Nem tudo é o que parece - I.C RODRIGUES

Em busca do Desapego

Florida nessa parte do ano era muito quente, era uma das partes ruins de se morar aqui já que eu amava o frio e toda a sua beleza, aquela beleza do branco na neve e do branco da neblina, o branco em si me fascinava, já as outras partes ruins variavam entre a auto população e a comodidade de estar em um mesmo lugar desde o seu nascimento, se é que me entende. Mas em controvérsia a Florida tinha a sua própria beleza, a felicidade das pessoas que ali viviam, o brilho no olhar de todos que ali visitavam era fascinante.

Era uma época de despedida, despedida da minha cidade, dos meus pais e de tudo que estava me sufocando, eu iria me mudar, não só mudar de cidade mas mudar de vida também, eu estava cansado da mesmice cotidiana, mas como não dá para fazer uma mudança radical deixando tudo para trás eu não iria me mudar sozinho meus amigos iriam comigo. Laisla, Luciano, Evan, Kerolaine e Beatriz eram meus amigos desde a minha infância, são amigos do qual eu conheço tudo sobre eles e eles sabem tudo sobre mim, amizades que causavam uma certa inveja a quem convivia conosco.

A nossa viagem era tipo aquelas viagens de amigos de filme, seis amigos desbravando o mundo juntos, era surreal, tão surreal que não se tornaria verdade, seriamos seis amigos indo morar fora para estudar, isso mesmo, ESTUDAR, da pra acreditar?. Iriamos para Portland uma ótima cidade para se viver, para se estudar também mas viver é sempre melhor não acha? Quando eu digo viver quero dizer nos divertir em todos os sentidos possíveis. Portland é uma das cidades mais ecológicas do mundo, com paisagens magnificas, não é atoa que é conhecida pelos seus parques, pontes e ciclovias.

A viagem como o esperado duraria algumas horas, o nosso voo sairia as 22:30h, sendo assim deveríamos chegar ao aeroporto as 21:30h, não poderíamos perder o voo de maneira alguma, já que não tínhamos reembolso. Pra mim não seria difícil sou bem pontual, odeio que me esperem e odeio ficar esperando, sendo assim as 20:40h eu já estava pronto e já aguardava no lugar marcado para encontrar meus amigos. Fui o primeiro a chegar como sempre, não me admirava ser o primeiro, sempre foi assim. Evan chega logo após e Luciano a seguir, ficamos nós três aguardando as meninas. Não entendendo porque as meninas demoram tanto para se arrumar, sei que o cabelo é bem maior, sei que tem que passar maquiagem para não se acharem feias, mas precisa de duas horas para fazer isso?!

Laisla e Beatriz são as próximas a chegar. Na mesma medida de que não entendo por que gastam duas horas eu fico admirado com tamanha beleza, a mulheres tem o abito de serem bonitas por natureza.

-Alguém sabe da Ker?.- Pergunto.

-Estou aqui!.- Ker diz ofegante ao chegar atrasada.

Kerolaine é a minha amiga mais sonhadora e idealizadora, um pouco perfeccionista e bem maluquinha, o que fazia dela uma ótima amiga, que te animava nas horas difíceis e que brigava com você nas horas que você estava errado. Ela não tinha vergonha de falar a verdade e muito menos papas na língua, se ela quisesse ela faria.

Com todos presentes fomos em direção ao aeroporto. A caminho para o aeroporto, Beatriz nos confessou que tinha medo de altura, isso mesmo, medo de altura.

-Como assim você tem medo de altura?-Evan pergunta indignado.

-Eu não quis contar, não queria passar pela "menina que tem medo de altura".- Beatriz conclui.

-Mas você deveria ter nos contado, nós iríamos de ônibus, ou arrumaríamos outro jeito.- Beatriz deu de ombros.- E agora?

-Todos devem superar seus medos, não é mesmo?.- Bia diz.- Chegou minha vez.

Isso era uma verdade algum dia temos que enfrentar nossos medos, e se ela queria o fazer agora, quem somos nós para discordar?! Amigos são para apoiar as suas decisões mesmo que sejam malucas. Chegamos ao aeroporto as exatas 21:45h, chegaríamos mais cedo se as meninas não tivessem atrasado, mais especificamente a Kerolaine.