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{ Olá indico que leiam o capítulo com a música do vídeo,  se chama Liberta-me da Luma Elpidio,  espero q gostem , Até Xuxus}

   Diego entrou em seu quarto, é domingo, acabará de voltar do culto, mas sua fisionomia não demonstra a calma rotineira.
    Faz 1 semana desde seu esbarrão com Helena, ele não queria contar ou ao menos pensar, mas sua cabeça era traiçoeira e não o ouvia, os olhos castanhos dela parecera para ele uma porta que grita socorro.   Durante os dias que se seguiram Diego passou uma vez perto do ponto aonde a deixou, teve uma vaga ideia de que apenas poderia vê-la mas isso não aconteceu.
   Sentado em sua cama ele bate seus pés no chão no ritmo de sua musica favorita, Diego tenta ordenar seus pensamentos e tentar descobrir o porque daquela Morena lhe chamar tanto a atenção; ele sacode a cabeça e se nega a se deixar levar por seus pensamentos, da última vez que isso ocorreu por pouco não terminou mal. Diego ainda tem lembranças nítidas do seu passado e de tudo o que passou para chegar aqui, ah se pudesse, com certeza mudaria bastante escolhas.
   Em um pulo ele se levanta e pega Xavier, vulgo violão, fora o seu primeiro, para ele é como um xodó. Faz tempo que Diego não o pega. Acaricia o violão e sorri, é o que mais o impulsiona a ter um relacionamento com Deus, de olhos fechados ele começa a dedilhar e sem nem ao menos perceber já entoa uma canção direcionada a Deus.

    Helena o olha novamente, passa a mão em seu cabelo e sorri, mesmo com todos os problemas Caio ainda a faz sorrir, ela se sente feliz, ou pelo menos ela define isso como felicidade, achará 50 reais enquanto voltava da caminhada longa que fizera há três dias atrás após pedir carona a Diego, ela não seria boba de mostra-lo aonde verdadeiramente morava e por isso mentiu dizendo que casa era a verde em frente a uma padaria, quando na verdade é no fim de uma viela, um quartinho acompanhado de uma pequena cozinha e banheiro; mesmo com tão pouco dinheiro ela conseguiu se alimentar e proporcionar algo que Caio pedirá há tempos, pão.
       Em sua lembrança ela ainda tem Diego, alto, moreno e os olhos mel, fora isso que lhe chamou a atenção quando ela estava para sair do carro, não deseja reencontra-lo, a verdade é que quer esquecer todo aquele dia, não deveria ter se precipitado tanto e ter se exposto  a tal risco, doía só de pensar no que poderia ter acontecido a Caio.
─ Eu vou te matar! -Gritou Lidia, vizinha de Helena, eram comum as brigas ali na viela, entrada do morro.
─ Sua Cachorra, eu é que te mato. -Gritou o homem, Helena não o conhecia, nunca o virá, sempre tratava os assuntos com Lídia.
    Ela sabia que esse não era o melhor ambiente para criar Caio, ela anseia que ele tenha um futuro melhor que o dela; desde quando soube estar grávida ela sempre pensou que daria a ele o amor que nunca recebeu de uma mãe.
  Ela sacode a cabeça, não gosta de relembrar o passado, doía, e como.

  Diego acordou com batidas na porta, se levantou rapidamente e viu seu violão ao chão, concluiu, dormiu enquanto meditava.
  Abriu a porta e se deparou com Léo.
─ Fala irmão. -Diz Diego e já entra e se senta, Léo é como se fosse de casa, o conhece desde a escola fundamental.
─ Oi irmão, como tu ta? -Diz Leo se sentado na cadeira.
─ Estou bem, graças a Deus e você?
─ Po to bem. -Diz ele e passa a mão no cabelo, Diego logo percebe que há algo de errado.
─ Senti sua falta no culto hoje. -Fala Diego curvando seu corpo pra frente.
─ Dormi o dia todo, eu ... -Ia dizendo Léo, mas parou abruptamente, fechou os olhos com força, sua intenção é apagar os dias anteriores, mas não dá. Diego permaneceu quieto, no seu íntimo sabia que seu amigo só queria falar.
─ ...  Na Sexta a tarde eu encontrei o Juninho. -Continua Léo,  Diego se retrai e percebe que algo bom não aconteceu.
─ Achei que ele ainda estivesse no interior. -Fala Diego, depois de todo tumulto e do trabalho comunitário Juninho foi morar no interior com sua avó.
─ Ele voltou, eu o encontrei e foi mais forte que eu .. e-e-e eu não queria mas quando me vi já estávamos indo á boate, aquela que frequentavamos, rolou tudo, estou me sentindo um nojo. -Confessou Léo e colocou as mãos no rosto,  Diego ficou sem reação, não sabia bem o que dizer.
─ Cara, eu bebi, eu me droguei e saímos com umas meninas. Ele tentou estrupar uma das meninas e cara eu me senti como se não estivesse me drogado, fiquei lúcido na hora. Foi horrível, depois disso eu larguei eles na rua e corri pra casa e não consegui sair mais. Eu não quero mais. -Desabafa Leo com a voz abafada, ele chora, algo amargo, mistura de arrependimento e raiva de si mesmo. Diego paraliza, mal pode acreditar no que ouviu, seu Eu gritava para que ele se levantasse e desse o maior esporro da história, mas o seu Espirito dizia que não era disso que Léo precisava. Diego entendia que tudo o que vinha seu espírito provinha de Deus, então se levantou e abraçou Leo, bastou isso para que ele botasse pra fora, em lágrimas e soluços, tudo o que aconteceu e a sensação de lixo.
   Léo na verdade queria largar tudo, a cada dia sua teoria de que não haveria mudança pra ele só se comprovava, ele não queria ir a igreja e continuar sendo o mesmo de antes, o beberrão ignorante, um sem amor ... mas todas as vezes que ele olhava para Diego sentia que ele tinha uma chance ainda, ele bem lembra de como Diego era, com certeza bem pior que ele, com toda verdade, fora Diego uma das pessoas que o apresentou a essa vida, não que antes do terceiro ano ele fosse um certinho, mas se houvesse uma comparação seria certo dizer que antigamente Léo era um santo.
─  Calma cara, não é um deslize desse que vai te fazer parar, é isso que o inimigo quer, te paralisar. - Fala Diego se afastando um pouco do amigo, está agachado e assim consegue olhar bem para ele.
─  Mas foi grave, têm noção?  Eu fiz tudo e até mesmo pior do que fazia antes. Não ha jeito! -Conclui Léo, está determinado a parar.
─ Cara, imagina o quanto eu não ja caí nesse mal, você me conheceu. Vai ser difícil irmão, tudo que é fácil vai fácil, e nós estamos falando da sua vida com Jesus, é ou não algo importante?
─ Com certeza é. -Fala Léo já reorganizado seus pensamentos.
─ Então, você só não pode desistir, Jesus veio para os doentes ... mas dependede você. Não desista sem ao menos dar o melhor de si pra que a mudança seja real. -Diz Diego, ele fala mas sua mente estar um alvoroço, as palavras saem com uma propriedade que com certeza não vêm dele.
    O silêncio predomina, Léo pensa em tudo o qur ouviu, chega a conclusão de que para ele é melhor ir para o inferno com a certeza de que fez tudo e deu o seu melhor pra ir para o céu do que passar toda a eternidade queimando de arrependimento.
─ Eu to aqui contigo, para o que der e vier.
─ Pow cara, sei que ta ... sei nem como dizer isso,  mas gosto de tu pra caraca. -Diz Léo enquanto Diego se levanta, ele faz o mesmo, Diego o abraça forte enquanto segura o riso.
─ Também gosto muito de você. -Responde ele. Diego sempre ouviu falar que os homens têm dificuldades em demonstrar sentimentos, mas só percebeu isso mesmo depois que se converteu, ele olhava para Léo e se via no começo da caminhada.
     Os meninos retomaram a conversa só que dessa vez num clima mais leve, Léo voltara com o foco, até mesmo leu a bíblia com Diego;  e quando a hora já havia avançado o suficiente ele foi embora, mas com o sentimento no peito de que ainda havia uma chance.

A Oração Faz A ForçaOnde histórias criam vida. Descubra agora