Levantei a cabeça.
Ele olhou-me delicadamente.
- Acabou, Helena. - sussurrou.
Tudo o que sentira era dor, eu amava-o, nunca tinha amado alguém como o amara a ele, bastaram duas semanas para me apaixonar.
Guilherme, era assim o seu nome, tinha sido tudo o que sempre sonhara, mais do que pensara algum dia alcançar.
Tentei explicar-me, explicar aquilo que não tinha feito, e sim, esse era o problema, eu não tinha feito metade do que desejara fazer por ele, mas a voz tinha ficado presa, e as palavras dele retidas no meu coração.
Baixei de novo a cabeça.
Lágrimas escorriam pela minha cara rosada. Ele andava de um lado para o outro.
O meu pensamento ... ah, esse, esse desejava um beijo de Gilherme.
Ele parou, finalmente, em frente a mim.
Colou a sua mão entre o meu pescoço e o meu queixo levantando-me a cabeça.
Ah, aquelas mãos macias, aqueles dedos finos e compridos, tudo me fazia apaixonar, cada detalhe dele o tornava perfeito. Amava-o imenso, e naquele momento tinha a certeza que eternamente também.
- Helena, responde. - disse ele sentando-se ao meu lado.
- A quê Gui ? - respirei fundo - Amo-te e tu não sabes disso.
- Se acabou é porque teria de ser assim. - passou-me a mão no cabelo.
- Acabou porque tu quiseste ! Fiz tudo para isto dar certo.
- Desculpa.
E saiu dali. Saiu. Foi embora. Deixou-me sozinha. Sozinha com a minha dor e com o meu choro abafado.
Seria a última vez que o iria ver. Seria a última vez que iria sentir as suas mãos.
Porquê ? Porque tudo dava errado para o meu lado ?
Respirei fundo, novamente, e dirigi-me até casa.