1 - Virose

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Acordei sentido um enjoo enorme e minha cabeça parecia estar prestes a explodir, meu corpo todo, para falar a verdade. Corri até o banheiro e vomitei tudo o que tinha e o que não tinha dentro de mim.

Sentei ao lado do vaso sanitário enquanto colocava uma de minhas mãos sob minha barriga pela dor aguda proporcionada por todas as bebidas que tomei ontem e a força que meu corpo fez pra jogar tudo pra fora agora.

Alguns dias depois eu já me sentia um pouco melhor, só um pouco, deduzi que era apenas pela bebida, por mais que tivesse bebido muito pouco naquela noite. Pensei também que poderia ser uma virose porque meu nariz ficou um pouco entupido e estávamos entrando no inverno.

Mas me senti ainda melhor quando as cartas da faculdade chegaram, meu coração estava disparado enquanto eu corria até minha mãe na sala e a via sorrindo pra mim quando estava prestes a abrir.

Devido ao seu grande esforço acadêmico, nós, da universidade de Oxford, teremos o prazer em ter Louis William Tomlinson como nosso mais novo aluno.

Não pude evitar o grito de alegria que saiu de meus lábios enquanto minha mãe me olhava em expectativa esperando eu dizê-la o que estava escrito.

"Mãe, eu passei" Falei sentindo meus olhos se encherem de lágrimas e ela me abraçar com força dizendo o quanto estava orgulhosa de mim, mas que precisaria de tempo pra entender que o garotinho dela cresceu e está a deixando.

Oxford. Mal podia acreditar que finalmente sairia de Doncaster, todos os dias que passei estudando com pessoas que pareciam me odiar e me tratar como um pedaço de lixo valeram a pena, porque agora eu estou aqui, e eles não.

Eu sempre tive esse sonho de mudar de vida, ir pra cidade grande, onde as pessoas não eram tão desocupadas e não se preocupavam em saber da vida dos outros, que foi o que sempre me irritou em Doncaster.

Mandei um e-mail para Oxford agradecendo e aceitando a vaga. Confesso que havia preparado esse texto há muito tempo, afinal, era meu sonho, e eu ainda não acredito que consegui.

Subi para o meu quarto, me jogando contra a cama e digitando rapidamente para minha irmã, Lottie, contando pra ela que havia passado. Ela estava em aula então não esperei uma resposta rápida e apenas coloquei o celular de lado enquanto respirava fundo, observando os adesivos de estrelas no teto, que brilhavam no escuro. Minha mãe comprou pouco tempo depois do meu pai nos deixar, ela sempre diz que eu temia o escuro e que as estrelas me acalmavam, então, para que não precisasse sair comigo para observar as estrelas, ela preferiu trazer as estrelas até mim.

Senti meus olhos começarem a pesar e como ainda era cedo resolvi tirar um cochilo, segurando a carta que determinaria meu futuro contra o meu peito eu me rendi ao sono.

Assim que abri meus olhos senti meu estômago queimar com aquela famosa sensação de enjoo, que me fez correr até o banheiro, vomitando todo o meu café da manhã. Culpei a virose e entrei no chuveiro para tomar um banho gelado e ver se isso me ajudaria um pouco, e ajudou. Sai com a toalha enrolada da cintura e me deparei com Lottie sentada na minha cama segurando minha carta em suas mãos. Seu olhar se encontrou com o meu e ela correu em minha direção, me apertando forte em seus braços.

"Ai meu deus Lou, você conseguiu. Eu disse que iria conseguir, eu tenho o irmão mais inteligente do mundo" Revirei os olhos enquanto ela fingia que ia chorar de emoção.

Fui até o armário, colocando uma roupa qualquer, só para ficar em casa e sentando ao lado da minha irmã que começou a chorar de verdade dizendo que sentiria minha falta e que eu tinha que visita-los pelo menos uma vez por mês.

Se passaram algumas semanas e eu continuava com o maldito enjoo que me acordava de madrugada ou me deixava até mesmo sem dormir alguns dias. Comecei a me preocupar porque não posso viajar desse jeito. Droga de virose.

Por mais um dia - hes + lwtOnde histórias criam vida. Descubra agora