Capítulo 2

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A aula está extremamente chata, o tédio é imenso e o calor, ah meu Deus eu não estou habituada ao calor, o frio é o meu lugar e é onde eu realmente pertenço. Eu controlo cada segundo que marca no relógio com o enorme desejo de poder ter o dom de fazer com que o tempo passe rápido, mas estamos na vida real e é impossível isso acontecer na vida real.

Com o meu lápis a bater na carteira e meu braço apoiado na minha carteira fico a olhar o relógio enquanto conto desesperadamente os segundos — Cinco, quatro, três, dois, um…

Um barulho aterrorizante incomoda os meus ouvidos e quase me faz pular do lugar onde estou sentada, é o sino da escola. Quando me dou conta, todo mundo está a sair da sala de aulas, incluindo o menino cujo o nome eu não sei mas irei descobrir.

Arrumo o meu material e olho para o relógio que está em meu pulso esquerdo, são 9:16 da manhã e eu estou morrendo de sono. Assim que passo pela porta da sala dou de cara com centenas de alunos no corredor, além de quente está barulhento. Tento procurar a Thea entre as pessoas da multidão mas não dá em nada além dos tombos que eu recebo, são tombos, tombos e mais tombos.

Estava a ponto de desistir a desesperada busca pela Teddy quando ouço a voz dela, a princípio penso que eu estou maluca e que aquilo é apenas fruto da minha imaginação mas ouço de novo a voz dela e apesar de eu não ver ela há muito tempo, a voz dela permanece em minha mente e conheço-a muito bem. Viro o meu corpo para trás e vejo a loira que agora está com os cabelos pretos olhando para mim com um sorriso enorme. 

— Theadora! — grito sorrindo captando a atenção de alguns estudantes que estavam no corredor, a maioria dos estudantes para falar a verdade.

Corro até ela e lhe dou um abraço forte, apertando a morena que outrora era loira o que faz-lhe guinchar um pouco, eu sou uma pessoa que não é lá tão fã de abraços mas esse é muito bom e até agora está a ser a melhor coisa do meu dia.

Rio pelo fato da loira ter guinchado enquanto desfazia o tão bom abraço e lhe dou um tapa — nem tão forte — no braço esquerdo dela, como resposta ouço um resmungo de um xingamento qualquer vindo da menina que se encontra rindo mas a sua cara demonstra total confusão.

— Isso foi por não ter me esperado na porta da escola e por ter feito eu me atrasar nas aulas hoje, embora a culpa não tenha sido totalmente tua — ela revira os olhos rindo, meu pai sempre disse que revirar os olhos é um grande desrespeito, mas eu simplesmente não ligo.

Dou outro tapa no braço dela e por essa razão recebo um olhar enraivecido da morena, as suas pupilas dilatam-se e eu rio com isso.

— E isso foi por você ter revirado os olhos para mim e também foi por pura diversão, agora vamos para o refeitório porque eu estou com muita fome — digo sorrindo.

Uma pequena risada sai dos lábios de Theadora, o meu braço esquerdo vai ao encontro de sua cintura enquanto eu me encontro a rir, o que faz com que as pessoas olhassem para mim, provavelmente por causa da minha risada idiota e feia.

O braço direito da Theodora pousa em meus ombros, abraçando-os, ela é apenas uns centímetros mais alta que eu e ela mesma acha que ela tem a mesma altura que um jogador de basquetebol, mas honestamente tudo e/ou todos são mais altos que eu, eu pareço um pequeno gnomo de jardim ou um dos elfos ajudantes do Pai Natal.

Depois de percorrer milhas andando pelo grande edifício, chegamos no tão bom refeitório, o barulho de estudantes conversando ataca os meus ouvidos fazendo-me ficar de certa forma incomodada com o barulho, tenho ouvidos sensíveis. Uma mesa vazia qualquer é ocupada por mim e pela Theodora, as nossas bandejas azuis que quase combinam com o cinzento da mesa estão por cima dela e com apenas um curto movimento consigo abrir o refrigerante em lata que eu levei, tomar refrigerante não é o meu forte, sou mais amante de energéticos e águas gaseificadas.

My Poisonous Love [PT]Onde histórias criam vida. Descubra agora