Presley. Miguel olhava fixamente preocupado para ele, já Caleb olhava para o café, então, ele decidiu quebrar o silêncio:
- Então, não querendo me intrometer, mas tem acontecido algo com você? - Ficaram quietos por um tempo.
- o de sempre, meus pais adotivos, meus antigos pais, tudo tem sido uma merda. - Miguel escutou atencioso.
- Se quer minha opinião sobre isso.. deveria valorizar o esforço de seus pais,voltar pra faculdade.. eu posso te ajudar com tudo - Ele segurou a mão de Caleb - Por favor, Cal.. saia dessa vida.. mude seus hábitos, faça isso por você, não por mim, não por seus pais, nem por ninguém, por favor, eu estou lhe pedindo como amigo. - Caleb franziu a testa, no exato momento, Mayra entrou na lanchonete,era uma garota negra e estava com o cabelo amarrado. Miguel largou a mao dele.
- você está aí, então, vamos? - Ele olhou para direção do amigo.
- certon Cal, você faz suas próprias escolhas... então... - Caleb ficou parado refletindo, ele não poderia voltar pra casa, depois do que aconteceu. "Preciso relaxar um pouco" pensou
- me desculpe. - ele falou para Miguel .
- tudo bem. - ele ficou sentado, com preocupação no olhar enquanto Caleb ia embora pela porta da frente.
- Para onde iremos? - perguntou ele à Mayra.
- Iremos para uma festa na fazenda de um amigo de Carlos, e enorme, acho que você vai gostar. - é e entraram na van de Carlos, um cara negro, barbudo que tinha dreads na cabeça, era o irmão mais velho de Mayra, acompanhando os dois, estava Maurício e Joana, Maurício era primo dela, e Joana a namorada dele. Durante o caminho, beberam cerveja e conversaram, enquanto Carlos dirigia durante o caminho. Caleb estava quieto, no canto, apenas admirando a paisagem e refletindo sobre tudo. Apenas Mayra estranhou ele estar assim, mas resolveu não se meter. Chegaram na fazenda a noite, já que era bastante longe.. Caleb desceu fumando maconha, enquanto os outros estavam com cerveja na mão. Carlos pegou a caixa de isopor que estava no porta malas, Caleb andou para longe, se afastando um pouco, perto do mato, Mayra o seguiu. Ele estava adentrando mais, quando chegou em uma área muito grande, verde e aberta, sem luzes da cidade, podendo ver várias estrelas. Ela esperou um tempo antes de se aproximar dele, quando resolveu se aproximar, ele levou um susto.
- Ei oque está fazendo aqui? - ela falou perto dele.
- nossa, você me assustou - disse ele botando a mao no peito - vai se juntar a mim? - deitou-se ao lado dele, e ficaram em silêncio vendo as estrelas.
- já parou pra pensar no que tem fora do nosso planeta? - ele disse.
- oque? - Mayra riu.
- é sério, tudo que pode ter, formas de vida, será mesmo que estamos sozinhos?
- cara você está muito brisado! - ela passou a mão no seu corpo, e lhe deu um beijo, sentou encima dele, quando ele falou :
- aqui não, alguém pode nos ver. - falou Caleb, em um tom sério.
- eu não me importo- disse Mayra indo lhe beijar.
- eu me importo. - então, ela levantou frustrada
- vai se juntar ao resto?
- irei, mas não agora.. me dê um tempo. - então Mayra saiu. Caleb pegou para adormecer um pouco, dormiu por mais ou menos 10 minutos, quando uma luz forte foi na sua cara, ele levou um susto com medo de serem guardas.. mas na verdade, era um objeto voador gigantesco, que ele mal conseguia identificar, a luz forte começou a puxar ele para cima, como se flutuasse, ele gritou por socorro, mas ninguém apareceu, ele escutou um grande zumbido, e um barulho de explosão quando finalmente, desmaiou.

--Data Desconhecida, Local desconhecido, ano desconhecido. --

Caleb estava sendo arrastado, escutava ruídos estranhos, como se estivesse no meio de animais, animais gritando de dor, brigando, coisas do tipo, foi colocado em uma cadeira, viu um ser parecido com um louva deus gigante, só que mais feio, implantaram algo nele, como se fosse um rastreador, na orelha dele, vários ruídos assustadores poderiam ser escutados, era escutado de tudo, qualquer tipo de coisa, só não eram ruídos humanos. Foi arrastado para uma sala, e jogado lá dentro, preso em uma jaula como um animal. Uma garota ruiva surgiu na sua frente, vestia uma roupa de frio, e falava algo em russo, no qual ele não conseguia entender.
- Desculpa eu não entendo nada que você fala. - ele ficou assustado. A garota foi para a o portão, e falou algo com um dos guardas que passava. O guarda abriu a jaula, e o pegou, não sabia que tipo de guarda aquele, era como um ser vivo triangular, com um ponto dentro, difícil acreditar que aquilo era um ser vivo. Ele voltou a sala com o "Louva deus gigante" aonde ele tirou aquele objeto da orelha esquerda, colocando outro. Então ele conseguiu entender tudo que os outros estavam dizendo:
- nossa, essa a criatura mais feia que eu já vi - dizia um dos guardas.
- eu não acredito que sou obrigado a por minhas mãos nisso. - completou outro. - mas o que dinheiro não faz né? - depois puxaram ele, o levando direto de volta para a sala aonde a ruiva estava, no caminho, escutava os gritos de horror dos outros seres ao ver ele,alguns o chamavam de asqueroso, de aberração, e outros nomes horríveis.

Então, quando chegou a jaula, finalmente conseguiu entender o que ela dizia:
- Seu comunicador está consertado. Isso é bom, você não sabe o quanto estou feliz por ver um humano! - ela olhava pra ele maravilhada.
- aonde estamos? Que lugar é esse? - perguntou Caleb.
- Bom.. eu acho que deveria olhar pela janelinha ali - apontou para uma janela de vidro perto da cama. Ele foi em direção à janela, e viu estrelas e o vácuo do espaço, se assustou e foi para trás
- não é possível. Eu estou drogado ainda, não estou? - ela olho para ele confuso.
- não... estamos no espaço, incrível não? - ela olhou com um sorriso no rosto. Caleb foi em direção ao banheiro da jaula, e foi para uma privada,vomitando, sem entender o que estava acontecendo.
- isso é impossível, entao aquela nave que apareceu... não era coisa. . Eu... - ela colocou a mão sobre o rosto dele.
- calma, tá tudo bem. - tentando acalmar Caleb.
- e por que estamos aqui? - Perguntou Caleb ainda assustado.
- você não vai gostar de saber. - disse ela, séria.
- apenas me conte, cedo ou tarde saberei. - ele estava mais assustado ainda.
- olha. Alguns seres presos aqui, serão vendidos, e outros, serão usados em uma espécie de zoológicos, eu não sei para qual seremos usados, mas as duas idéias são assustadoras. - Caleb entrou em pânico, e mesmo assustado, olhou novamente para a janela, onde pôde ver um grande planeta vermelho e azul.
- a proposito, meu nome é Elena Orelov. - esticou a mão. - e o seu?
- Caleb Augusto - Ele estendeu a mão e os dois apertaram as mãos, e olharam juntos para a janela.

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