A Dama da Manção Vermelha

36 6 8
                                    

Terror/suspense

××××××

Naquela longa e tediosa tarde de quarta-feira, não havia quase ninguém na cidade. Poucas pessoas passavam admirando a grande Manção, que continha centenas de detalhes vermelhos, e seu jardim repleto de rosas, também, vermelhas impecavelmente alinhadas. A casa era um pouco destante das outras. Tudo nela dava um ar sombrio e todas as pessoas sentiam um arrepio na espinha ao passar por ela.

Dentro da casa, só se ouvia o som dos saltos da mulher batendo contra o chão de madeira, sua face mostrava uma certa preocupação, ou até mesmo desespero. Podia se ver até algumas gotas de suor descendo pela sua testa, o silêncio na manção se instalava e depois que a mulher parou de andar para lá e para cá, finalmente sossegou e se sentou numa poltrona que havia na sala. Desta vez, só se ouvia os pequenos suspiros de frustração da ruiva. Por que tanta frustração?

- Onde estão os meus sapatos de couro marrom? Eu já procurei em todos os lugares! - a mulher exclama cansada.

Novamente se levanta, a procura do bendito sapato. Ela realmente já tinha procurado por todos os cantos da casa. A mulher subia as escadas em direção ao seu quarto pela terceira vez naquele dia a procura dos sapatos, mas rapidamente para bem no meio das escadas, ao ouvir um estranho som de saltos batendo contra o chão, muito parecido com os dela, mas o som vinha de longe e só se podia ouvir se fosse em total silencio. A mulher olhava para todos os cantos, procurando de onde os sons vinham, até que se deu conta de que vinham do porão. Não demorou muito para a mulher descer das escadas e, em passos rápidos, caminhar até o porão. Parou na pequena escada que dava nele e desceu os degraus bem devagar, os sons de saltos batendo contra o chão não paravam e isso só despertou mais a curiosidade da ruiva.

Chegou na pequena porta de madeira empoeirada, tocou levemente na maçaneta gelada, fazendo com que seu corpo inteiro se arrepiasse. As batidas dos sapatos no chão só aumentava assim como a curiosidade da moça.

Aquela parte da casa era escura, pois ninguém havia ido lá fazia anos. O único som que se ouvia ainda era os saltos batendo contra o chão.

Com cautela, a mulher segurou firme a maçaneta da porta velha e a girou, fazendo um ruído estranho vir dalí. Naquele mesmo segundo, os saltos pararam de bater contra o chão e, imediatamente, ela parou de girar e esperou que algo acontecesse. Depois de longos segundos, a mulher resolveu abrir logo a porta. Terminou de girar a maçaneta enferrujada e abriu a porta com certo cuidado, no que a porta se abria, entrava luz no lugar. Não havia nada nem ninguém alí, pelo menos era o que ela pensava. A mulher então resolveu entrar no cômodo pouquíssimo iluminado para verificar melhor. Apenas se ouviu o som agudo e irritante da porta se movendo atrás dela. A mulher rapidamente se virou para impedir que a porta se fechasse, o que foi inútil, já que ela estava um pouco distante e a porta se fechou numa velocidade espantosa. A mulher se desesperou e correu até a porta para tentar abri-la, mas não adiantou, pois algo já havia trancado-a.

  Os sons de sapatos batendo voltou, desta vez mais alto como se estivessem batendo mais forte e mais rápido. A mulher estava com os olhos arregalados, tentando enxergar algo, mas foi inútil já que aquele lugar não tinha iluminação alguma com a porta fechada. Só sentiu uma respiração quente em seu ombro e seu corpo congelou. Seu peito subia e descia numa velocidade incrível. De repente, os barulhos dos saltos cessam e só se ouviu a voz rouca e não tão grossa em seu ouvido.

- Procurando seus sapatos?

Contos Aleatórios Onde histórias criam vida. Descubra agora