Capítulo 11

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 POV Lucy Marin.

Depois do surto que Clarissa teve em frente a nossa casa, Benjamin veio e me ajudou a me recuperar. Mas ainda me lembro muito bem das palavras de minha irmã:

"-Você acha que é quem? Só porque você é a filha perfeitinha não quer dizer que precisa ficar me entregando pro papai e a mamãe. "

"-Se enxerga, Lucille. Papai e mamãe têm pena de você, todos sabem que você deveria estar morta."

"- Você deveria ter morrido quando a mamãe teve aquela complicação na hora de nascermos e você ficou sufocada lá dentro."

"-Queria que você estivesse morta, seria muito melhor."

"-Eu te odeio, Lucille. Sempre odiei e sempre vou odiar."

Olhar nos olhos dela e ver que ela estava falando aquilo com total consciência do que dizia era o pior de tudo.

Eu sempre tive alguns desentendimentos com minha irmã, mas nunca chegou ao ponto dela jogar todas essas coisas na minha cara.

Ela fez questão de esfregar na minha cara o fato da mamãe  ter quase morrido por minha culpa. Durante o parto havia ocorrido um problema, Clarissa foi retirada primeiro, mas eu estava presa lá dentro e por isso quase morri e minha mãe também. 

Porém, assim que me levaram pra me limpar minha mãe teve uma parada cardíaca e por algum motivo eu havia nascido com alguns problemas, mas nada aparentemente muito preocupante. 

Mas ainda assim, minha irmã insiste em colocar a culpa em mim, e essa não foi a primeira vez que ela fala isso, só que agora eu vi todo o seu ódio toda sua raiva e soube que ela tinha total consciência de tudo o que ela havia dito, e isso era o pior.

No dia seguinte eu sai de casa primeiro, a fim de não enfrenter minhas irmã logo de manhã, assim que sai eu vi Aysla e Benjamin saindo e andando em direção ao carro.Quando Aysla me viu ela acenou e logo então Benjamin me avistou e eu vi primeiro a preocupação estampada em seu rosto, mas então ele abriu um enorme sorriso e acenou para que eu me aproximasse. Assim eu o fiz.

–Bom Dia,Lu. Aceita uma carona para o inferno cujo chamamos de escola?- Perguntou Benjamin girando a chave de seu carro com um sorriso brincalhão no rosto.

–Claro que sim. E a propósito, bom dia gente.

Nós entramos no carro e fomos o caminho todo conversando e brincando, Benjamin apenas ria e provocava sua irmã.

Chegamos na escola e nos despedimos rapidamente de Ben e entramos. Chegando lá avistamos Tobias e Caroline brigando, como sempre.

–Num teressa se tu não quer, meu pai deixou então você vai sim- Toby dizia pra sua prima que estava de cara fechada e de braços cruzados até que chegamos e ele nos recebeu com seu típico escândalo.– Lucycat, Branquela!! Meu Deus, menina, você não sabe o que é blush, não?!- Perguntou incrédulo olhando a cara pálida de Aysla, que de acordo com ele, ficava mais pálida a cada dia. 

Ficamos conversando e esperando o sinal tocar para irmos pra sala.

–Deixa de palhaçada Toby- Eu disse ainda rindo,mas logo parei ao ver minha irmã passando com seu grupinho. Quando ela olhou pra mim o sorriso que estava no seu rosto diminuiu e o olhar que ela me mandou foi de puro nojo, então ela desviou os olhos como se nada tivesse acontecido.

Na hora eu só senti vontade de ficar num cantinho escuro e chorar, mas eu não podia fraquejar agora, meus amigos perceberiam que tem alguma coisa errada e insistiriam até que eu contasse o que aconteceu.

Quando o sinal tocou eu fui pra minha aula, mas eu não consegui prestar atenção em nada do que estava sendo explicado, só conseguia lembrar das palavras pesadas da minha irmã.

As aulas demoraram, o que pareciam séculos para acabar. Quando saímos Benjamin voltou, e eu estranhei por não ser o Lukas a vir buscar Aysla, mas eu não falei nada e fui para casa com eles.

Chegando lá eu me despedi deles e fui fazer minha tarefa e me preparar psicologicamente para quando minha irmã for chegar, já que certamente quando meu pai chegar, ele e mamãe iriam nos confrontar atrás do motivo de nós termos brigado.

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*DOIS MESES DEPOIS*

–AYSLA, VOLTA AQUI AGORA!- Benjamin gritou para sua irmã , que havia jogado água nele e fugido, então ele correu atrás dela e eu fiquei rindo.

Estávamos no quintal da casa deles apenas brincando e parecíamos três crianças.

Haviam se passado dois meses desde o que eu e minha irmã tínhamos conversado com nossos pais e decidimos que se não queríamos brigar então ficaríamos longe uma da outra. 

Clarissa passava por mim e não falava, e eu também não seria a trouxa que vai atrás do perdão dela, afinal eu não fiz nada, só disse o que tinha que dizer, não era a minha culpa se meus pais decidiram puni-la.

Agora ela tinha ido para casa de uma amiga, não sei ao certo onde, e eu também não queria saber, o que importa é que ela ficaria cinco dias fora, e já tinham se passado dois desses cinco dias.

Ultimamente eu tenho me aproximado muito de Benjamin e Aysla, já saímos várias vezes com Toby e a Cah.

Toby ainda tinha receio de ficar perto de Benjamin, por medo talvez, mas agora as coisas estavam melhorando consideravelmente.

Aysla já tinha me contado algumas coisas sobre sua família, não muito, mais ainda assim era interessante.

Ela me contou que tinha uma prima chamada Michelle que vivia perturbando Benjamin, porém, eles eram melhores amigos. Ela disse que também tinha um menina chamada Karla, ela era a melhor amiga dela e de Michelle, quando estavam todos juntos era uma bagunça enorme e deixavam todos próximos a eles loucos, e mesmo Benjamin sendo o mais certinho, ele tinha um lado levado e brincalhão.

Ela disse que a mãe era amorosa, mas não tanto, e o pai era muito severo com Benjamin, por ser mais o filho velho. Eles não tinham costume de serem muito carinhosos, graças a sua educação rigorosa.

Eu perguntei pra Benjamin sobre o temperamento de Aysla e ele me disse que ser explosivo é de família e o instinto protetor também, assim se você mexer com alguém que eles gostem eles ficam irritados, e a paciência não é um ponto muito forte deles.

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POV Aysla

Estava dando tudo bem, tudo tranquilo... Tranquilo até demais pro meu gosto. Todo lugar em que a gente ia sempre não tinha nenhum problema ou algo do tipo, e de acordo com um ditado popular brasileiro: Quando a esmola é demais até o santo desconfia.

Eu já estava pressentindo que alguma coisa ia dar errado, e algo me dizia que isso envolvia a volta de Lukas, daqui a uma semana. E eu só posso esperar uma coisa: Tentativa de assassinato entre Benjamin e Lukas.

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   Então meus amores é isso, tomara que vocês estejam preparados para o que vai vir...
Beijinhos!!!

Entering LeftoversOnde histórias criam vida. Descubra agora