A varanda.

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Tinham sido apenas quatro meses. Quatro meses de pura alegria.

Aquele Inverno fora o melhor da minha vida.

Dirigi-me para a varanda. Aquela pequena varanda, onde tiveramos dado o nosso primeiro beijo. Onde sentira o calor invadir-me o corpo pela primeira vez em toda a minha vida. Varanda ela, pequena em tamanho, mas grande em emoções.

Limpei o resto das lágrimas com as mangas do casaco que trazia vestido. 

Sentei-me no banco azul.

"O azul para mim, o laranja para ti !", costumava afirmar Guilherme, mas eu, teimosa como sempre, sentava-me no banco azul.

Olhei para o céu. Estava cinzento, não avistava uma única estrela.

- Que dia horrivel ... - disse eu baixando a cabeça.

Fiquei um longo momento assim, a pensar em nada, ou em tudo talvez.

Os meus longos cabelos ruivos esvoaçavam. Os meus olhos negros franziam. A minha pele estava gélida.

O que deveria fazer naquele momento ? Correr atrás dele ? Ligar-lhe ? Mas por fim decidi que o que deveria fazer mesmo era ir vestir outro casaco.

Do armário retirei um casaco alaranjado.

Dirigi-me novamente para a varanda, mas logo depois de me ter sentado decidi em ir fazer café.

Azar, o café tinha acabado. 

Destino ou coincidência ?Onde histórias criam vida. Descubra agora