Capítulo 17

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Alyssa

Depois de passarmos um bom tempo curtindo um ao outro debaixo da árvore, resolvemos ir embora. Taylor fez o combinado e me deixou na casa da Lara. Nos despedimos com um pequeno beijo, e logo ele se foi.

Lara ao me ver entrar pela porta, fez inúmeras perguntas. Lhe prometi contar o que quisesse amanhã, quando estivéssemos na faculdade.

Mandei mensagem para o segurança, perguntando se ele estava disponível para vir me buscar. E qual foi minha surpresa ao receber a resposta e saber que ele já estava lá, na frente da casa de Lara me esperando? Nenhuma.

____ Tchau, Lara.

____ Amanhã você não me escapa!

Concordo sorrindo e saio da sua casa.

Ao me ver, o segurança sai do carro e abre a porta para que eu possa entrar. Já acomodada no assento, verifico atentamente o celular que até a pouco tempo estava desligado. Tinha duas ligações de Adam e algumas mensagens. Espero que ele não tenha tido a idéia de vir checar se eu estava ou não na casa de Lara.

Ele não teria tanta ousadia... Melhor, conhecendo o meu irmão, sim, ele teria.

Encosto minha cabeça no banco do carro, e com o indicador na bochecha, penso em algo.

____ Passou a tarde toda me esperando? ____ Pergunto. Pois eu não o vi antes de sair com Taylor, e caso ele tivesse me visto sair, acho que ele delataria aos meus pais ou até mesmo nos seguria.

____ Sim. ____ Responde simplesmente.

Estranho.

Alguns minutos depois adentrávamos pelo grandes portões da mansão. Com o carro estacionado, desci e subi os degraus da casa. Ao abrir a porta dei de cara com um Adam aparentemente zangado e de braços cruzados.

____ Você estava aonde até agora? ____ Ele verifica seu relógio de pulso. 

____ Eu estava fazendo o trabalho com a Lara, horas. ____ Falo como se fosse o óbvio.

____ Tanto tempo assim para fazer um simples trabalho? ____ Questiona.

____ Não é um simples trabalho, é O trabalho. Ele precisou de nossa total atenção. A nota que recebermos por ele, vai nos ajudar bastante.

Não queria mentir, mas é o que tenho feito muito ultimamente, e dessa vez não estava sendo diferente. Minha parcela de culpa só vai aumentando. Eu não queria mentir para Adam, para ninguém, necessariamente. Sei que no fundo ele só quer me proteger.

Mas preciso viver e Adam não colabora pegando sempre que pode no meu pé. Isso as vezes sufoca.

____ Oi, meu amor. Chegou agora? ____ Mamãe surge do corredor. Essa com certeza estava no escritório.

____ Como assim, chegou agora? ____ Adam semicerra os olhos. ____ Mãe! A senhora não se importa por saber quanto tempo ela passou fora?

____ Para, Adam. Sua irmã já está grandinha o suficiente para sair para onde bem entender. Além do mais, ela estava acompanhada pelo segurança, não vejo mal nenhum. ____ Adam bufa em irritação e mamãe acaba sorrindo. ____ Você está se saindo um belo de um irmão possessivo, não acha?

____ Nao acho nada. Só estou seguindo o que me ensinaram desde cedo. ____ Eu conhecia essa história. Papai me contou uma vez.

Quando eu nasci, Adam não gostou nem um pouco de ter a atenção dividida. Por um bom tempo, ele se tornou uma criança rebelde. Não queria me ver por perto. Quando mamãe chegava comigo no colo e ele estivesse no mesmo cômodo, ele logo saia. Em um certo dia, ele teve uma crise. Houve gritos, choro e meu urso de pelúcia jogado fora, totalmente rasgado. Papai vendo que a situação não era normal, que não era capricho de filho mimado, ele sentou-se e conversou com ele. Dali em diante tudo mudou. Papai falou o quanto um bebê podia ser frágil, e que por ser o irmão mais velho, era dever seu me proteger. Que ele era o responsável, que antes de mim, ele era quem daria as ordens. Aquilo o animou. Limpando os olhos vermelhos cheios de lágrimas, ele ergueu-se e foi até mim no berço, e lá, ele acariciou meus poucos cabelos prometendo diante de nosso pai que compriria o que havia sido lhe dito. 

Meu Perfeito AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora