PRÓLOGO

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ALICE

Max me puxa para os seus braços fortes e suados, passo a mão na sua tatuagem e inspiro o ar que ele expira, ofegante.

— Eu te amo — Deslizei meus dedos por seu peitoral nu — Tem mesmo que ir ainda hoje? — Fiz manha

— Tenho, doutora — Ele beija os meus cabelos — Eu também te amo

— Tudo bem — Olhei em seus olhos azuis, que tem um brilho diferente, um brilho de preocupação — Ganhe aquela luta, Maxwell. Por nós

        — Por nós, Alice

Max está estranho, ele nunca foi de me esconder nada, mas agora está sempre distante. É como se seus pensamentos estivessem em outro lugar. Ele sorri pra mim e levanta da cama, completamente nu. Como eu gosto.

        — Aqui, fiz um novo horário para os treinos — Me entregou o celular e seguiu para o banheiro

Sentei na cama e puxei o lençol para cobrir minha nudez, abri o horário e comecei a analisá-lo. Sou fisioterapeuta e sei muito bem os limites de Max, claramente ele vai dar conta do recado.

Já ia bloquear o celular dele, quando uma mensagem do seu assessor de imprensa me chamou a atenção. Sem pensar duas vezes, eu a abri, podia ser importante.

Nunca tivemos segredos.

"Como vai o mais novo solteiro do mercado? Já falou com Alice? Porque eu já falei com o pessoal do patrocínio e eles ficaram muito felizes que você vai namorar aquela modelo... Estão dispostos a investir mais em você se realmente deixar a Alice"

Paralisei.

Como assim "mais novo solteiro do mercado"? Que palhaçada é essa?!

Larguei o celular de lado, a dor dilacera meu coração, não consigo sentir nada além da dor e das lágrimas descendo sem controle pelo meu rosto, abafo meus soluços com as mãos para que ele não escute. Fecho meus olhos e tento me acalmar, pois minha vontade é avançar em Max e rasgar rosto na unha.

Então ele me chamou aqui para terminar comigo e me iludiu? Iríamos ter um lindo final de semana quando ele voltasse, mágico, intenso... Deus, como ele pôde fazer isso comigo?

        — Quando eu voltar do treino, ainda vai estar aqui, Lice? — Ele alteia a voz e eu ouço o chuveiro ser ligado — Diga que sim?

Respiro fundo e engulo o choro. Não respondo a Max e pego o celular de volta, digito a resposta para o tal assessor, levanto da cama e visto minhas roupas o mais rápido possível. Minhas mãos trêmulas dificultam tudo. Assim que coloquei minha blusa, me olhei no espelho e vi a verdadeira imagem da derrota e da dor.

Maxwell vai pagar pelo que está fazendo comigo. Ele, com certeza, me usou e assim que terminasse seu treino iria me informar sobre nosso nada trágico fim. Jamais pensei que ele fosse capaz de tamanha covardia.

— Lice? Dormiu?

Suspirei, peguei minha bolsa e deixei o apartamento dele, decidida a nunca mais olhar para Maxwell.

— Ali? — Vicente toca meu rosto e sorri — Está comigo, querida?

— Ah? — Sorrio — Estava distraída, desculpa

— Vamos, já estão fazendo a chamada do avião — Ele volta a entrelaçar nossos dedos — Está nervosa pra voltar ao Brasil?

[Amostra] TKO - Nocaute Técnico Onde histórias criam vida. Descubra agora