Conto 12 - Crufix, o Deus do Horizonte

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Theros - Grande templo de Nyktos

Separado do mundo mortal pelo firmamento de Nyx, Purphoros remexia-se em seu trono, incomodado com a situação que se desenvolvia. Por mais que Heliode fosse seu rival, se um mortal tão perigoso causasse algum dano ao Deus Solar, todos os deuses seriam atingidos. Decidido a intervir, pegou seu imenso Martelo de Guerra, um artefato místico, feito de um minério especial de ferro e de fogo mágico, com detalhes em dourado, cujo poder era capaz de causar erupções vulcânicas e de fazer terremotos. No momento que preparava sua descida à Theros, uma gigantesca mão o forçou a sentar em seu trono celestial. De algum local além das fronteiras de Nyx, Crufix surgiu e impediu os movimentos do Deus do Fogo. Com um dedo de indicador, de uma de suas várias mãos esquerda, ele fez um gesto de silêncio na direção de todos os outros deuses.

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Theros - Cidade de Akros

Kasnaer com seus poderes telepáticos, originários da mana azul, forçavam as defesas mentais do Deus Heliode. A batalha psíquica entre os dois titãs começou a reverberar pelas linhas de mana do plano. Relâmpagos e tempestades de vento, assolavam a terra aleatoriamente. Desfazendo os efeitos do encantamento que havia conjurado, Fabius e Alcartur teleportaram-se a uma distância segura, a fim de observar os resultados daquele duelo.

Após algumas horas de intensa resistência, Heliode não aguentou suportar as sondagens do planinauta. Cedeu sobre seu peso e caiu de joelhos no chão de terra, com seus longos cabelos loiros pingando suor. Percebendo a vitória iminente, Kasnaer, com a delicadeza de um chute numa porta velha, invadiu a mente do ser divino. A sensação era igual à de entrar numa imensa sala. Tanto o chão, como as paredes e o teto eram da cor branca, dando uma aparência de vazio e isolamento. A figura mental de Kasnaer tinha as mesmas características de sua contraparte real. O contraste da armadura de aço-negro com o ambiente o destacava, quebrando a monotonia do local. Decepcionado com a vista, uma figura azulada surgiu, dizendo:

- Esses deuses de Theros nada mais são que manifestações físicas das Linhas de Ley deste plano. A pergunta que faço é a seguinte, quem os criou e os obrigou a proteger este local?

- Não faço a mínima idéia, queria algum segredo sórdido deste bostinha! - Kasnaer respondeu, sem se preocupar. - O que faremos, agora que provamos nosso valor para os demais?

- Infelizmente não podemos bagunçar este construto divino, pois o mesmo afetaria o equilíbrio natural e mágico de Theros. Vamos voltar e descobrir como que aqueles dois malucos planinautas se meteram nesta confusão. - O fantasma azul desapareceu da mesma forma que aparecera.

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Theros - Grande templo de Nyktos

Acima de Nyx, a figura sombria de Erebos apareceu e falou:

- Você agiu muito rápido, retirando a mente de Heliode, Crufix. Meus parabéns! - Batendo ambas as palmas das mãos num gesto afetado, continuou: - O que você fará a respeito destes planinautas, visto que nosso caro irmão matou deliberadamente um deles e não podemos fazer muito a respeito deles?

- Devemos caçá-los imediatamente! - A voz firme de Nyléia era proporcional a sua bravura.

- Não farei nada até ter meu bidente novamente! Oh, estou tão devastada e sem vontade de fazer nada! - Ao contrário de sua irmã, Thassa estava com uma voz de tristeza, tão profunda como o abismo dos oceanos de Theros.

Balançando a cabeça em um gesto de negativa, Crufix libertou Purphoros e desapareceu novamente, enigmático como sempre.

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Regatha

A subida pela imensa escadaria de pedras da Montanha Keralia, levou quase três dias inteiros. Parado em um mirante, Yuki pode observar o mar de nuvens alvas, que escondiam o terreno vulcânico e seus rios de lava. No topo da montanha, em um imenso platô, uma estrada conduzia até as portas da Fortaleza Keral. Deixando a imponente vista para trás, o planinauta dirigiu-se ao seu destino, caminhando pela estrada de pedras.

O ar rarefeito e a elevada altitude faziam com que a precipitação de água se tornasse cristais de gelo e com isso, flocos de neve começaram a surgir. Quanto mais o destemido guerreiro avançava, mais baixa a temperatura ficava. Rindo por dentro, lembrou-se de seu plano de descanso, onde a neve era comum. Apertando o casaco por conta do vento, caminhou mais decididamente em direção ao grande portão da Fortaleza.

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Theros - Cidade de Akros

Kasnaer ignorou a figura ajoelhada a sua frente, teletransportando-se para próximo de seus amigos. Ao avistá-los, o temível planinauta falou:

- Preciso de uma bela explicação aqui! Alcartur, o que realmente aconteceu?

- Seja bem vindo, velho amigo! A confusão se iniciou quando Crufix, através de um de seus médiuns, nos interpelou com uma mensagem enigmática. - Alcartur começou a falar e a gesticular sem parar. - Mas aí, esse lixo de divindade apareceu nos ameaçando e você surgiu para acabar com a festa.

- E qual foi à mensagem de Crufix? - Kasnaer estava com um semblante fechado e de braços cruzados.

Antes que Fabius e Alcartur pudessem responder, o dia tornou-se noite e depois voltou a ser dia. As nuvens no céu começaram a flutuar na direção oposta do fluxo magnético e de repente, os três planinautas estavam na presença de um gigante, cujo corpo estava forrado de estrelas. Com pelo menos dois pares de braço, o mesmo se identificou com uma voz que parecia vir de todos os lugares possíveis:

- Eu sou Crufix, o Deus do Horizonte! Sejam bem vindos aos portões de Nyx.

Ambos os viajantes olharam na direção da imensa figura. Mas Fabius começou a falar:

- Qual era o significado de sua mensagem, ó poderoso Crufix?

- Innistrad está sob ataque de uma força mais poderosa que vocês, planinautas! Mas o futuro que visualizei é pior do que isto. Qual escolha você fará, isso é o que realmente importa. - Crufix explicou, gesticulando com todos os seus braços.


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Olá pessoal. Voltei e espero que gostem do capítulo.

Desejo uma boa leitura e uma boa semana.


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