Capítulo 9

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"I could see it from the stars that I might give you my heart." ― John Legend.


O tempo tornou-se relativo depois dos nossos primeiros encontros, Oliver parecia bem engajado em sua meta de levar-me a todos os lugares que eu lhe joguei aquela primeira noite e muitos outros que ele descobriu conversando com algumas pessoas e amigos que ele fizera desde a sua mudança. Não era uma coisa ruim, eu adorava cada minuto do tempo que passávamos juntos mesmo que eu estivesse sempre pondo alguns limites e tentando não criar barreiras para todas as coisas que fazíamos. O moreno parecia bem paciente com tudo isso, ele dizia que apenas o tempo me faria perceber que não estávamos caminhando para uma parede e sim por um caminho que mesmo desconhecido era certo para nós dois.

Uma das poucas coisas que Oliver não gostava nem um pouco era a distância durante a semana, eu era muito centrada em negar-lhe a vinda ao meu apartamento assim como a recusa de ir ao seu, se nós precisávamos nos focar em nossos trabalhos pela semana não seria nada proveitoso e bom para nossos desempenhos profissionais se nos desgastássemos durante a semana. Isso o deixava levemente irritado algumas vezes e isso nos levava a algumas brigas ocasionais durante o trabalho como um duelo de gigantes, entretanto não era algo que durava, sua testa franzida aliviava e ele segurava minha mão pelo caminho até o elevador cumprimentando as pessoas ao redor e respirando meu cabelo quando nos encolhíamos contra o fundo com a leva de pessoas ansiosas para ir embora.

Mesmo no silêncio da maioria das vezes Oliver ia largando o peso dos ombros e apertando-me mais contra si antes de beijar-me na porta do meu carro e perguntar se eu não gostaria de ir até a sua casa mais uma vez e eu negaria, então ele pediria para ir até a minha e eu negaria outra vez. Era um pequeno ciclo que percorríamos todas às vezes e eu me sentia presa entre o desejo e a recusa. Nossos finais de semana eram recheados de programas ou apenas dias preguiçosos em sua casa ou na minha até domingo chegar e eu me fechar contra uma concha outra vez. Ergui meu olhar do projeto criativo que eu estava montando desde o início da manhã e suspirei meu pescoço duro de tensão e notando Oliver concentrado em seu computador digitando freneticamente algum e-mail de última hora que deve ter aparecido.

― Aconteceu alguma coisa? ― questionou desgrudando os olhos da tela por meros segundos para me olhar de relance.

― Nada, apenas estava desgrudando os olhos desse projeto por alguns segundos.

― Eu sei que sou uma visão muito melhor, acredite em mim: nu crio um efeito ainda melhor ― piscou sorridente e eu revirei os olhos para seu atrevimento.

― É quarta-feira, sua vez de escolher o que vamos almoçar ― relembrei-o e ele sorriu ainda mais.

― Podemos pegar algum lanche na cafeteria da esquina e então eu posso ter você como sobremesa.

― Oliver.

― Doce Autumn ― replicou e então sorriu ainda mais torto em minha direção. ― Realmente muito doce.

Fechei minhas pernas tentando não demonstrar o quanto ele realmente me afetava, mas o sorriso de vitória em seu rosto bonito mostrava que eu não conseguia disfarçar tão bem assim, afinal ele me conhecia e sabia o efeito que tinha em mim.

― Sonhe com isso Holland ― cuspi irritada por ele estar fazendo isso comigo no trabalho.

― Oh eu sonho. Toda noite quando você não está comigo, você sabe. Não é a toa que todo final de semana você é bem recompensada quando acorda e eu já estou totalmente em cima de você. Os sonhos não são nada comparados ao que tenho de real bem na minha frente.

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