A história de Sofia

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Arthur acordou com os primeiros raios de sol da manhã. Estava deitado, ao que parecia, na grama fofa. Manteve os olhos fechados, não queria se levantar, seu corpo inteiro doía, parecia até que levara uma surra. Ouviu alguém chamar seu nome:

– Está bem! ... – disse – Já estou indo vovó...

Então, percebeu que não era sua avó que o chamava, e sim Gui.

– ARTHUR! ARTHUR!

Arthur abriu os olhos e os raios de sol o atingiram em cheio no rosto.

– Você está bem? – perguntou Gui.

Arthur, porém não pode distinguir a expressão do amigo, devido à intensa claridade.

– Ora, claro que estou! – respondeu – Por que a pergunta?

Arthur se sentou, seus olhos se acostumando à claridade, e olhou a volta, seu queixo caiu.

– Onde estamos? – perguntou.

– Eu não faço a mínima ideia. – respondeu Gui.

Então, de repente, Arthur se lembrou de tudo, do redemoinho de cores, da luz verde, da velha casa e até da queda.

Estavam agora, em uma planície deserta e gramada, ao longe podiam ver os contornos difusos de um pequeno vilarejo e do outro lado, a uns cem metros, as primeiras árvores do que parecia ser uma imensa floresta.

Arthur procurou os amigos, estavam caídos ali perto e Gui tentava acordá-los.

Enquanto, Hally e Tom tinham a mesma reação de Arthur, o próprio Arthur examinava o celular que trouxera. Funcionava, mas sem área de cobertura de nenhuma operadora de telefonia.

– Que ótimo! – exclamou guardando o celular no bolso do jeans. – Estamos perdidos, no meio do nada, sem telefone, sem bebida ou comida, não temos nenhuma orientação. Ah, e sem saber onde estamos!

– Engano seu – disse Hally que estivera amarrando o cadarço do sapato. – Não estamos sem orientação. É só a gente procurar a direção em que o sol nasce.

– Hally! – disse Tom.

– Que é?

– Qual sol?

– Ora! – disse Hally olhando para o céu – O uni...

Mas parou o que estava dizendo.

Querendo saber o porquê, Arthur também olhou para o céu. E foi respondido imediatamente o "por quê?".

Não havia apenas um sol, mas dois, brilhando juntos no céu. O da direita bem maior que o da esquerda.

– Ah, meu Deus! – exclamou Hally.

– O que você dizia Hally? – disse Gui sarcástico.

– O que vamos fazer? – indagou Arthur.

– Está frio. – disse Tom, que mesmo com o casaco tremia.

– Acho melhor irmos até aquele vilarejo – disse Hally, que estivera olhando a volta.

– Vejam! – disse Tom de repente. – Há fumaça subindo lá pro lado da floresta. Deve ter alguém por lá!

– Eu não sei. – disse Hally.

– Ora bolas, é bem mais perto! – argumentou Gui.

Depois de muita insistência, Hally acabou cedendo com a desculpa de que estava mesmo ficando muito frio. Eles, então, seguiram em direção a grande floresta. As árvores não demoraram a cercá-los, o vento brincava de redemoinho com as folhas no chão, as árvores eram grandes e magníficos cedros cujas copas balançavam ao vento. Depois de alguns minutos de caminhada toparam com uma cabana de madeira, que ficava no centro de uma pequena e apertada clareira.

A Lenda dos Cinco Povos - A Terra de AlmarOnde histórias criam vida. Descubra agora