Capítulo 3

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Assim que bateu o sinal do fim da aula,sai correndo da escola para me arrumar,sei que ainda tenho muito tempo mas nunca fui a uma festa e não estou preparada.
Paro ofegante em frente à minha casa,o relógio marca 12:27 faltam 33 longos minutos para meus pais terminarem de almoçar e voltar ao seus devidos trabalhos.Decido ir a uma praça próxima para esperar,não quero ter que lidar com meus pais,me aproximo de um banco e antes de sentar nele eu reflito.

—Deve ser horrível ter que cheirar bundas—Digo ao banco—Vou te poupar dessa vez.

Sento na grama ao lado do banco,às vezes eu sinto culpa até de usar objetos,parece doido mas é difícil lidar com a culpa de estar com a bunda na cara de alguém.Pessoas que passavam no local me olhavam como se eu fosse uma maluca usuária de crack,pelo fato do banco estar vago e eu sentada ao lado dele.

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Fiquei naquela praça até dar o tempo dos meus pais sairem,assim que chego em casa observo a sujeira que como sempre sobra pra mim,olho para a panela e nada de deixarem algo para eu comer,é como se eu não existisse e isso me magoa.Tomo um café e faço as tarefas de casa.

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Olho pela quarta vez meu guarda roupa,como uma adolescente de 17 anos não tem uma peça de roupa decente para uma festa? irônico não?decente para uma festa
Eu tinha somente seis peças de roupas e todas elas parecia ter sido roubada de um mendigo de esquina,me jogo na cama e a mesma faz um barulho,poderia ter jurado que quebrou se já não estivesse quebrada.Me viro na cama e começo a pensar como seria se essa festa fosse a salvação da minha vida "sociável" e acabo pegando no sono.

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Acordo e já são 20:30 levanto que nem uma maluca procurando algo para me vestir,coloco um calça jeans preta quase verde diarreia pelo fato de estar desbotada,uma blusa de manga comprida branca e meu tênis de guerra.Me olho no espelho quebrado,dando uma leve ajeitada nos cachos que se formam nas pontas do meu cabelo e desço rapidamente a escada.

—Vou sair—Falo ao ver meus pais no sofá como se nada estivesse acontecido.

Minha mãe apenas me olha e volta sua atenção na televisão e meu pai me ignora completamente.Saio de casa e corro em direção ao restaurante em que marcamos,de longe já vejo Matt parado com a mão no bolso e ao me aproximar vejo o quão bonito está.

—Olá—diz ele me olhando de cima a baixo—Você está...normal? Quero dizer,pensei que pelo menos para uma festa você sairia debaixo desses trajes horríveis.

Ele ri e eu dou de ombros.

—Desculpa se não foi que nem uma cena de filme,onde a feia do nada fica bonita para uma festa—Falo irônica.

—Não imaginei isso,já sabia que era você que eu esperava.—Ele ri

Engraçadinho.

—Não te avisei que a festa seria em uma piscina—Afirma ele—Bom,é festa de piscina.

—Ótimo—Falo—Mais um motivo para eu desistir.

—Sorte que você usa roupas íntimas não é?—Ele ri.

—Eu não pularei de roupas íntimas na piscina,idiota—Bato em seu braço.

—Enfim,vamos logo para essa festa.

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Na esquina da casa onde a festa acontece já é possível ouvir a batida estridente da música,o cheiro de álcool ali no pátio está tão forte que eu poderia ficar bebada só pelo simples fato de estar respirando isso.

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