Jéssica, após sua filha sair para a escola, ligou suas músicas preferidas em seu celular, e começou a faxina de sua casa, acelerando o máximo que podia para acabar o quanto antes e aproveitar seu dia de folga. Ela começou limpando a mesa e organizando a cozinha, depois a sala e após terminar tudo ali em baixo, subiu as escadas indo até o quarto de sua filha. Jéssica pegou os cobertores sacudiu-os um a um, dobrou e colou sobre cama, ela ia retirando os enfeites que havia sobre uma escrivaninha, ao lado direito da cama, quando esbarrou em um pequeno quadro com uma foto do pai de Júlia, deixando-o cair no chão, quebrando. Ela, sabendo que sua filha iria ficar muito chateada, juntou a foto recolheu todos os cacos do chão e pensou em como faria para concertar aquilo.
-Que droga, preciso levar isso pra arrumar, a Júlia vai ficar muito brava se ver. -Disse a mulher enquanto segurada a foto em sua mão.Ela pegou sua bolsa, a chave, e foi com seu carro levar a foto para moldurar novamente. A duas quadras de sua casa, em um cruzamento, ela parou no semáforo e começou a olhar ao redor, procurando movimento de pessoas em suas casas ou nos comércios próximo, mas estava tudo fechado. Ouvia-se apenas o som do motor do velho carro de Jéssica e da leve brisa que adentrava pela janela, batendo contra o painel e voltando bagunçando seu cabelo.
-Estranho, sempre que eu passo por aqui a essa hora os comércios já estão todos abrindo as portas. -Pensou ela com um ar de preocupação enquanto fechava o vidro de seu carro.
-Bom, ainda é cedo demais, as pessoas devem estar deitadas ainda. -Completou ela, olhando para o seu relógio no braço direito.Ela então pisou no acelerador novamente, logo que o sinal se abriu,e ia passando no cruzamento quando um carro atravessou vindo dá outra direçao dando no meio do carro de Jéssica, fazendo-o capotar duas vezes parando a alguns metros dali, próximo a um beco. Jéssica então acabou desmaiando após bater forte com a cabeça, recobrando a consciência algum tempo depois, ainda em choque, ela tentou incansavelmente se soltar do cinto para poder sair do carro. Jéssica então percebeu que alguém se aproximava vagarosamente por traz do carro, ela não conseguia ver muito por estar de cabeça para baixo, apenas conseguia ver os passos pelo retrovisor, do que parecia ser de um homem, que praticamente se arrastava em sua direção. Ela respirou fundo acreditando que finalmente, alguém havia chegado para ajuda-la.
-Ai meu Deus, obrigado!
-Hey! Socorro moço, por favor, preciso de ajuda. -Implorou a mulher.Aos poucos a pessoa ia se aproximando pelo lado do passageiro, e quando finalmente chegou perto da porta, se abaixou rapidamente dando um forte grunhido e batendo com suas mãos contra o vidro do veículo, assustando a mulher. Era uma daquelas coisas, um daqueles mortos, coberto de sangue pelo corpo todo, e este parecia ainda pior, seu rosto era carne viva, seu pescoço tinha um grande buraco, que dava para ver os músculos e artérias pra fora, seu corpo estava cheio de mordidas, e o pouco que sobrou de seu intestino, saltado para fora de sua barriga. Ele estava furioso e batia cada vez mais forte no vidro, enquanto Jéssica gritava e chorava de desespero tentando se soltar dali. Jéssica entrou ainda mais em pânico após ver mais daquelas coisas vindo diretamente de encontro a ela, eram cada vez mais que surgiam de todo lugar. Depois de muita luta ela finalmente conseguiu se soltar do cinto de segurança, assim que se soltou ela caiu batendo com a cabeça no teto do carro, deixando-a meio zonza. Mesmo atordoada, ela quebrou o vidro do seu lado e se arrastava para fora do veículo quando acabou passando sua perna um caco, deixando um grande corte na parte de trás de sua coxa. Ela gritava de dor, mas sabia que não tinha tempo para mais nada, se quisesse sair viva dali ela tinha que ser rápida.
Jéssica se levantou e, mesmo sem forças, andou até chegar no beco ali próximo, ela acelerava o passo o máximo que conseguia, mas com sua perna machucada ela não iria muito longe, ela precisava chegar logo a um lugar seguro para cuidar de seu ferimento. Chegando quase no meio daquele beco ela se viu cercada pois o beco era fechado com uma grande grade de ferro, ela não podia mais voltar pois aquelas coisas estavam próximas demais. Ela até tentou subir a grade, mas estava muito machucada e já sem forças, ela procurou por todos os lados uma forma de sair viva dali, mas sem sucesso. Jéssica pensava apenas em sua filha, ela queria que tudo aquilo fosse apenas mais um pesadelo, mas o forte cheiro que aqueles mortos exalavam provava que tudo aquilo era real. Aquelas coisas estavam se aproximando de Jéssica, que se encostou na grade e se viu a alguns passos de sua morte, e lhe restou apenas chorar e se entregar ao que parecia ser o fim.
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Hell In The Earth
HorrorAs ruas estão tomadas pelo caos e pelos mortos, as cidades viraram um banho de sangue, e quem quiser sobreviver a essa nova realidade terá de se acostumar, terá de enfrentar um verdadeiro Inferno na Terra.