Cap 3 - Ainda prestável

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Pov Emma

Acordar se sentindo estranha já não é uma coisa sobrenatural pra mim, já ate me acostumei ate de mais com isso pois sei que vou sofrer mais do que o dia anterior.
Já pedi a Deus milhares de vezes para pelo menos fazer as coisas melhorarem para o lado da minha mãe mas nem isso ele me ouve...para falar a verdade, deus ouve a gente quando precisa? Pois eu tenho minhas duvidas sobre isso já que tudo que peço e faço o que posso para acontecer ele simplesmente não ajuda...então estou jogando tudo para o alto e ver como vai ser meu últimos dias aqui na terra.

-Emma -Disse minha mãe Teresa entrando no meu quarto

-Que mãe?

-Nós podemos conversar uns minutos? -Perguntou de cabeça baixa

-Agora não da mãe, tenho que ir para a escola

-Você pode faltar hoje...

-E deixar que todos pensam que ganharam...não eu não vou

-Como assim ganharam?

-Ganharam a luta contra mim -Disse pegando a mochila -Tchau mãe

Eu nunca soube muito bem conversar com minha mãe, ela nunca chegou em mim e me deu concelhos que valiam a pena, que eu deveria segui-los, ela sempre falava a mesma coisa... "você não presta" "espera seu pai sair da cadeia e você vai morar com ele na rua".
Claro, eu não sou idiota a ponto de acreditar nisso, já que sempre esta bêbada, mas isso acaba machucando ate de mais.

Na escola continua a mesma coisa de sempre, aquele dia que cheguei e busquei minha amiga de verdade apenas consegui fazer uns 4 cortes não muito fundo como eu queria pois recebi um telefonema de meu pai e saber que falta apenas quatro anos para ele sair já me da um certo medo...ta, eu sei que quatro anos é muito mas vai passar muito rápido e eu não estou preparada.
Voltando ao assunto da escola, novamente Caleb veio atras de mim e como sempre deixei ele para trás,mas a pergunta ainda martelava em minha cabeça...o que ele quer comigo? Porque todos olham quando ele esta perto de mim e não é para zuar?

Após andar alguns minutos chego na escola e vou direto para sala onde logo encontro Alex, o tal garoto que senta na minha frente.

-Oi Alex -Disse me sentando em meu lugar

-Olá Emma, como vai?

-Bem e você?

-Bem também

É realmente estranho chegar na escola e já cumprimentar alguém, eu nunca fiz isso em todos os meus anos em qualquer escola que já passei, Alex é a primeira pessoa que posso chamar de colega dentro de uma escola...isso significa alguma coisa? Acho que não né.

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O horário das aulas passaram rápido graças a deus e como sempre nunca vou para casa sem que aconteça alguma coisa comigo e hoje vou para casa com minhas roupas toda rasgada e com alguns hematomas, sim algumas garotas me bateram após me afastar de Alex para ir embora, mas eu agradeço a minha mesmo pois consegui não chorar perto delas e ser mais humilhada do que eu já estava sendo naquele momento.

Cheguei em casa e graças a deus minha mãe estava na cozinha, então subi correndo para o meu quarto mas não demorou muito ela logo bateu na porta.

-Emma, você esta ai?

-Estou mãe, o que quer?

-Eu preciso conversar com você

-Mãe eu não quero falar sobre o meu pai, eu não quero me lembrar que um dia ele vai sair e com certeza vai ser mais uma pessoa vir atras de mim

-Como assim mais uma pessoa vir atras de você? -Disse tentando abrir a porta -Emma abre a porta agora vai

-Eu não posso -Disse baixo -Eu não posso -Disse só para mim enquanto me encolhia no canto um pouco sem a luz do dia

Ela acabou não chamando mais meu nome ou ate mesmo tentando abrir a porta, mas sentia que ela ainda estava ali.
Por mais que eu não quisesse que ela me visse assim toda machucada, eu ainda precisava dela, eu queria o abraço dela mas ao mesmo tempo me lembrava de que ela nunca foi uma mãe presente na minha vida, ela preferia as bebidas e drogas do que a sua filha...eu sinto falto de quando tinha somente 1 aninho, quando a minha vida podia ser considerada uma vida.

Naquele mesmo local onde estava, passei a tarde toda, sem comer...sem beber água...sem ir ao banheiro, somente pensando em tudo que estou passando, se o pedido de morte vale a pena....se minha vida é prestável.

Infelizmente não durou muito e logo peguei no sono, querendo não acordar mais.

O Diário de Emma WalkerOnde histórias criam vida. Descubra agora