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   Helena terminou de vestir Caio e beija sua testa.
─ Mamãe, aonde vamos? -Questiona mais uma vez o menino.
─ Vamos passear!
─ Mas nós nem temos dinheiro. -Fala o menino cruzando os braços, Helena percebeu que é necessário ensinar a Caio que pra se divertir não precisa ter muito dinheiro, pois andará observando o menino nos últimos dias, ele chegava com umas perguntas estranhas, ainda mais depois de voltar da escola e se tem uma coisa que Helena não gosta é de pessoas esnobes que idolatram dinheiro.
─ Filho, mamãe já falou que não precisa de dinheiro pra se divertir. Hoje você vai ver. -Diz ela e sorri,  Helena não está totalmente sem dinheiro, tem 20 reais que pegou com Lídia, daria para comprar um biscoito para ele ou qualquer outro agrado simples.
   Diferente dos dias anteriores Helena se sente leve, ultimamente ela têm se ocupado muito, conseguiu um emprego num bar, de faxineira, mas não é todo dia. É um nojo, tudo muito precário e sujo e ela não entende como ainda tem gente que para por ali.
    Ela tranca a porta e desce as escadas, pois mora em cima da casa de Lídia, abre o portão e saí com Caio saltitante, ela sente de alguma forma que o dia será bom.
─  Mãe mãe mãe! -Grita Caio e sacode a mão, ele esta no balanço e Helena sentada numa mesa o observando e pensado; ela se levanta e vai, um pouco contra vontade.
─ Oi Caca. -Diz ela se agachando na frente dele, ainda no balanço.
─ Tem como eu encostar no céu? -Questiona ele,  ela o olha sem saber o que falar.
─ Não filho, olha como é lá no alto, nem a mamãe consegue! -Responde ela e ele a olha confuso enrugando o espaço entre as sobrancelhas.
─ Mas mãe, o cara falou que eu posso!
─ Que cara Caio? -Pergunta ela e olha ao redor, mas não vê ninguém.
─ O que estava aqui com uma menininha.
─ E ele já foi?
─ Sim de carro. -Fala ele e dá de ombros, Helena olha novamente ao derredor, não viu ninguém se aproximar, ao não ser que tenha sido no momento em que se aprofundou mais nos pensamentos e imaginações, conclui ela.
─ Entendi. Que tal comer um cachorro quente pra fechar o passeio? -Pergunta Helena com receio, quer mesmo é sair da pracinha por não saber quem falou com Caio, vai que foi Alberto e dele ela esta é correndo.
─ Eu quero mamãe! -Responde ele já pulando pra fora do balanço, Helena sorri e o pega no colo e rodopia, se senti feliz, o dia saiu como planejado, com certeza fará o possível para que tenha outros assim.

  Diego abre a porta e entra com Dadá no colo.
─ Que passeio rápido! -Fala Dário erguendo uma sobrancelha.
─ O tempo está esfriando. -Responde Diego, ele não mentiu, não fazia isso; mas a total verdade é que ele a viu, e como viu!  Sentada num banquinho, parecia estar em outro planeta, ele na verdade fugiu, se sentiu estranho ao vê la ... aquele mesmo sentimento de antes, angústia.  Se viu intrigado ao ver o menino que Dadá fez amizade, até chegou a falar poucas palavras com o garoto, que estava sozinho no balanço, um descuido da mãe, pensou ele.
─ Depois que você saiu eu lembrei do agasalho dela. -Fala Raiane, mãe de Dadá, esposa de Dário.
─ Fez bem em ter voltado, não foi semana passada Rai que ela estava resfriada? -Indaga minha mãe.
   Reunião de família, o dia foi de almoço e muita conversa.
─ Sim, mas graças a Deus melhorou.
─ É minha filha, é normal dar esses resfriados, olha como o tempo está mudando de repente. - Fala a mãe de Diego, ele da de ombros e segue para o quarto.

Já em seu quarto, Diego volta a pensar em Helena, e é tão involuntário que nem ele mesmo se dá conta de como ela mexeu com algo dentro dele. Rodeado de dúvidas acerca da sua imaginação que teima em carrega-lo para pensamentos impróprios, se ajoelha e decide falar com Deus.
 ─ Pai, o senhor conhece meus pensamentos e mesmo que eu tentasse esconder eu certamente não ia conseguir, então me ajude a controlar eles, pra que não me afastem de ti. Eu não sei Deus o porquê de pensar tanto naquela mulher mas percebi que ela não está bem, cuide dela .... Amém!- Incerto do rumo que sua oração tomou, Diego se levanta e decide voltar para a sala e se juntar a família.
─ Achei que tinha dormido! - Diz Dário assim que seu irmão senta na poltrona.
─ Não, na verdade nem sei porque subi. Cadê as meninas? -Indaga Diego vendo que só resta seu irmão ali.
─ Bom, mamãe e Raiane inventaram de comprar ingredientes pra fazer um bolo, papai as levou e  Dadá foi junto. -Responde, a Tv está ligada mas Dário não presta sua total atenção nela, pois está se perguntando se aconteceu algo com Diego, é próximo demais dele é seria impossível não perceber se houvesse algo de errado.
─ Você tá bem?
─ Estou sim e você? -Diz Diego e encara o irmão.
─ Também estou. A Rai acha que tá grávida. -Fala Dário com calma, já não aguentava mais manter esse segredo, já são duas semanas desde que Raiane contou sobre sua suspeita e desde então Dário só soube pensar em como séria ter mais uma criança.
─ Que maravilha! E porque ainda não fizeram o exame? -indaga Diego sem conter a euforia na voz.
─ Marcamos para essa semana, quarta se não me engano. Já estou pensando em como mamãe vai reagir.
─ Do jeito mais alegre possível, nós sabemos como ela é coruja.
─ É verdade, tomara que seja um menino!
─ Acho q é mais uma menina.
─ Nem brinca com isso. -Diz Dário e encara o irmão que está segurando o riso. Dário sempre quis ter um filho, mas na primeira veio uma menina e depois Raí não quis tentar novamente dizendo ser cedo demais.
  A conversa entre eles continuou amena e calma até a chegada dos outros que transformou o silêncio em uma bagunça animada.

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⏰ Última atualização: Sep 15, 2019 ⏰

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