2-Confronto

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Estava com tanta raiva que queria só queria não fazer nada... Mas amanhã tenho aula.

Fiz o dever de casa - aquele que deixei para fazer na última hora.

Depois resolvi tomar um banho bem quente para relaxar. Peguei minha toalha, e fui para o banheiro.

Abri a porta e fiquei paralisada - meu queixo caiu.

Elliot estava ali na minha frente usando uma toalha ao redor da cintura - avaliei seu corpo involuntariamente... abdômen sarado... ombros largos...

Gostei do que vi.

-Está ocupado - ele diz o obvio sorrindo de mim... Ou para mim...?

Um sorriso lindo, tão lindo que me surpreendeu. É o primeiro sorriso que vejo em seu rosto. E também é o primeiro sorriso masculino que tira o ar de mim.

-Essa é a minha casa. - Digo um pouco desorientada avaliando sua excelente forma física. - Minha casa - repito como argumento para ter aberto a porta em um momento íntimo dele.

Ele se aproxima ainda com um sorriso no rosto - podia sentir o calor de seu corpo.

-Você não é bem vindo aqui... -Ele dá mais uma passo na minha direção. -E saiba que vou fazer tudo o que estiver no meu alcance para tirá-lo da minha casa... - eu tento continuar a frase mais não consigo.

-Nossa casa. - ele aproxima seu rosto do meu. - Esqueceu que agora eu estou morando aqui?

Sou capaz de sentir seu cheiro - sabonete e o cheiro da sua pele.
Por que é que ele está tão próximo de mim? Ele ia me beijar?

Sim!

Não!

-Hummm você tem um ótimo cheiro. - ele diz assoprando seu hálito no meu rosto.

Empurro-o pelo ombro.

-Vai se arrepender - eu rosno.
Elliot caiu na gargalhada.

Ele me ignora.

Nego com a cabeça e saio furiosa - minha boca estava seca.

Vi minha mãe saindo do quarto dela e indo para o quarto onde Elliot vai dormir por enquanto. Ela segurava algumas roupas masculinas... Roupas que eram do meu pai.

Além de ter que conviver com ele vou ter que vê-lo com as roupas do meu pai.

Entrei no meu quarto e bati a porta com força e muita raiva.

Quero-o longe daqui - digo para mim mesma. - Vou tirá-lo daqui, eu juro que vou...

No dia seguinte tive a infelicidade de encontrar Elliot na cozinha antes de ir para a escola.

-Bom dia! - ele me diz, mas eu ignoro.

Pego uma maça e mordo.
- Você vai mesmo me ignorar? - ele pergunta dou as costas para ele e vou buscar um suco de laranja. - Eu vou morar aqui você não pode me ignorar para sempre.

-Infelizmente sim. - digo - Mas eu vou tentar... - me viro para olhá-lo. - Então por que não me deixa em paz...?

-Nem sei por que você esta assim?
Reviro os olhos.
-Será por que você esta aqui?! - pego um copo.

-Você nem de longe se parece com a garota maravilhosa que sua mãe falou...

-Como? - eu me viro lentamente para encará-lo.

-É isso mesmo! -Ele continua - Ela disse que você era uma garota incrível, doce, inteligente, amigável... E linda. Bom, de tudo o que ela falou você não é nada.

Cerro os dentes.
-Você não me conhece - digo estridentes com raiva.

-E não quero conhecer uma patricinha mimada - ele retruca.- Quem ia querer?

Quem ele pensa que é?

Ele se levanta e sai - me deixando ali na cozinha, fico parada olhando o vazio.

Ele me conheceu há 8 horas atrás e acha que sabe alguma coisa sobre mim.

Respirei fundo e fui para a escola.

Naquele momento era melhor estudar do que matar alguém.

Apaixonada pelo InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora