Prólogo

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Todos nós já estivemos por um minuto sequer, pensando em como seria o fim do mundo, você inclusive tenho certeza que já parou pra pensar em diversas formas que poderia levar o mundo a destruição. Guerras, uma invasão alienígena, catástrofes naturais, ou talvez um apocalipse zumbi? Como você sobreviveria a um mundo tomado pelos mortos? Eu, como um fã de The Walking Dead, confesso que todos os meus planos para uma ocasião dessas falharia miseravelmente, provavelmente eu morreria logo no começo. Mas eu não vou ficar aqui falando dos meus planos pra um apocalipse zumbi, afinal, não é isso que importa aqui. Irei contar uma história de pessoas que se adaptaram a essa realidade, pessoas que perderam tanto que se acostumaram com isso,  que se tornaram fortes e guerreiras, passando por situações e perdas que fariam qualquer um desistir num estalar de dedos.

Júlia, uma menina de dezessete anos de talvez um metro e sessenta, cabelos longos e negros, olhos castanhos,  era uma menina muito linda, doce, gentil e sempre foi muito simpática com todos, era muito popular em sua cidade no interior do Paraná, e muito inteligente também.

Em abril de 2016, numa sexta feira muito ensolarada, Júlia acordou cedo com o sol batendo em sua janela e clareando seu rosto, ela costumava acordar sempre animada, então logo ela se levantou de sua cama, espreguiçou-se levantando seus braços e dando um longo bocejo, parou frente ao espelho que havia na porta de seu gurda-roupa, esfregou seus olhos e passou seus dedos dentre seu longo cabelos, deu um sorriso e se virou indo em direção ao banheiro, tomou seu banho, vestiu seu uniforme da escola e lá foi ela descendo rapidamente as escadas para tomar seu o café.

Cuidado menina, você ainda vai acabar se machucando descendo as escadas assim. -Disse sua mãe abrindo um belo sorriso.

-Bom dia pra você também mamãe. -Disse a menina dando um forte abraço em sua mãe, que retribuiu.

Jéssica, mãe de Júlia, cabelos curtos e negros, olhos castanhos e pouca coisa mais alta que sua filha, era uma ótima mãe e uma grande mulher, sempre batalhou para dar de tudo para sua filha, principalmente depois de perder seu marido em uma fatalidade.

Seis anos antes, quando a família ainda residia em Curitiba, Rafael, o pai de Júlia, voltava de seu trabalho de carro quando um maluco bebum acabou colidindo de frente com seu carro, ele até foi resgatado com vida, mas não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo a caminho do hospital. Júlia era muito apegada ao seu pai e passava o dia todo animada somente esperando que seu pai voltasse do trabalho à tarde só para fazer a bagunça rotineira com ele, era uma diversão sem tamanho, coisas de pai e filha, sabe. Júlia sofreu muito com a perda de seu pai, ainda mais ate que sua mãe, e por muito tempo se manteve de cara fechada e de mal-humor, sempre que alguém citava algo sobre o assunto, ela logo saia de perto sem dizer muita coisa. Ela passou a ser mais reservada e não contava muita coisa pra sua mãe, não conversava muito sobre o que ela estava sentindo. Ela jamais superou a perca de seu pai, afinal, quem é que consegue superar uma perda dessas não é mesmo?

As duas então se sentaram à mesa, que estava repleta, Júlia logo tratou de recolocar seus fones e rapidamente pegou seu celular e começou a digitar e a todo momento ela sorria, parecia estar feliz com algo, ou alguém, o que chamou a atenção de sua mãe. Jéssica observava dando sorrisos sutis e admirando a cena.

-O que foi mamãe? Porque está me olhando assim? -Perguntou a menina.

-Não é nada filha é que... É tão bom ver você sorrindo assim novamente. -Respondeu a mulher.
-O que é que fez minha filha soltar um sorriso tão lindo assim?

-Não é nada mamãe, eu só estou feliz.

-Mas feliz por algum motivo? Por que não me conta, não sou apenas sua mãe, eu sou sua amiga também.

Hell In The EarthOnde histórias criam vida. Descubra agora